Venezuela: Cardeal pede serenidade para evitar mais violência
Cardeal Jorge Urosa Savino pede que Governo venezuelano e
opositores evitem os conflitos e procurem a verdadeira paz
O Arcebispo de Caracas, capital da Venezuela, Cardeal Jorge Urosa Savino, pediu ao Governo e
aos líderes opositores que baixem as tensões para “evitar que uma escalada da
violência continue na Venezuela”, e pediu às autoridades que prendam e julguem
as pessoas que usaramarmas de fogo e provocaram três mortes.
Em declarações à Unión Radio, o cardeal disse, nesta quarta-feira, 19, que “todos devemos nos
aproximar de Deus e procurar verdadeiramente a paz”. O prelado assinalou ainda
que os dirigentes do Governo e da oposição têm a obrigação “de animar seus partidários a
contribuírem, com sua conduta e com suas palavras, para baixar as tensões,
evitar os conflitos, qualquer tipo de ato de vandalismo, e também, é claro, os
excessos na contenção ou na repressão de atos que possam se tornar violentos”.
“É preciso baixar o tom da linguagem, evitar atitudes passionais, buscar uma atitude mais pacífica. Quando há uma situação crítica, o importante é que haja uma
grande serenidade para tomar as decisões convenientes”, expressou.
O arcebispo também rechaçou o uso de armas de fogo. “Não entendo por que, mesmo estando proibido pela
Constituição, armas de fogo estão sendo usadas na contenção ou repressão de uma
manifestação”.
“Se não foram agentes do Estado os que provocaram, por exemplo, os
feridos na cidade de Valencia ontem à tarde, então o Governo tem a obrigação de
procurar as pessoas que dispararam nestas vítimas, prendê-los e julgá-los”,
assinalou.
O Cardeal Urosa também apelou ao Governo de Nicolás Maduro, que escute
“as razões pelas quais o povo está protestando, não só os estudantes”. Ele
recordou que, no país, há escassez de produtos básicos, insegurança e
desemprego. “Os protestos não são apenas de estudantes. Vemos protestos em todo
o país”, assinalou o purpurado insistindo em seu pedido de paz.
Nesta quarta-feira, está em andamento uma nova marcha em Caracas, onde
milhares de opositores e estudantes se mobilizam em apoio a Leopoldo López,
dirigente da oposição que se entregou voluntariamente ontem à justiça, e que o
presidente Maduro acusa como responsável das mortes ocorridas durante a repressão
das manifestações do dia 12 de fevereiro.
[F]Da redação, com ACI Digital
PASCOM
– Paróquia São Gonçalo
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