O3-04 Segunda – A PÁSCOA DE CRISTO CONTINUA NA IGREJA
O3-04
Segunda – A PÁSCOA DE CRISTO CONTINUA NA
IGREJA
“Façam
isto em memória de mim”
Amados
em Cristo a nossa jornada quaresmal continua. Coragem! Estamos na última semana
que antecede a “grande semana” os últimos acontecimentos do mistério de Cristo
que a Igreja faz memória. É mandato do Senhor “fazei isto em memória de mim”.
Fazer o que? O que Jesus fez na ceia pascal, os gestos eucarísticos continuados
até que ele volte.
É
preciso irmão tomar consciência que a páscoa de Cristo acontece em cada
sacramento, sobretudo, no batismo, novo nascimento e na sagrada celebração da
ceia do Senhor, memorial da gloriosa paixão, mrte e ressurreição do Senhor. Mas
também a páscoa acontece na vida de cada um. O nosso ser e o nosso fazer é ser
e fazer pascal, ou seja, viver a vida nova do ressuscitado guiado pelo dom do
Espírito Santo. Raniero diz: “A páscoa da liturgia deve alimentar a páscoa da
vida, e esta tornar autentica a páscoa litúrgica” (1994).
A
páscoa da Igreja e nossa páscoa fundamentam numa experiência de fé. E esta
nasce do encontro com o ressuscitado. A fé antes é realidade interior que se
exterioriza em palavra e atitudes. “Se
você confessar com a sua boca o Senhor Jesus e crer de coração que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, você será salvo (Rom 10,9). Na escuta da
Palavra somos tocado no coração para professar a fé. Foi por você irmão, por
mim, por toda a humanidade que cristo, nossa páscoa foi imolado e continuamente
se imola por nós na sagrada ceia pascal. Mas
é preciso tomar consciência desta realidade na v vida de cada dia.
A fé na ressurreição de
cristo e em cristo ilumina e dar significado ao nosso ser e ao
nosso fazer de cada dia, pois Cristo se une a nós e nós a ele. Quem não o
encontra permanece com sede e fome de vida plena. A luz precisa do olho para
ver assim precisamos da luz da fé para ver alem do natural. “eis o mistério
pascal’. Jesus desejou com ardor celebrar a páscoa com os seus, para tanto
preparou este acontecimento e ordenou que a Igreja que o fizesse (Lc 22,19).
Assim, a “páscoa liturgia da Igreja é o memorial rela da páscoa de Jesus’
(1994, idem).
Desta
páscoa litúrgica da Igreja Raniero catanlamessa nos ajuda a meditar em três
dimensões o aspecto litúrgico (acenos aos ritos da páscoa), o aspecto da
salvação (Deu operou a salvação pela páscoa de seu Filho) e o aspecto terceiro
como fazer da páscoa uma ocasião
de um encontro pessoal com o ressuscitado
a)Do
ponto de vista dos ritos, das origens até a metade do IV século, a páscoa da
igreja era celebrada em uma única
celebração. Tudo convergia para a vigília pascal, que se celebrava na
noite entre o sábado e o domingo, antecedida de dois dias de jejum (jejum
radical). Dava-se inicio ao por do sol tendo o seu prolongamento até o
alvorecer sol. “outro sol nasceu para iluminar o mundo’, um dia este vais
desaparecer pois não se precisará mais da luz do sol (Ap...).Nesta Vigilia
santa é feito memória de toda a história da salvação: promessa, realização em
cristo ressuscitado e continuidade da páscoa do senhor na igreja ( batismo
–eucaristia). É Vigília em Honra do Senhor. “Todas as vigílias que são
celebradas em honra do senhor são agradáveis e aceitas por Deus; mas esta
vigília está acima de todas as vigílias...”. (São Cromácio Daquiléia). Mas por
que a vigília pascal é tão importante assim: por que o sono da morte do senhor
procurou a vigília, isto é, a vida para todos; segundo, enquanto a sua
humanidade dormia na morte, a sua divindade, o seu coração – vigiava – estava
viva...dormir como homem e vigiar como Deus, sofrer a morte como homem e dar a
vida como Deus” (CATALAMESSA, P. 71). Tenho eu vigiado com o Senhor? tenho me dedicado
mais a meditação de sua Palavra?
Mas
o mistério pascal a partir do século IV é celebrado conforme o dia e o
acontecimento. A cada dia uma dimensão do único mistério pascal. É a estrutura
que temos hoje, o “ciclo da páscoa”
distribuído no tríduo pascal. Mas com o
passar do tempo, tal tendência de distribuir o conteúdo da festa em tantos
ritos e dias diversos, prejudicou a páscoa, fazendo perder a unidade tão
essencial.
b)
A salvação que Deus opera acontece na páscoa de Cristo (batismo e eucaristia –
meditaremos em outro momento) O mistério da encarnação (Jo 1,14) tem cume no
mistério pascal. Afirma-se que a páscoa de Cristo prolonga-se na páscoa da
Igreja. Mas o que dizer concretamente, prolongar a páscoa de Cristo e como se
prolonga? Quer dizer evento pascal é
memorial e presença de Cristo ao mesmo tempo.
Cristo
morreu pelos nossos pecados, foi sepultado, mas ressuscitou ao terceiro dia (1
Cor 15,3-5). O Espírito Santo Dom de sua entrega á igreja nos é dado para
tornar presente em nós a sua presença nova, viva e verdadeira. O fato histórico
não se separa da nova realidade, a ressurreição do Senhor em nós (Rom 6,9). “
...Daquilo que, de fato, a história afirma ter acontecido, na realidade , uma
só vez, disto a solenidade renova, a celebração, freqüentemente, nos corações
dos fiéis” ( Santo
Agostinho). Exclama São Gregório em uma oração pascal: “Ontem
eu era crucificado com cristo, hoje sou glorificado com Ele...ontem morria com
Ele , hoje sou com ele vivificado...ontem era sepultado com Ele, hoje sou com
ele sepultado”. Explica
Agostinho é sempre a páscoa que celebramos seja anual, seja semanal – domingo,
seja quotidiana, celebração diária da Eucaristia.
Todo este evento pascal de
Cristo é pura graça. Dom sublime. Não merecemos. Cabe-nos acolher este mistério
de amor. “Aquilo que realizamos – escreve São Cirilo de Jerusalém, é imagem da
morte e dos sofrimentos; a salvação, porém, não a conseguimos em imagens, mas
em verdade”.
c) Como encontrar Senhor na liturgia
pascal, o senhor se deixa encontrar e reconhecer na Palavra, na oração da
comunidade, nos sacramentos, mas, sobretudo na Eucaristia. É tão real, tão
verdadeira que ao termino de um liturgia deve-se mover o cristão a proclamar
como outrora “vimos o senhor” ( J 20,25). A titulo de exemplo escute esta este
fragmento da homilia de Melitão de sardes: ‘Sou eu, diz o Cristo, sou eu que destruí
a morte, que triunfei sobre o inimigo...”. Santo Ambrosio endossa tal realidade
ao dizer: “ Tu te mostrastes a mim, ó Cristo, face a face, eu te encontrei nos
teus sacramentos”. O estilo de proclamar era tanto que causava alegria elevando
o coração a Deus. Era viva a liturgia. Há tantos testemunhos.Hoje a liturgia pascal
necessita uma catequese mistagogica urgente. Irmão, por que tão pouco zelo
pastoral em muitas comunidades, pouca participação na grande semana santa,
muito turismo, comunidades esvaziada. Somente pode voltar ao entuasismo de
então se nos deixamos guiar pelo Espírito santo, pela santidade de vida, pelo
zelo pastoral, pela experiência orante dos fies no itinerário da quaresma.
Deixar-se abertura ao Espírito, não tanto engessar a liturgia em ritos sem alma espiritual. Desejo que
todos digam após um itinerário quaresmal e a santa vigília pascal “vimos o
senhor”. Termino com as sugestivas palavras de Dom Henrique:
a) Reze:
“Bendito
seja o Senhor nosso Deus por tão grande dom!
Bendito seja o Cristo, nosso Deus Salvador porque Se entrega em nossas mãos como vítima e a nós Se dá como alimento de Vida eterna!
Bendito seja o Espírito Santo, Divino Paráclito, Fogo devorador, no Qual os santos dons são transubstanciados em Corpo e Sangue do Salvador, feitos oferta perfeita ao Pai e alimento de vida para nós!
Bendito seja o Reino do Pai e do Filho e do Espírito Santo agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Bendito seja o Cristo, nosso Deus Salvador porque Se entrega em nossas mãos como vítima e a nós Se dá como alimento de Vida eterna!
Bendito seja o Espírito Santo, Divino Paráclito, Fogo devorador, no Qual os santos dons são transubstanciados em Corpo e Sangue do Salvador, feitos oferta perfeita ao Pai e alimento de vida para nós!
Bendito seja o Reino do Pai e do Filho e do Espírito Santo agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
b) Como vai sua
participação na Missa dominical? Você tem se preparado para tão grande
Mistério? Procura entrar realmente no rito com piedade, humildade, admiração,
espírito de escuta, de acolhimento, de adoração? Você procura desenvolver no
seu coração respeito e devoção sagrada pelas coisas santas ou trata a Deus por
compadre? Nunca esqueça: Quem vulgariza e banaliza as coisas de Deus, perde de
Deus a noção e fica somente com um ídolo miserável... O Senhor Se revela ao
humilde, mas de longe reconhece o orgulhoso e longe dele permanece”!
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