4. Sim às relações novas geradas por Jesus Cristo
4.1. Sentimos o desafio de descobrir e
transmitir a «mística» de viver juntos, misturar-nos, encontrar-nos, dar o
braço, apoiar–nos, participar nesta maré um pouco caótica que pode
transformar-se numa verdadeira experiência de fraternidade, numa caravana
solidária, numa peregrinação sagrada. Sair de si mesmo para se unir aos
outros faz bem. Fechar-se em si mesmo é provar o veneno amargo da imanência, e
a humanidade perderá com cada opção egoísta que fizermos.
4.2. Muitos tentam escapar dos outros
fechando-se na sua privacidade confortável ouno círculo reduzido dos mais íntimos,
e renunciam ao realismo da dimensão social do Evangelho. Na sua
encarnação, o Filho de Deus convidou-nos à revolução da
ternura.
4.3. O isolamento, que é uma
concretização do imanentismo, pode exprimir-se numa falsa autonomia que exclui
Deus, mas pode também encontrar na religião uma forma de consumismo
espiritual à medida do próprio individualismo doentio.
4.4. Noutros setores da nossa
sociedade, cresce o apreço por várias formas de «espiritualidade do
bem-estar» sem comunidade, por uma «teologia da prosperidade» sem
compromissos fraternos ou por experiências subjetivas sem rostos, que se
reduzem a uma busca interior imanentista.
4.5. Um desafio importante é mostrar
que a solução nunca consistirá em escapar de uma relação pessoal e
comprometida com Deus, que ao mesmo tempo nos comprometa com os outros.
4.6. Nisto está a verdadeira cura: de
fato, o modo de nos relacionarmos com os outros que, em vez de nos adoecer, nos
cura é uma fraternidade mística,
contemplativa, que sabe ver a grandeza sagrada do próximo, que sabe descobrir
Deus em cada ser humano, que sabe tolerar as moléstias da convivência
agarrando-se ao amor de Deus, que sabe abrir o coração ao amor divino para
procurar a felicidade dos outros como a procura o seu Pai bom.
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