06- 04 Quinta PURIFIQUEM-SE DO VELHO FERMENTO

06- 04 Quinta PURIFIQUEM-SE DO VELHO FERMENTO

Meus amados retirantes, Cristo, nossa páscoa, foi imolado. Ora, para que o evento pascal do senhor seja nosso é necessário purificar do velho fermento. Da situação de pecado e, conseguintemente, ser uma massa nova com nova vida. Vamos tomar o magnífico texto que inspirou o nosso retiro quaresmal (1Cor 5,7; Ex 12,). Páscoa de Deus com a páscoa do homem unem numa só carne. Deus uniu a sua páscoa a nossa páscoa realizada plenamente em seu filho morto e ressuscitado (Jo 13,1).

A linguagem usada pelo Apóstolo nos remete a texto do Antigo Testamento. Era um costume hebraico que é orientado para um costume cristão. Na véspera da páscoa, cada mulher hebréia, obedecendo a prescrição de Ex 12, 15 fazia uma limpeza na casa, fazia desaparecer até o menor fragmento de pão fermentado. O motivo era comum e único celebrar a festa com pães ázimos (sem fermento).  Recordo que a minha família tinha-se um pouco essa inspiração, limpeza da casa. Hoje não se cultiva muito tal hábito. Tudo na páscoa devia ser novo e inteiro. Nada do ano passado, nada já usado.

O apostolo tira proveito do velho costume, para ensinar um novo comportamento na vida cristã. Completamente novo, pois Cristo é a páscoa nova. O fiel deve percorrer a casa interior  do seu coração, para destruir tudo o que pertence ao velho regime do pecado e da corrupção, podendo assim celebrar a festa com ázimos de pureza e de verdade” (1Cor 5,8). Abra o teu coração para a páscoa de Cristo. Ele é a tua páscoa hoje e um dia eternamente na glória do Pai.

Há uma ligação muito forte entre a imolação de Cristo e o empenho do cristão para viver a sua vida nova, o seu novo estado conquistado na páscoa e cristo. ‘Porque cristo foi imolado como nossa páscoa, por isso devemos purificar-nos. “vem espírito santo vem purificar, santificar, cristifcar-me”. (Rm 6,1ss). Cristo morreu por todos, todos morreram (2Cor 5,14). Portanto, vida nova com nova atitude. Buscar as coisas do Alto onde Ele nos levou em sua humanidade glorificada.

Intuição de São Paulo: Cristão não são as tuas obras que te salvam, mas não nos salvamos sem as nossas obras. O que te salvou foi a páscoa de Cristo, mas se ela não  será eficaz (produzir em nós)se ela não se tornar a tua páscoa. O efeito da páscoa de Cristo em nós é atitude de páscoa. Na linguagem Paulina de homem novo, pois o velho foi sepultado. “Portanto, não me purifico do pecado para ser salvo, mas purifico do pecado porque fui salvo, porque Cristo foi imolado pelos meus pecados” (CATALAMESSA, p. 115 ). Não posso aderir a Jesus cristo e ao diabo  ao mesmo tempo, nem viver na carne e no espírito, nem acolher as obras da luz sem rejeitar as trevas *Rm 6,2,15ss).

Purifiquem-se do velho fermento: Vamos novamente proclamar os dois textos pascais e verificar o que tem de semelhante 1 Cor 5,7 e Rom 6,1s. Paulo extrai todas as conseqüências morais derivadas da páscoa de Cristo. Uma é a palavra purificação e a outra renovação. A páscoa de cristo é eficaz gerando no homem vida pura e vida nova no poder do espírito santo. A primeira relaciona-e mais com a morte de cristo e a segunda com a ressurreição. Cristo foi imolado, purificai-vos! Cristo ressuscitou na vida nova, caminhai na vida nova! Uma não existe sem a outra atitude. É parte essencial do mistério pascal. Jesus desejou ardentemente fazer páscoa conosco, mas não sei se posso hoje dizer o mesmo, fazer páscoa com o senhor. Basta olhar um pouco na semana santa, quanto turismo, quanto barulho, quanta empenho no que é passageiro e acidental. Não te aconteça que desobedeça ao Senhor.

Todos precisamos sair do pecado do Egito, da escravidão dos pecados de estimação, do veneno da desobediência, todos precisam fazer páscoa, passagem de  para , das trevas para a luz , da morte para a vida...(cf. 1Jo 1,8-9).

Mas de que pecado se trata, certamente dos pecados quotidianos que comentemos, por palavras, pensamentos, atos e omissões. Comentemos muitos erros (Tg 3,2.) O Apostolo João fala do pecado do mundo, o cordeiro imolado vem tirar. ‘Cordeiro de deus que tirais o pecado do mundo, daí-nos a paz. Paulo fala do pecado como estado de pecaminosidade, o pecado que habita em mim e se manifesta (Rom 7,17). Ele se manifesta (Rom 6,12s). Temos que cortar a raiz do pecado e não apenas o superficial, a conseqüência, temos que olhar a causa que gera.

Há, pois, uma operação mais radical  a ser realizada contra o pecado; só quem realiza essa operação faz verdadeiramente a páscoa; essa operação consiste  no “romper  definitivamente com o pecado “ (1Pd 4,1), no “destruir  o corpo meso do pecado” (Rm 6,6).

Lembra que comecei o retiro pedindo o dom das lágrimas, choraram os pecados? o dom da cura, foram curados? o dom do profundo arrependimento? Arrependeram? e  da volta a Deus. J[a é tempo. “Depois da água do batismo, não existe  senão esta água da contrição para renascer. De semelhante pranto saímos de fato como homens novos como crianças recém-nascidas (1Pd 2,2). É necessário para entrar no reino de Deus (Mat 18,3). Ao receber a graça de Deus para uma purificação, toda a Escritura se abre a mente e ao coração do convertido, pois a ela foi escrita para ajudar  o homem a tomar consciência do seu pecado e pedir que seja libertado. Razão pela qual é o alimento de cada dia do nosso retiro quaresmal. Os salmos ensina-nos a invocar a purificação de nosso pecados (Sal 51,9.12.19­). OS profetas ensinam a esperar a purificação interior (Ez36,25-26). Jesus realiza a nossa purificação interior ao entrara a sua vida pela Igreja (Ef ef 5,25-27). A igreja pela palavra do catecismo diz: “A penitencia interior é uma reorientação radical de toda a vida, um regresso, uma conversão a Deus e todo o coração, uma rotura com o pecado, uma aversão ao mal,  uma repugnância  pelas más ações que comentemos” (CIC, 1430).