A QUARESMA: TEMPO INTENSO DE PREPARAÇÃO PARA A SANTA PÁSCOA
A Quaresma: Tempo Intenso
de Preparação para a Santa Páscoa
1. Caros internautas, a quaresma é
um tempo de preparação para a santa páscoa. Sinto-me no dever de colocar
a disposição o sentido da natureza essencial deste sagrado tempo para que cada
fiel seguidor de Jesus tenha proveito espiritual. “A Quaresma oferece-nos a
oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com
efeito, este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de
Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se
de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a
esperança de viver a alegria pascal”. (papa Francisco). Neste ano o Santo
papa reafirma.
3. A quaresma como exprime o nome tem a
duração de quarenta dias. O numero quarenta recorda os quarenta anos do
povo no deserto e também os quarenta dias de Cristo no deserto. A Igreja com
este sagrado tempo inicia o caminho que intensifica a preparação para a Santa
páscoa. A Igreja segue este itinerário quaresmal, iniciando sempre com a quarta-feira de cinzas, prolongando-se até a
quinta-feira santa, antes da Missa na Ceia do Senhor. “Os
evangelistas indicam o sentido salvífico deste acontecimento misterioso, Jesus
é o Novo Adão, que Se mantém fiel naquilo em que o primeiro sucumbiu à
tentação. Jesus cumpre perfeitamente a vocação de Israel: contrariamente aos
que outrora, durante quarenta anos, provocaram a Deus no deserto (264), Cristo
revela-Se o Servo de Deus totalmente obediente à vontade divina.
Nisto, Jesus vence o Diabo: «amarrou o homem forte», para lhe tirar os despojos
(265). A vitória de Jesus sobre o tentador, no deserto, antecipa a
vitória da paixão, suprema obediência do seu amor filial ao Pai (CIC, n.
4. É imperativo ético e evangélico que
os ritos da quaresma não sejam externos, mas busque a conversão interior.
Os profetas como Cristo denunciavam o divórcio entre a vida e a prática. “Como
já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à conversão e à penitência não
visa primariamente as obras exteriores, «o saco e a cinza», os jejuns e as
mortificações, mas a conversão do
coração, a penitência interior: Sem ela, as obras de penitência são
estéreis e enganadoras; pelo contrário, a conversão interior impele à expressão
dessa atitude cm sinais visíveis, gestos e obras de penitência”.
5. O primeiro Domingo da quaresma é o
domingo da tentação de Jesus no deserto. “E logo que o Espírito santo o
impeliu para o deserto. E ele esteve no deserto quarenta dias, sento tentado
por satanás; e vivia entre as feras, e os anjos o serviam”. (Mc 1,12). No
entanto, Ele vence com as três armas que temos a disposição que a Igreja tem a disposição:
a arma do jejum, a arma da oração e a arma da caridade. O catecismo da
Igreja testemunha que a Escritura e os Padres insistem, sobretudo em três
formas: o jejum, a oração e a esmola que
exprimem a conversão, em relação a si mesmo, a Deus e aos outros.
6. O chamado
de Jesus a conversão é a todos os homens. Tal apelo é parte essencial do
anuncio do Reino. “O tempo chegou ao seu tempo, O Reino de Deus está
próximo, convertei-vos e crede no Evangelho (Mc 1,15). Este apelo é em
primeiro lugar aos pagãos, ou seja, os que estão apagados sem a luz da fé que
resplandeceu plenamente na ressurreição do Senhor. Tal apelo é também dirigido
a cada cristão que já segue o Senhor, mas necessita de purificação. “Ora, o apelo de
Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa
ininterrupta para toda a Igreja, que «contém pecadores no seu seio» e que é,
«ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo
constantemente no seu esforço de penitência e de renovação» (11). Este esforço
de conversão não é somente obra humana. É o movimento do “coração contrito”
(12) atraído e movido pela graça (13) para responder ao amor misericordioso de
Deus, que nos amou primeiro”. CIC 1428.
7. Renovar o batismo e celebrar o dom
da vida nova a novos seguidores sinalizam profundamente o itinerário da
quaresma. Tempo de preparar os fies para celebrar o mistério pascal. Este
sagrado tempo, desde os primeiros séculos da Igreja era o tempo do catecumenato
(preparação intensa para os adultos receberem o batismo. Recebiam uma intensa
preparação para a vivência da vida crista. Tão intensa que um cristão se
tornava um mártir na fé. Os exemplos são em grande quantidade como os grãos de
areia do mar. No entanto, como a vida crista sempre teve o perigo de esfriar,
os já batizados em Cristo se unem aos catecúmenos e renova o batismo bem como o
entusiasmo de ser cristão, preparando-se assim para a santa páscoa. Assim,
surgiu a Quaresma: tempo no qual os cristãos, pela purificação e a oração,
buscam renovar sua conversão para celebrarem na alegria espiritual a Santa
Vigília de Páscoa, na madrugada do Domingo da Ressurreição, renovando suas
promessas batismais. Renunciar o pecado e professar a fé.
As múltiplas
formas de penitência na vida cristã! Eis algumas:
8. A oração: Diz Santa
Teresinha: que a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado
para o céu, è um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da tribulação como
no meio da alegria. A igreja imitia Cristo neste tempo e se dedica mais a
oração. O Evangelista Marcos apresenta Jesus de madrugada, estando ainda
escuro, ele se levantou e retirou-se para um lugar deserto e ali orava. Um meio
simples para iniciar a pratica orante é meditar um salmo a cada dia da
quaresma. O livro dos salmos é o livro da oração do povo de Deus. Outro
meio eficaz orante é intensificar momentos de retiros. Em nossa paróquia os
fies terão a oportunidade de participar de um retiro durante todo este tempo da
quaresma. Na sede paroquial do são Gonçalo no período matutino (5:30 hs)
como tem a peregrinação de Israel e nossa. Outro modo de preparar para este
tempo é através do piedoso exercício de via sacra ás sextas e quartas feiras.
Ainda para aqueles que têm possibilidade de acompanhar a internet um excelente
site com a palavra de cada dia atualizada. As homilias de Pe. Fernando Cardoso
cf. www.padrefernandocardo.com.br. Poderá escutá-lo a
apresentação pela rede Vida, o canal da família, o seu programa o “Pão Nosso de
cada dia” no ar todos os dias sempre após o terço no período da manha, meio dia
e a noite. Outro meio excelente é acompanhar as meditações e orientações
para o sagrado tempo no sit de www.domhenrique.com.br.
E ainda outro é o do vaticano, www.vatican.va.
Quem não escuta a Palavra não cresce na fé, não se converte, não pode
produzir frutos. Permanece estéril espiritualmente.
9.A penitência: Diz o CIC n. 1438 que os
tempos e os dias de penitência no decorrer do Ano Litúrgico *tempo da quaresma,
cada sexta feira em memória da morte do Senhor são momentos fortes da pratica
penitencial da Igreja. Estes tempos são particularmente apropriados para os
exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de
penitencia, as privações voluntarias como o jejum e a esmola, a partilha
fraterna obras caritativas de e missionárias. São muitas praticas, mas cada um
è livre de escolher uma, entre tantas. Por exemplo, renunciar algum alimento
uma das refeições ou uma sobremesa. O jejum nos faz recordar quem
somos frágeis e que a vida que temos é um dom de Deus, que deve ser vivida em
união com ele. Os mais generosos podem jejuar todas as sextas-feiras da
Quaresma. Fará muitíssimo bem! Recordemo-nos que às sextas-feiras os católicos
não devem comer carne; e isto vale para o ano todo!
10.A esmola: trata-se da caridade
fraterna. O Santo padre na sua mensagem para a quaresma de 2008 sobre a
pratica da esmola diz que ela representa uma forma concreta de socorrer quem se
encontra em necessidade e, ao mesmo tempo, uma pratica ascética para se
libertar da afeição aos bens terrenos…A esmola ajuda-nos para ira o encontro
das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade
divina, possuímos. Este tempo santo podemos muitíssimo praticar as obras de
misericórdia seja corporal seja spiritual o socorro aos irmãos desfigurados de
sua dignidade cf. Mt 25. Diante de tantos irmãos que padecem no corpo e na alma
vale a advertência de são João aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu
irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o
amor de Deus cf. 1Jo 3,17. Todas as vezes que por amor de Deus partilhamos os
nossos bens com o próximo necessitado, experimentamos que a plenitude de vida
provém do amor e tudo nos retorna como bênção sob forma de paz, satisfação
interior e alegria. E mais belo ouvir do apóstolo Paulo a caridade cobre uma
multidão de pecados cf. 1pd 4,8 Quando o cristão se oferece gratuitamente a si
mesmo, testemunha que não é a riqueza material que dita às leis da existência,
mas o amor. Deste modo, o que dá valor à esmola é o amor, que inspira formas
diversas de doação, segundo as possibilidades e as condições de cada um. Na
mensagem do ano em curso ele se inspirou no versículo cuidado com o outro que
se manifesta em boas obras de caridade.
11.Somos
solidários no bem que fazemos. Tocamos aqui um elemento muito profundo da
comunhão: “a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no
mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social.
Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a
comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos
seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos
de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma
solicitude uns para com os outros» (1
Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo.
O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal,
juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com
a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua
participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na
reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com
eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar
nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a acção do Espírito
Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste “(cf. Mt 5, 16). Bento XV
A leitura da
Palavra de Deus:
12.A espiritualidade quaresmal
é caracterizada por uma mais atenta e prolongada escuta da palavra de Deus, pois
é esta palavra que ilumina o conhecimento dos próprios pecados, chama à
conversão e infunde confiança na misericórdia de Deus. O homem não vive somente
de pão, mas de toda Palavra saída da boca de Deus. Seria muitíssimo
recomendável ler durante este tempo o Livro do Êxodo ou o Profeta Jeremias ou
Oséias ou, ainda, a Epístola aos Romanos. Recomendo vivamente a leitura do
Evangelista do ano em curso, o de Marcos. Ele apresenta Jesus como o filho de
Deus e quem quiser ser seu discipulo devo caminhar no seu caminho.
13.A
conversão: “Eis o tempo da conversão!”, diz-nos São
Paulo. Continua o apostolo a falar: “Deixai-vos reconciliar com Deus 2cor 5,20.
Aquele que vive do amor misericordioso de Deus está pronto para responder
ao apelo do Senhor: vai primeiro reconciliar-te com teu irmão “ Mt
5,24. Que cada um veja um vício, um ponto fraco, que o afasta de Cristo,
e procure lutar, combatê-lo nesta Quaresma! É o que a Tradição ascética de
Igreja chama de “combate espiritual” e “luta contra os demônios”. Nossos
demônios são nossos vícios, nossas más tendências, que precisam ser combatidas.
Os antigos davam o nome de sete demônios principais: a soberba, a avareza, a
tristeza (hoje diz-se a inveja), a preguiça, a ira, a gula, a sensualidade.
Estes demônios geram outros. Na Quaresma, é necessário identificar aqueles que
são mais fortes em nós e combatê-los!
A
liturgia da Quaresma
14.Este tempo
sagrado é marcado por alguns sinais especiais nas celebrações da Igreja: A cor
da liturgia é o roxo - sinal de sobriedade, penitência e
conversão; não se canta o Glória nas missas (exceto nas
solenidades, quando houve);Igualmente omite-se, ou seja, ano se canta o Aleluia
em todas as celebrações, desde o inicio da Quaresma ate a vigília pascal,
inclusive nas solenidades e festas. Santo Agostinho fala dos dois tempos, o
tempo da quaresma e o tempo da páscoa. O tempo que precede a páscoa representa
a tribulação representa a tribulação na qual nos encontramos, aquele que vem
apos páscoa, ao invés, representa a bem aventurança que gozaremos…
transcorreremos o primeiro tempo em jejuns e oração. O outro, porém,
depois de terminados os jejuns, celebra molo em louvor. Sobre os
cânticos neste tempo. ”Cantar a quaresma é, antes de tudo, cantar a
dor que se sente pelo pecado do mundo, que, em todos os tempos e de tantas
maneiras, crucifica os filhos de e prolonga, assim, a paixão de Cristo. É um
canto de penitência e conversão, um canto sem ‘glória’ e sem ‘aleluia’ e um
canto sem flores e sem as vestes da alegria, um canto ‘das profundezas do
abismo’ em que nos colocaram nossos pecados; um grito penitente de quem implora
e suplica: ‘tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade, e conforme a
vossa misericórdia, apagai a minha iniqüidade’”. Os cantos da missa devem ter
uma melodia simples; não é permitido que se toque nenhum instrumento
musical, a não ser para sustentar o canto, em sinal de jejum dos nossos
ouvidos, que devem ser mais atentos à Palavra de Deus; não é permitido usar flores nos
altares, em sinal de despojamento e penitência (nos casamentos e
outras festas as igrejas, devem ser enfeitadas com muita sobriedade!); a partir da quinta semana da
Quaresma podem-se cobrir de roxo ou branco as imagens, em sinal de
jejum dos sentidos, sobretudo dos olhos.
15.O importante é que
todas estas práticas nos levem a uma preparação séria e empenhada para o
essencial: a Páscoa! As observâncias quaresmais não são atos folclóricos, mas
instrumentos para nos fazer crescer no processo de conversão que nos leva ao
conhecimento espiritual e ao amor de Cristo. Tenhamos em vista que o ponto alto
do caminho quaresmal é a renovação das promessas batismais na Santa Vigília
pascal e a celebração da Eucaristia de Páscoa nesta mesma Noite Santa, virada
do sábado para o Domingo da Ressurreição.
16. Imagine um
fato: se participo de todo o ritual da quaresma, com seus ritos, cânticos,
celebrações, práticos o jejuns, a oração, exercícios espirituais da
quaresma, o meu dever de penitente foi realizado. Agora chegada a semana
santa chamada - a grande semana, me ausentar com o pretexto de um turismo
religioso é um contra tstemunho. É uma falta grave que deve ser corrigida.
17.Que todos
possam ter uma intensa vivência quaresmal, para celebrarmos na alegria
espiritual a santa Páscoa do Senhor! Amados paroquianos vos desejo uma santa e
fecunda quaresma. Que a Virgem Das dores interceda por nos neste novo
peregrinar rumo à páscoa de seu Filho Bendito! Amém!
Pe. José Humberto
Ferreira
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