Quinta 23/03 - FOI SEPULTADO SEGUNDO AS ESCRITURAS (1Cor 15,6)




Antes do texto salmo 29:
Tributai a Iahweh, ó filho de Deus,
Tributai a Iahweh glória e poder,
Tributai a Iahweh a glória ao seu nome,
Adorai a Iahweh no seu átrio sagrado

A voz de Iahweh sobre as águas,
O Deus glorioso troveja,
Iahweh sobre as aguas torrenciais.
A voz de Iahweh com a força,
A voz de Iahweh  no esplendor!

A voz de Iahweh despedaça os cedros,
Despedaça Iahweh os cedros do Líbano,
Faz o Líbano pular qual bezerro
E o Sarion como cria de búfalo.


A voz de Iahweh lança chispas de fogo,
A voz de Iahweh sacode o deserto,
Iahweh sacode o deserto de Cades!
A voz de Iahweh retorce os carvalhos,
Descascando as florestas.

E no seu templo tudo grita: Glória!
Iahweh está sentado sobre o dilúvio,
Iahweh sentou-se como rei para sempre.
Iahweh dá força ao seu povo,
Iahweh abençoa seu povo com paz.

Estamos cada vez mais mergulhando no mistério da páscoa de Cristo. É grande este Mistério. Estou balbuciando como uma criança aprendendo a falar. Aquele que morreu, foi sepultado segundo as escrituras. Oh! Espírito Santo vem iluminar todos os retirantes, toda a tua Igreja, o mundo inteiro para acolher este santo mistério de amor. Aquele que falou tanto com autoridade, Aquele que é a Palavra eterna do Pai silencia na cruz e na sepultura. É o grande silencio da sexta feira prolongada no sábado santo. O Missal romano apresenta o Sábado santo da seguinte maneira: “a Igreja fica parada ao sepulcro do Senhor, meditando a sua paixão e morte, abstendo de celebrar o sacrifício da missa ( a mesa fica sem toalha e ornamento) até a solene Vigília ou expectativa  noturna  da ressurreição”. Tudo mesmo deve silenciar ante o grande silencio que fala sem falar,  Ele “amou até o fim’. (Jo 13).
Extenso é o significado do Mistério da sepultura do senhor que professamos no credo apostólico.Meditemos alguns: um significado é que Jesus realmente morreu, porque era realmente verdadeiro homem. Santo Atanásio atribui grande significado a sepultura do senhor, porque é atestada a sua condição de morto. O Evangelista Marcos fala de cadáver (Mc 15,45). Mais significativo é que a sepultura pertence ao primeiro anuncio dos apóstolos. “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo a escritura, foi sepultado e ressuscitado, ao terceiro dia, segundo as escrituras” (1 Cor 15,3-4). Outro significado, incluindo o anterior, é a solidariedade de Jesus, morto na cruz, com todos os homens mortos. Na vida e na morte ele foi solidário em tudo a nós, sem ter pecado assumiu na sua carne para redimir a nossa. “o que não é assumido não é redimido”. É mistério de fé. É mistério de salvação a sepultura do senhor. ‘confessar que Jesus desceu a mansão dos mortos equivale a confessar um evento salifico que ilumina também hoje, a situação do homem  iant de Deus e o livra da perdição. “ ( DUQUOC, 1972, p.373 apud BERGAMINI, p. 344).
Os salmos escolhidos, rezados, em sentido cristão, relacionam-se com o mistério de Cristo no sepulcro e com o seu abandono total ao Pai, que lhe dará a completa vitória sobre a morte com a ressurreição dos mortos (Salmos 4, 15,23, e 63; cânticos de Isaias 38,10-14.17-20; Salmos 26,29,75;115 e 142).
Este dia é vivamente exortado pela Igreja ao silencio e a meditação: “permaneçam mudo todo mortal e fique com temor e tremor; não medite em nada que seja terreno” (Liturgia Bizantina).
Neste dia a Igreja permanece como as piedosas mulheres que vão ao encontro do senhor e são fascinadas pelo esplendor da ressurreição (Mat 27,61). São os textos litúrgicos e bíblicos fonte de nossa espiritualidade que faz nascer atitudes de tranqüilidade na paz de Deus, o repouso na esperança, a plena confiança na Palavra de Deus, a certeza do cumprimento das promessas e o abandono ao julgamento de Deus; ele glorificará o justo e lhe dará a plenitude da vida.
Neste tempo de muita fala, de muita preocupação com um desenfreado fazer que poderá lvar a um vazio interior, o sábado santo torna-s, para os fies, uma forte chamada para retirar-se ao deserto, a fim de permanecer só diante de Deus em oração silenciosa, de pura escuta. “É a ‘pausa” que a Igreja convida a viver, suspendendo pelo átimo de um dia  o turbilhão das preocupações cotidianas. “É o momento em que se deve fazer brotar do coração a plenitude do reconhecimento”.
Ó cristão reconhece-te a tua dignidade. Tu és criado a imagem e semelhança de deus, és salvo pela gloriosa paixão do senhor, és herdeiro da salvação, tu com ele és morto e sepultado para viver a vida nova. Ó meu Deus como é grande este mistério de amor. “O batismo, cujo sinal original e pleno é a imersão, significa eficazmente a descida ao túmulo do cristão que morre para o pecado com Cristo em vista de uma vida nova. “pelo batismo nós fomos sepultados com cristo na morte, a fim de que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela Glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova “ (Rm 6,4).
Judas traiu e vendeu o mestre; Pedro o renegou ; “todos os discípulos, abandonando-o, fugiram” (Mt 26,56). Diante da cruz, houve um desabamento de fé e de esperança: “Nós esperávamos que fosse ele o libertador de Israel...” (Lc 24,21ss). Nesses dois terríveis dias, apenas uma criatura, a mais próxima do Senhor, Maria, sua mãe, acreditou e esperou. Dela não se faz nenhuma menção na liturgia. É belo, porém, para a nossa piedade, lembra-la assim. Fazemo-lo através de uma página muito bonita de M. Magrassi:
“ O sábado esta localizado entre a sexta-feira e o domingo, entre a memória da paixão e a ressurreição. Maria o preenche, porque nesse dia, o Sábado Santo, toda a fé da Igreja está recolhida nela. Em seu grande coração recolhia-se toda a vida do corpo mítico, do qual, sob a cruz, ela fora chamada a ser mãe espiritual. Enquanto a fé se escurecia em todos, ela, a primeira alma fiel, permaneceu sozinha mantendo viva a chama, imóvel na escuridão da fé. Mais uma vez, a Igreja identificou-se com ela. Mais do que Francisco, naquele dia ela carregou em seus ombros todo o edifício da igreja. É essa a razão pela qual o Sábado torna-se o dia de Nossa Senhora; a antiguidade já havia intuído isso, consagrando-lhe este dia, o último da semana cristã, que antecipa imediatamente o primeiro, o dies dominicus.
       Ás vezes temos a impressão de viver numa nova sexta – feira santa; deserções e crises parecem multiplicar-se, ao lado de tantos sinais de esperança. Agora porém, a Virgem não está só: a igreja está com el. Muitas almas fieis aceitam ficar com ela aos pés da cruz. A igreja no mundo vive a sua paixão, prolongando a de Cristo, mas nunca cessa de crer e esperar, e não afrouxa o seu cotidiano, sofrido caminho ao encontro do Senhor. Então, a sexta-feira transforma-se em sábado, e sábado de Maria, fermentado pela expectativa da ressurreição. Com ela, a alegria de viver e a coragem de esperar são reencontradas. Se existe tanto mal no mundo, ela é como a ‘corrente do golfo’: uma corrente de bondade e de pureza que resgata todo o mal e faz com que floresça o bem. Se na igreja existem tensões lacerações, o modo para reunirmo-nos de novo é estreitarmo-nos em torno dela. Numa família desunida, se faz o primeiro passo para a reconciliação recorrendo à mãe. No mundo desorientado, ela é a estrela. Numa igreja sofredora, é um sinal de esperança”. 

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