Papa Francisco: Cristãos devem combater juntos a desertificação espiritual
No final da manhã desta sexta-feira, 10, o Papa
Francisco encontrou-se com uma delegação da Comunhão Mundial das Igrejas
Reformadas. Segundo o Papa, esse é um passo a mais no caminho que caracteriza o
movimento ecumênico.
“Hoje, devemos antes de tudo ser gratos a Deus pela
nossa fraternidade reencontrada que, como escreveu São João Paulo II, ‘não é a
consequência de um filantropismo liberal ou de um vago espírito de família; mas
está enraizado no reconhecimento do único Batismo e na consequente exigência de
que Deus seja glorificado na sua obra’.”
Outro motivo de gratidão, prosseguiu o Papa, é a
recente conclusão da quarta fase do diálogo teológico entre a Comunhão Mundial
das Igrejas Reformadas e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos
Cristãos sobre o tema da justificação.
“Estou satisfeito em constatar que o relatório
final destaque o elo necessário entre a justificação e a justiça”, afirmou
Francisco, acrescentando que a fé em Jesus leva a viver a caridade mediante
gestos concretos, capazes de incidir no estilo de vida das pessoas.
“Com base no acordo sobre a doutrina da
justificação, existem muitos campos em que reformados e católicos podem colaborar
para testemunhar juntos o amor misericordioso de Deus, verdadeiro antídoto
diante do sentimento de abandono e de indiferença que parece nos circundar”.
Desertificação espiritual e consumismo espiritual
O Santo Padre acrescentou que hoje, com frequência,
se vive uma “desertificação espiritual”. Sobretudo lá onde se vive como se Deus
não existisse, para Francisco os cristãos são chamados a serem “ânforas” que
matam a sede com a esperança.
De fato, não é possível comunicar a fé vivendo-a de
maneira isolada ou em grupos fechados ou separados, destacou o Pontífice. Deste
modo, não se consegue responder à sede de Deus que nos interpela e que emerge
também em inúmeras formas de religiosidade.
Segundo Francisco, essas novas formas correm o
risco de favorecer uma espécie de “consumismo espiritual”. Eis então a urgente
necessidade de um ecumenismo que, com o esforço teológico para recompor as
controvérsias doutrinais, promova uma missão comum de evangelização e de
serviço.
“Expresso o desejo de que este encontro seja um
sinal eficaz da nossa perseverante determinação em caminhar juntos na
peregrinação rumo à plena unidade”, conclui o Papa. (canção nova)
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