O1/04– Sábado
O1/04–
Sábado
A
liturgia nos apresenta o Senhor Jesus como nossa Ressurreição e nossa vida (Jo
11,)
Situação
dos exilados hebreus
morte, pessimismo, sem esperança, “nosso osso se ressecaram; nossa esperança se
extinguiu’ (37,11). A nossa situação hoje?
O esquecimento da lei e a infidelidade
á aliança levam a morte: É o Exílio, aparentemente o fracasso das promessas,mas na realidade, fidelidade
misteriosa do Deus salvador e o
princípio de uma restauração prometida, mas segundo o Espírito (Lc 24,26).
O profeta Ezequiel animado pelo
Espírito anuncia a restauração e a volta do exilados. Sim, Deus abrirá de novo
os túmulos ( v. 12 exílio físico e espiritual), reconduzirá de novo Israel para
a sua terra e aquele dia é dia será como uma nova criação. Novo nascimento ( v.
14. Jo 3,5).
A
PROMESSA DO PAI
Antes
vamos ler o texto o Evangelho de Jo 11– Jesus é a promessa do Pai definitiva. É
nele que somos arrancados das sepulturas da vida e da sepultura da morte; é no
seu Espírito Santo, derramado sobre nós, que o Pai nos vivifica! Vamos seguir
passo a passo
a.Doença
de Lázaro e morte: Jesus sabe que ele e encontra doente, no entanto demora e
chega a morrer (vv. 4-7). Por que não impediu a morte do amigo Lazaro? Se
tivesse estado aqui meu irmão não teria morrido. João vê como Deus, não como
homem. Veja a revelação de Jesus (v. 4.9.15). Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus,
para que o Filho de Deus seja glorificado por ela!” E, pensemos bem: "Jesus era muito amigo de Marta,
de sua irmã Maria e de Lázaro. Quando ouviu que estava doente, Jesus ficou
ainda dois dias no lugar em que se encontrava”... Sou capaz e ver a Gloria de Deus em tudo? Até
no escândalo da cruz? No escândalo da doença?
a.Jesus
liga a fé na ressurreição á sua pessoa: EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA (Jo 11,25s)
para todos os que crêem como Maria que Ele é Cristo, o Filho de Filho (v. 27; mesma confissão 20,31). Caríssimos, “Deus nos deu a Vida eterna, e essa
Vida está no seu Filho” (1Jo 5,11), esta Vida é o seu Filho!
Todo o Evangelho de João insiste no Dom da Fé para que se tenha
a vida eterna (v. 15 a noticia da morte de Lázaro ; Em Betânia apela para fé
(v.27 e 40; antes de Jesus dar a ordem
de ressurreição apela para fé (v.42).
b. Ouvir a Voz do Filho de Deus equivale a professar a fé, pois
a fé nasce da escuta. ‘este é o meu Filho “escutai-o (). A Palavra de Jesus é
vivificante, ordena e tudo obedece. “Em verdade...os mortos ouvirão a voz do
Filho de Deus e os que tiveram ouvido viverão ...sairão do túmulo “ (Jo
5,25.28-29).
c. Caifás anuncia a salvação em Cristo involuntarimente (cf. VV.
51-52). Deus usa os instrumentos na sua liberdade. É Mistério Santo.
d. Oculto está um verdade fundamental; que o dom da vida de
Jesus a Lázao envolve a sua própria morte, a oferenda de sua própria vida. A
sua páscoa imolada por todos no sinal de Lázaro. A sua viagem a Betania stá
obscurecida pela cruz que se aproxima (VV.7.8.16.50-53).
d. João escreveu a história de Lázaro de modo a prefigurar a
ressurreição de Jesus (leia o capitulo 20, o 11 preparou o leitor para este)e é
causa da nossa.
Contemplado as duas leituras podemos ler
a terceira Rom 8,8-11
O trecho indica a
realização da profecia de Ez 37,14 “porei em vós o meu espírito revireis’. Do
cristão, pode-se de fato dizer que está no espírito (v. 9), porque lhe foi dado
o espírito (Rom 5,5) e assim se tornou uma nova criatura (Gl 6,15).
Segundo
o apostolo Paulo, pelo batismo, Somos mergulhados no mistério pascal de Cristo:
morte, sepultura e ressurreição (cf. Rom 6,3-4). Portanto morremos para as
obras da carne e revivermos para as obras do Espírito (VV.12-13).
Ez 37,12-14
Sl 129
Rm 8,8-11
Jo 11,1-45
Sl 129
Rm 8,8-11
Jo 11,1-45
De hoje a oito estaremos entrando na Semana Santa, com a
solenidade dos Ramos e da Paixão do Senhor. Agora, neste último Domingo antes
dessa Grande Semana, a Liturgia nos apresenta o Senhor Jesus como nossa
Ressurreição e nossa Vida. Aqui, não estamos falando
de modo figurado, metafóricos! Jesus é realmente, propriamente,
a nossa Vida, a nossa Ressurreição! Ele é o cumprimento do sonho de vida e
felicidade que o Pai, desde o início, tem para nós: “Ó
meu povo, vou abrir as vossas sepulturas e conduzir-vos para a terra de Israel.
Porei em vós o meu Espírito, para que vivais!” É em Jesus que esta promessa se
cumpre, é nele que somos arrancados das sepulturas da vida e da sepultura da
morte; é no seu Espírito Santo, derramado sobre nós, que o Pai nos vivifica!
Caríssimos, Jesus é a própria Ressurreição; ele é a própria Vida,
Vida plena, Vida divina, Vida eterna! Jesus é a plenitude da vida, da nossa
existência: nele, o nosso caminho termina não no Nada do absurdo, do vazio, mas
na plenitude da Glória. Sem ele, seríamos nada, sem ele, tudo quanto vivemos
terminaria no aniquilamento: “De que nos valeria ter nascido, se não nos redimisse em seu
amor?” –
é o que vai perguntar a liturgia da Igreja daqui a poucos dias, na noite da
Páscoa. Num mundo que procura desesperadamente a vida, a felicidade; numa época
como a nossa, em que se tem sede de um motivo para viver, de um sentido para a
existência, Jesus se nos apresenta como a própria vida!
Mas, escutemo-lo falar, ele mesmo nos Evangelho deste Domingo.
Deixemos que ele nos fale da vida, que ele mesmo nos ensine a viver!
Lázaro estava doente, sofrendo; depois, morreu. Suas irmãs estavam
sofridas, angustiadas, imploraram tanto pela vinda do Senhor para curar o
irmão... E Jesus não vai; Jesus demora-se. Quantas vezes fazemos, nós também,
esta mesma experiência em nossa vida. “Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus,
para que o Filho de Deus seja glorificado por ela!” E,
pensemos bem: "Jesus era muito amigo
de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro. Quando ouviu que estava doente, Jesus
ficou ainda dois dias no lugar em que se encontrava”... Os
caminhos de Deus não são os nossos caminhos, os nossos tempos e modos não são
os dele. “Senhor, se estivesses estado
aqui, meu irmão não teria morrido...” Jesus
sentiu a morte de Lázaro, Jesus“ficou profundamente comovido” e
chorou por Lázaro, mas não impediu sua doença e sua morte! Vede, irmãos: nosso
Deus não é tapa-buracos; jamais compreenderemos seu modo de agir! Ele nos ama,
ele é fiel, ele se preocupa conosco, ele conhece nossas dores. Mas, jamais
compreenderemos seu modo de agir no mundo e na nossa vida! Uma coisa é certa:
se crermos, veremos sempre a glória de Deus, em tudo no mundo e em tudo na
nossa vida Deus será glorificado!
Então, Jesus consola Marta e Maria. Jesus lhes promete a
Ressurreição. Como todo judeu, as irmãs esperam a Ressurreição no Último Dia,
no final dos tempos. Jesus, então, faz uma das revelações mais impressionantes
de todo o Evangelho: “Eu sou a Ressurreição! Eu
sou a Vida!” Atenção! Levemos a sério esta
afirmação! Detenhamo-nos diante dela, admirados! A Ressurreição que os judeus
esperavam chegou: é Jesus! A Ressurreição não é uma coisa, uma realidade
impessoal! Não! A Ressurreição é uma pessoa: ela tem coração, rosto, voz e amor
sem fim! A Ressurreição é Jesus em pessoa: “Eu sou a Ressurreição e a Vida! Quem crê em mim, mesmo que esteja
morto, viverá!” É ele quem vem nos buscar, é na força
dele que seremos erguidos da morte, é nele que nossa vida é salva do Absurdo,
do Nada, do Vazio: “quem vive e crê em mim,
não morrerá para sempre!” Nunca será demais a surpresa, a
admiração, a grandeza dessas palavras! Caríssimos, “Deus nos deu a Vida
eterna, e essa Vida está no seu Filho” (1Jo 5,11), esta Vida é o
seu Filho!
Caríssimos, estamos para celebrar a Páscoa. Não esqueçamos que é
para que tenhamos a vida que o nosso Jesus se entregou por nós: morto na carne
foi vivificado no Espírito Santo pela sua ressurreição (cf. 1Pd 3,18).
Ressuscitado, plenificado no Espírito Santo, derramou sobre nós esse Espírito
de vida, dando-nos, assim, a semente de Vida eterna: “Se o Espírito do Pai que
ressuscitou Jesus dentre os mortos já habita em vós, então o Pai que
ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos
mortais por meio do Espírito que habita em vós!”
É esta a nossa esperança: a Ressurreição! Por ela vivemos, dela temos certeza!
E já possuímos, como primícias, como garantia o Espírito Santo de ressurreição.
Então, vivamos uma vida nova, uma vida de ressuscitados em Cristo Jesus: “Os que vivem segundo a
carne, segundo o pecado, não podem agradar a Deus! Vós não viveis segundo a
carne, mas segundo o Espírito” do Cristo Jesus! Então, vida nova!
Deixemo-nos guiar pelo Espírito! Renovemo-nos! Convertamo-nos! Que as
observâncias da santa Quaresma, o combate aos vícios, a abstinência dos
alimentos e a confissão dos pecados nos preparem para celebrar de coração
renovado a Santa Páscoa – esta, de 2017 e aquela, da Vida eterna!
Dom Henrique Soares
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