Curso Cristologia




MODULO I

1. NOTA INTRODUTÓRIA *objetivo, Método e Títulos cristológicos. Nosso objetivo é apresentar o mistério de Cristo tal como é crido e anunciado pela Igreja; verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, Senhor da história e Salvador da humanidade. Conforme o Documento de Aparecida texto base da V Conferencia Geral do Episcopado latino Americano e do Caribe, n. 29. Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber, tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria. Encontrar Jesus, conhecer no sentido bíblico e torná-lo conhecido pelo nosso testemunho é a nossa meta no hoje de nossa vida e neste curso de cristologia a que nos propomos. O santo padre Bento XVI faz eco a tal idéia dizendo que o ser cristão não depende de uma ideia filosófica, mas de um acontecimento. Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que da um novo horizonte a vida e, com isso, uma orientação decisiva. Minha vida é um grande acontecimento que possibilita o encontro com o Senhor na peregrinação de minha vida. Ainda citando o nosso pastor, que por sua vez, cita João Paulo II, quando proclama: não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e dá tudo. Quem se dar a Ele, recebe cem por um. Sim, abram, abram de par em par as portas a Cristo e encontrarão a verdadeira vida.


2. Nosso Método – O nosso método de aprofundamento sobre o Mistério de cristos é o método histórico-genético, ou seja, seguindo as etapas da revelação desde o AT (Antigo Testamento) até o cumprimento em Cristo plenitude da revelação e o seu prolongamento na Igreja. Vamos contemplar como Deus se revelou e prometeu um Salvador, como Israel o seu Povo Eleito esperou e conheceu o seu Deus e, também como nos, novo Povo de Deus, novo Israel, descobrimos em Jesus Cristo, a realização da promessa de Deus e a Palavra definitiva do Pai para a humanidade. Todo o Mistério de Deus que se recapitula em Jesus é prolongado no Mistério da igreja, instrumento Universal de salvação e continuadora da missão de Jesus. O catecismo da Igreja católica n. 101 afirma que Cristo é Palavra Única da sagrada Escritura. Através de todas as palavras da sagrada escritura, Deus pronuncia uma só Palavra, seu verbo único, no qual se Expressa por inteiro cf. Hb 1,1-3. Santo Agostinho faz eco a tal idéia e fala lembrando sempre. Lembre-vos que é a mesma Palavra de Deus que se ouve em todas as Escrituras, é o mesmo o Verbo que ressoa na boca de todos os escritores sagrados, ele que, seno no inicio Deus junto de Deus, não tem necessidade de silabas, por não estar submetido ao tempo.

3. Antes de prosseguir nosso estudo vamos conhecer os títulos mais expressivos do Salvador seguindo o catecismo da Igreja católica (cf. CIC 430-451): O nome de Jesus significa “Deus que salva”. A criança nascida da Virgem Maria é chamada “Jesus”, “pois Ele salvará seu povo dos seus pecados” (cf. Mt 1,21; At 4,12). Este nome significa primeiramente aquilo que normalmente o nome designa na linguagem humana e me particular no pensamento bíblico: ser na sua singularidade concreta e pessoal: ele e não outro, ele e tudo que ele é, este Jesus como mencionam diversos textos cf. At 1,11, 2,36, 5,30, 9,17. A fé cristã afirma que existe uma continuidade entre o personagem histórico Jesus de Nazaré e o ser divino confessado pela tradição da fé. Cf. 2,36, 1,11, At 9,5, 22,8, 26,15. Jesus o nazareno, ser de carne Gl 4,4 surge no mundo numa data determinada Lc 2,2,numa família humana Lc 1,26, recebe um nome Jesus MT 1,21.25, O seu nome significa Emanuel, o cumprimento de Deus cf. MT 1,23. Sua origem comum como é comum a origem humana. Os relatos bíblicos sempre fazem referência a sua pátria. As genealogias de Mt e Luc sublinham a ascendência régia de Jesus. Jesus é o nome ordinariamente nos evangelhos para designar Cristo e relatar sua atividade. Entretanto, é comum, chamá-lo de Mestre Mc 4,38, 5,35, 10,17 e depois do ciclo pascal chamado Senhor. Não nos esqueçamos que os evangelhos não se preocupam em ser um livro de historia, mas seguem a dinâmica da fé, que consiste sempre em aplicar a este Jesus , ao personagem concreto, os títulos salvíficos e divinos, os de Senhor cf. At 1,21, 2,36, 937, de cristo , 2,36, de salvador, 5,31, 13, 23, de servo de Deus. O Evangelho de João quem mais sublinha a divindade de Cristo, não perde a ocasião de pronunciar o nome Jesus Jô 4, 6-21, 11,32-41. Confessar que Jesus veio da carne cf. 1Jo 4,2. Jesus é o nome que está acima de todo nome. Agora, o nome de Jesus não pode ser separado da igreja e nem do cristão e de tudo que esse nome implica em humilhação e humanidade concreta. Isto porque esse nome já não pode ser separado do que esta acima de qualquer outro nome cf. Fl 2,9ss. Jesus é o mesmo Senhor da Glória, mas transfigurado na sua humanidade. Ele única salvação da humanidade cf. At 4,12, requer da Igreja cf. 3,16, único poder que a igreja dispõe cf. 9,34. Toda missão da igreja é falar em nome de Jesus, cf. 5,40. Paulo prega Jesus cf. 9,20. Toda vida cristã tem fundamento no nome de Jesus cf. At 15,26 e alegria do discípulo ser de Jesus discípulo e missionário.

4.O Nome “Cristo” significa “Ungido”, “Messias”. Jesus é o Cristo, pois “Deus o Ungiu com o Espírito Santo e com poder” (cf. At 10,38; Lc 7,19; At 28,20)..Ao reunir essas duas palavras – Jesus é um nome de função – Cristo, - a igreja primitiva MT 1,1.18, 16,21, Mc 1,1 , Jô 1,17, 17,3 não somente está dando o título de messias como ela o faz com outras designações: cordeiro de Deus, Filho de Deus...dizendo Jesus cristo, a Igreja acopla numa estreita relação o título proclamado pelos crentes e a pessoa histórica que viveu na terra, a interpretação e o fato originário. A Boa Nova vem do céu e quem a traz. Jesus cristo. O Reino de Deus se inaugura com a sua palavra e com a sua pessoa cf. Mt. 13,16s. Mas conforme este texto o que foi que viram e ouviram. Todos os sinais libertadores, ou seja, exorcismos que são interpretados por Jesus cf. Luc 11, 20, depois, o inimigo vencido, cf. 10,18 , os milagres que atestam a novidade cf. MT 11,5. falando e agindo assim Jesus cumpre as profecias cf. is 29,18,SS, 35, 5ss, 61,1. Jesus cumpre o que deus prometeu no AT e traz os valores do Reino do pai para a terra de tal maneira que a sua vinda tudo é novo cf. Mt 11,11s.

5.O nome “Filho de Deus” significa a relação única e eterna de Jesus Cristo com Deus Pai; Ele é o Filho do Pai e o próprio Deus. Crer que Jesus é o Filho de Deus é necessário para ser cristão. (cf. J0 1,18). Em hebraico a palavra filho exprime não só as relações de parentesco em linha direta. Significa a pertença a um grupo, exemplo Filhos de Israel, filhos de babilônia Ez 23,17, cf. profeta 2rs 2,5, bem como a posse de uma qualidade cf. exemplo, filho da paz Luc 10,6. Expressa as relações entre os homens e Deus. No AT Filhos de Deus designa os anjos que formam a corte divina e participam na vida celeste de Deus cf. Dt 2,8, Sl29,1 Jo 1,6. O titulo filho de Deus se aplica também a Israel para exprimir as relações de parentesco entre javé e seu povo, particularmente no acontecimento do êxodo cf. Ex 4,22, Os 11,1 Jr 3,19, Sb 18,13. Jeremias lembra a experiência quando a anuncia como novo êxodo a libertação que deus prometera jr 31, 9-20. A partir desta experiência o título Filho pode ser atribuída a todos os membros do Povo de Deus, seja para insistir na sua consagração, seja para insistir na sua infidelidade cf. Dt 14, 1s, Sl 73,15 e ainda Os 2,1, Is 1,2, 30 1.9, Jr 3,14. tal consciência da filiação divina se torna um dos elementos essenciais da piedade judaica, fundamento das renovações sempre necessárias nas relações com o Senhor cf. is 63, 8 63,16, 64,7 bem como na herança eterna cf. Sb 5,5 também no AT Filho de Deus , era o rei cf. 2Sm 7,14 Sl 89,27s.o título de Filho de Javé um título real, que mui naturalmente se tornara um titulo messiânico.

6.No Novo testamento, a ênfase a Jesus filho único de Deus. Nos sinóticos, o título Filho de Deus, facilmente associado ao de cristo Mt. 16,16 e Mc 14,61 aparece como titulo messiânico. Sendo assim, é possível a engano. Desde a tentação acusa a oposição entre duas interpretações. Para satanás, ser Filho de Deus garantir-se um poder prodigioso e uma proteção invulnerável cf. Mt. 4,3.6. Para Jesus, é não encontrar alimento e apoio senão na vontade de Deus cf. Mt. 4,4.7. Jesus rejeita radicalmente a primeira interpretação messiânica. Cf. Mc 3,11. A profissão de fé de Pedro cf. MT 16,16 tem o sentido cristão, mas Jesus o previne esse mostra logo na linha do messias servo sofredor cf. 16,21. Quando Caifás coloca solenemente a questão essencial Es tu o Cristo, o Filho do bendito cf. Mt. 26,63, Mc 14,61, Jesus sente que a expressão podia ser ainda entendida no sentido dum messianismo terrestre, abre outra perspectiva cf. Lc 22,7...a profissão do centurião confirma cf. mc 15,39 os evangelistas sublinham que a cruz esta na origem da fé cristã. Aqui a revelação toma plena Luz. Frente a Deus ele é o Filho cf. Mt 11,27, 2,37, cf. 24,36, formula familiar, que consente dirigir-se a Deus chamando-o Abba pai cf. mc 14,36. Entre Deus e ele reina aquela profunda intimidade que supõe um perfeito conhecimento mútuo e uma comunicação de tudo Mt 11, 25. Assim, da a Jesus todo seu sentido as proclamações divinas Tu Es o meu Filho.

7.É pela ressurreição de Jesus que os apóstolos compreenderam finalmente o mistério da sua filiação divina: a ressurreição realizava o sl 2,7 cf. At 13,33, ela trazia a confirmação de Deus as reivindicações de Jesus diante de Caifás e sobre a cruz.Todo testemunho da fé crista é a confissão em Jesus Filho de Deus cf. At 8,37, 9,20. Mateus e Lucas apresentando a infância sublinham discretamente este tema cf. 2,15 e 1,35. Em Paulo Apóstolo aprofunda teologicamente ainda mais cf. Gl 4,4, Rm 8,3 a fim de que sejamos reconciliados pela sua morte Rm 5,10. A vida cristã é uma vida de fé no Filho de deus cf. Gl 2,20 e uma espera cf. 1 Ts 1,10. Em são João, a teologia da filiação divina se torna um tema dominante. Algumas profissões de fé dos personagens do Evangelho podem ainda comportar um sentido restrito cf. 1,34, 1,51 sobretudo 11,27. Mas Jesus fala em termos claros das relações entre o Filho e o Pai: há entre as unidades operação e de gloria. Jô 5,19.23 cf. 1jo 2,22.

8.Os homens, Filhos adotivos de Deus. Nos sinóticos, a filiação adotiva de que já falava o AT esta afirmada repetidas vezes cf. Mt 6,9 ensina e dar o título de Filho de Deus. O fundamento deste titulo é especificado na teologia paulina. A adoção filial era já um dos privilégios de Israel cf. Rm 9,4 , mas agora num sentido muito mais próprio que todos os cristãos são agora Filho de Deus pela fé em Jesus cf. cf. Gl 3,26, Ef 1,5. temos em si o espírito cf. Gl 4,5 Rm 8,14;17, somos predestinados a reproduzir a imagem do Filho único cf. Rm 8,29, somos co-herdeiros com Ele cf. Tt 3,5, 1Pd 1,3 que só faz participar da vida do Filho.

9.O nome Senhor designa a soberania divina. Confessar ou invocar Jesus como Senhor é crer na sua divindade (cf. 1Cor 12,3). O senhorio de Javé não se limita ao povo que ele escolheu e do qual é Rei cf. 1sm 8,7s, 12,12, javé é o Senhor dos Senhores cf. Dt 10,17, Sl 136,2s

10.AT: Javé é o “Senhor dos Senhores” {Dt 10, 17}, não uma divindade canaanita. Senhor universal, Deus exerce seu domínio em toda parte em favor do seu povo {Dt 10, 14-18}. Dois nomes representam sua autoridade: mélek [Rei] e adon [Deus é o Senhor de toda a terra.Invoca-se a Deus chamando-o “Senhor meu”, trata-se de um título régio [adonai]. O título adonai, freqüentemente empregado, acaba aliás tornando-se um nome próprio de Deus.

11.NT: transfere a Cristo o título Kyrios. A partir do termo que se encontra no Sl 110, 1, Jesus intencionara dar a entender que, embora sendo filho de Davi, era-lhe superior e anterior {Mt 22, 43ss}. Em sua oração ele conversava por muito tempo a oração primitiva aramaica: matana tha, “Nosso Senhor, vem!” {1Cor 16, 22}. Jesus merece o título de Marana e de Kyrios, enquanto messias entronizado no céu, que inaugura seu Reino pelo dom do Espírito [At 2, 33]. Paulo transmite a Corinto o Marana tha do cristianismo palestinense, mostrando com isso que deve a esse último a sua concepção de Jesus Senhor, e não ao helenismo que dava esse título aos deuses e ao imperador [cf. At 25, 26]. Rei, Jesus é o senhor de todos os homens [Rm 14, 9], de todos seus inimigos, das Potestades, [Cl 2, 10.15] ou da Morte [1Co 15, 24ss]. Senhor enfim, da Igreja, seu próprio corpo que ele domina e nutre [Cl 1, 18; Ef 1, 20ss]. A partir do valor, régio e divino, a fórmula de fé “Jesus é Senhor” assume uma nuança de protesto contra as pretensões imperiais à divindade: há Kyrioi entre os pretensos deuses, mas Jesus é o único Kyrios absoluto [1Co 8, 5ss], ao qual os outros estão sujeitos.

Exercitando:
a) Dialogar sobre os diversos títulos dados a Jesus na Bíblia, destacando a importância de cada um ou o sentido de identidade e missão de Jesus segundo as Escrituras.
b) Que importância tem para nós na América latina os títulos mais simples que Jesus se dá, como por exemplo: Filho do Homem (Mt 28, 20; Mc 2,10..); Bom pastor ( J0 10), Caminho, verdade e Vida (J0 14,6); porta, cordeiro de Deus, sumo sacerdote.....
C.Fazer um levantamento de títulos que a comunidade dá a Jesus e confrontá-los com o sentido de identidade e missão de Jesus. Que riquezas, e também debilidades, há nestes títulos populares?
D. pesquisar o sentido do titulo Filho do Homem
c. Contar a história de seu nome! E também pesquisar o significado do nome cristão, discípulo e missionário.

Legenda:
AT (Antigo Testamento)
NT (Novo Testamento)       


Escrito por Padre Humberto

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