04-04 Terça ESTA É A NOITE : A PÁSCOA CUMPRIMENTO DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO

04-05 Terça ESTA É A NOITE : A PÁSCOA CUMPRIMENTO DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO

Meus amados para descobrir ou redescobrir o mistério pascal na sua integralidade se faz necessário voltar à mente e o coração para a liturgia. É sempre assim quando se desejar renovar a ação missionária da Igreja volta-se as fontes bíblicas e litúrgicas. É o que estamos fazendo nesta jornada quaresmal. Na liturgia da páscoa a primeira parte da liturgia volta-se para o  Precônio pascal,  exultet , “essa obra prima, sem igual na lírica cristã, que representa para o fiel a descoberta do mistério pascal, a proclamação do triunfo universal de Cristo e do absoluto da redenção “ ( B. Capelle).

PONTO DE PARTIDA:

o exultet parte dos ritos e dos sinais concretos  - a noite, a vigília, o acender do círio  - desvendando o seu significado profundo á luz das figuras do Antigo testamento e das realidades do Novo testamento.

Do encontro com Jesus ao novo nascimento e do novo nascimento a catequese permanente. Antes na antiguidade após o novo nascimento , os nascidos recebiam catequese mistagogicas do bispo, hoje muitos perderam o sentido da páscoa ou nunca  talvez tenha feito a verdadeira experiência. É preciso resgatar com urgência. Nossa paróquia com este  retiro e outras tantas ações caminha nesta direção – renovar a ação evangelizadora com  a metodologia do SINE (sistema integral da Nova Evangelização). Voltemos irmãos a Igreja nesta santa vigília para renovar o nosso batismo que nos fez mergulhar no mistério pascal de Cristo (1Pd 2,2).

A)ESTA É A NOITE : A PÁSCOA CUMPRIMENTO DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO.

Tudo que o Antigo testamento preparou, agora no novo testamento é realizado. O antigo cordeiro era um preanuncio do verdadeiro cordeiro que tira o pecado do mundo, cristo nossa páscoa imolada e dada em alimento a nós e por nós. Antes nos lábios proclame: “cordeiro de Deus eu tira o pecado do mundo”, tende piedade de nós.

Esta é a noite,
em que libertastes do cativeiro do Egipto 
os filhos de Israel, nossos pais, 
e os fizestes atravessar a pé enxuto o Mar Vermelho.

Esta é a noite,
em que a coluna de fogo dissipou as trevas do pecado.

Esta é a noite,
que liberta das trevas do pecado e da corrupção do mundo 
aqueles que hoje por toda a terra crêem em Cristo, 
noite que os restitui à graça 
e os reúne na comunhão dos Santos.

Esta é a noite,
em que Cristo, quebrando as cadeias da morte, 
Se levanta glorioso do túmulo (preconio Pascal)

Toda a escritura é colocada em nossas mãos, mentes e coração. Aquele noite distante, agora se torna próxima nesta noite pascal.”Aquele evento tinha em vista este, aquela Páscoa estava orientada para esta, que na Páscoa de Cristo aquela recebeu seu pleno significado e revelou todas s promessas que carregava” (CANTALAMESSA, p. 94). Tudo irmão em cristo é tão novo que me falta a palavra para exprimir, novo o seu mandamento, novo  o seu sacrifício, novo o  alimento pascal. Cristo, nossa pasça foi imolado (2Cor 2,7). “Tudo isso acontece o ato do sacrifício  de Cristo, na “hora” da cruz, quando, referindo-se não só a sua vida, mas a todas as escrituras, Jesus exclama: tudo está consumado (Jo 19,30).Nada no antigo é suprimido, mas tudo ganha novo sentido com a páscoa de Cristo. 

Uma boa comparação, “se comparamos toda a história da salvação com o desenrolar de uma missa, a Páscoa de Cristo representa o momento da consagração, quando os sinais , o pão e o vinho transformam-se  no corpo e e no sangue  de Cristo...as figuras do Antigo testamento são sublinhadas pelo fato de serem  substituídas  pela realidade que é Cristo” (Cantalamessa, P. 95).

B) O coração teológico do Exultet – meus caros o que o Antito tinha em figuras, imagens, era orientado para a páscoa de Cristo. Páscoa é “a festa em que o real cordeiro se imolou”. Com isto estamos na linha do tema do nosso retiro 1Cor 5,7: Cristo, nossa páscoa , foi imolado, como  também na linha  da antiga interpretação da páscoa como paixão.Mas páscoa é também o tempo em que o cristo ‘rompeu o inferno, ao ressurgir da morte vencedor’. É a festa da ressurreição, do Aleluia! Do glória! Enraizada no mistério de Cristo pascal não falta aceno em afirmar que páscoa de Cristo arranca os homens dos vícios deste mundo e das trevas do pecado, e os restitui a graça.

Irmão medite conosco, a páscoa de Cristo salvou todos os homens em de todos os tempos, porque fomos redimidos no amor e salvos para sempre. É o coração do exultet ao proclamar que de nada teria adiantado nascer, se não tivéssemos sido também redimidos”. Em cristo, homem e Deus, puderam encontrar-se reunido ao mesmo tempo, na mesma pessoa, quem devia pagar o debito e quem era o único que o podia pagar. No exultet “foi ele quem pagou do outro a culpa, quando por nós a morte se entregou; para apagar o antigo documento na cruz todo o seu sangue derramou”. (Exultet) Em seu sangue temos remissão dos pecados (Mat 20,28; Ef 1,7; 1Cor 1,30; 1tm 2,6).

Reze com a Igreja

As figuras do Antigo Testamento, 
suplantadas pela realidade do Novo.

A salvação do Senhor e a realidade
foram prefiguradas no povo ( judeu),
as prescrições do Evangelho prenunciadas pela Lei.

O povo era como o esboço de um plano,
a Lei como a letra de uma parábola;
mas o Evangelho é a explicação da Lei e seu cumprimento, 
e a Igreja o lugar onde isso se realiza.

O que existia como figura era valioso
antes que ocorresse a realidade,
maravilhosa a parábola antes que viesse a explicação.

O povo tinha seu valor antes que se estabelecesse a Igreja, 
Lei era admirável antes que refulgisse o Evangelho.

Mas quando surgiu a Igreja e se apresentou o Evangelho, 
esvaziou-se a figura, sua força passou para a realidade,
a Lei se cumpriu, transfundiu-se no Evangelho...

O povo perdeu razão de ser quando veio a Igreja,
a imagem se fez abolida quando apareceu o Senhor.

O que antes era valioso perdeu seu valor,
frente à manifestação do que era realmente valioso por natureza.

Valioso era antes o sacrifício da ovelha,
agora perdeu o valor, por causa da vida do Senhor.

Valiosa era a morte da ovelha,
agora perdeu o valor, por causa da salvação do Senhor.

Valioso era o sangue da ovelha,
mas perdeu o valor, por causa do Espírito do Senhor.

Valioso era o cordeiro que não abria a boca,
mas perdeu o valor, por causa do Filho sem mácula.

Valioso era o templo terreno,
mas perdeu o valor, por causa do Cristo celeste.

Valiosa era a Jerusalém de baixo,
mas perdeu o valor, por causa da Jerusalém do alto.

Valiosa era a pequena herança,
mas perdeu o valor por causa da amplitude do dom.

Porque não foi em parte alguma da terra,
em nenhuma faixa estreita da terra
que se estabeleceu a glória de Deus,
e sim por todos os confins se derramou seu dom,
em toda parte armou sua tenda o Deus onipotente.
Por Jesus Cristo, 
a quem seja dada glória pelos séculos. Amém.