Reflexão: “Guias cegos! Coam um mosquito, mas engolem um camelo!”
Instruções para a oração: - Procure fazer silêncio interior e exterior e leia calmamente a passagem (mais de uma vez se for preciso). - Pergunte ao Senhor, o que Ele quer lhe dizer através deste texto. - Tente perceber qual é o trecho que chama mais sua atenção, que lhe toca mais e detenha-se nele para descobrir o chamado que Deus lhe faz. - As perguntas são para colaborar para que a oração seja diálogo com Jesus. Use-as, se achar que podem realmente lhe ajudar. - Agradeça a Deus por tudo o que tem lhe dado e peça forças para ser fiel ao que hoje Ele lhe falou ao coração.
Leitura: Mateus 23, 23-26
Jesus então lhes disse:
— Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês dão a Deus a décima parte até mesmo da hortelã, da erva-doce e do cominho, mas não obedecem aos mandamentos mais importantes da Lei, que são: o de serem justos com os outros, o de serem bondosos e o de serem honestos. Mas são justamente essas coisas que vocês devem fazer, sem deixar de lado as outras. Guias cegos! Coam um mosquito, mas engolem um camelo!
— Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês lavam o copo e o prato por fora, mas por dentro estes estão cheios de coisas que vocês conseguiram pela violência e pela ganância. Fariseu cego! Lave primeiro o copo por dentro, e então a parte de fora também ficará limpa!
Reflexão:
Muitas vezes, aparece nos evangelhos a oposição que Jesus faz a esse grupo específico de judeus, os fariseus. No geral, Jesus chama a atenção para as suas incoerências ou suas maldades. Supostamente, conheciam e praticavam a Lei com perfeição, mas tornavam mais pesadas as vidas das pessoas.
O evangelho de hoje traz duas entre sete advertências que Jesus, segundo o registro de Mateus, dirige aos fariseus. Para rezar com elas, é necessário entrar na cena e não pensar que se trata de narrativa do passado, de palavras de Jesus apenas para aquele grupo, naquele tempo. Entremos na cena para ouvir Jesus. Para facilitar, sugiro a leitura assim: cada vez em que aparece a palavra “fariseu”, troque por “cristão”, por “católico” ou outra expressão que aluda ao seu pertencimento à sua igreja, à sua religião. “Ai de vocês, cristãos!”… “Ai de vocês, católicos!”… “Ai de vocês, que se dizem meus seguidores!” Pode-se ler em voz alta se ajudar.
Jesus os chama de hipócritas, isto é, falsos, incoerentes, porque, embora pagassem o dízimo até em relação às ervas mais insignificantes, eram injustos, desonestos e maus com os outros. A forma como Jesus os descreve é interessante: vocês coam um mosquito, mas engolem um camelo! Essas palavras também servem a mim?
- Talvez eu não me considere injusto. Talvez não me ache mau. Talvez julgue que não sou desonesto. Muitos entre os fariseus provavelmente pensavam o mesmo. Jesus quis ajudá-los a ter mais percepção. Conosco, deseja o mesmo: que nós vejamos os camelos que comemos mesmo quando coamos nossos mosquitos…
- Talvez eu seja alguém que paga o dízimo da minha igreja, alguém que ajuda a reformar suas paredes, mas me irrito ao cuidar do doente que tenho em casa, cuja pele é a parede do templo que todo corpo humano é.
- Talvez eu seja alguém que dá contribuição para o hospital que trata dos pacientes com câncer, mas apoio políticos que votam pelo congelamento dos gastos com a saúde e que desmantelam o sistema público de atendimento aos doentes.
- Talvez eu doe dez cestas básicas para famílias mais pobres, mas sonego tantos impostos quantos posso. Sacio dez, mato de fome cem, que é meu jeito de comer camelos e coar mosquitos.
- Talvez eu doe material escolar para crianças carentes no início do período letivo, mas voto em quem não se importa com a educação pública de qualidade. Coar mosquitos, comer camelos.
- Talvez eu faça doações para as instituições que ajudam pessoas com deficiências, mas pago mal meus empregados e permito que trabalhem sem segurança. Coar mosquitos, engolir camelos.
- Talvez eu dê palestras sobre o amor de Deus por todos na minha comunidade, mas vou eleger político que incita ao ódio e que pensa que há diferentes tipos de humanos: uns que valem mais, outros que valem menos. Coando mosquitos, comendo camelos.
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