A QUARESMA: TEMPO INTENSO DE PREPARAÇÃO PARA A SANTA PÁSCOA


A Quaresma: Tempo Intenso de Preparação para a Santa Páscoa

1. Caros internautas, a quaresma é  um tempo de preparação para a santa páscoa. Sinto-me no dever de colocar a disposição o sentido da natureza essencial deste sagrado tempo para que cada fiel seguidor de Jesus tenha proveito espiritual. “A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito, este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal”. (papa Francisco). Neste ano o Santo papa reafirma.
2. Imagine as seguintes  situações: se um motorista não obedecer às leis de trânsitos, certamente acidente e morte. Se um estudante de medicina não se empenhar na arte de estudar, certamente sua profissão seria comprometida e a saúde do povo também, se alguém muito gordo desejasse uma nova forma para o corpo se não controla o instinto da gula, em vão o desejo. Se alguém inicia o caminho da   quaresma sem as disposições da conversão interior que se expressa em atos exteriores. Numa palavra a quaresma não atingiria o seu objetivo. Deus pela voz do profeta Joel pede a volta do povo com o coração.“Voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos” (Jo 2,12s). O jejum, a oração e a caridade são remédios contra os vícios que impedem o crescimento das virtudes teologias, ou seja, a fé, a esperança e a caridade. “Pela penitencia da quaresma, corrigis nossos vícios, elevais nossos sentimentos, fortificais nosso espírito fraterno e nos garantis uma eterna recompensa” (Prefacio da quaresma, IV).
3. A quaresma como exprime o nome tem a duração de quarenta dias.  O numero quarenta recorda os quarenta anos do povo no deserto e também os quarenta dias de Cristo no deserto. A Igreja com este sagrado tempo inicia o caminho que intensifica a preparação para a Santa páscoa. A Igreja segue este itinerário quaresmal, iniciando sempre com a quarta-feira de cinzas, prolongando-se até a quinta-feira santa, antes da Missa na Ceia do Senhor. “Os evangelistas indicam o sentido salvífico deste acontecimento misterioso, Jesus é o Novo Adão, que Se mantém fiel naquilo em que o primeiro sucumbiu à tentação. Jesus cumpre perfeitamente a vocação de Israel: contrariamente aos que outrora, durante quarenta anos, provocaram a Deus no deserto (264), Cristo revela-Se o Servo de Deus totalmente obediente à vontade divina. Nisto, Jesus vence o Diabo: «amarrou o homem forte», para lhe tirar os despojos (265). A vitória de Jesus sobre o tentador, no deserto, antecipa a vitória da paixão, suprema obediência do seu amor filial ao Pai (CIC, n.
4. É imperativo ético e evangélico que os ritos da quaresma não sejam externos, mas busque a conversão interior.  Os profetas como Cristo denunciavam o divórcio entre a vida e a prática. “Como já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à conversão e à penitência não visa primariamente as obras exteriores, «o saco e a cinza», os jejuns e as mortificações, mas a conversão do coração, a penitência interior: Sem ela, as obras de penitência são estéreis e enganadoras; pelo contrário, a conversão interior impele à expressão dessa atitude cm sinais visíveis, gestos e obras de penitência”.
5. O primeiro Domingo da quaresma é o domingo da tentação de Jesus no deserto.  “E logo que o Espírito santo o impeliu para o deserto. E ele esteve no deserto quarenta dias, sento tentado por satanás; e vivia entre as feras, e os anjos o serviam”. (Mc 1,12). No entanto, Ele vence com as três armas que temos a disposição que a Igreja tem a disposição: a arma do jejum, a arma da oração e a arma da caridade.  O catecismo da Igreja testemunha que a Escritura e os Padres insistem, sobretudo em três formas: o jejum, a oração e a esmola que exprimem a conversão, em relação a si mesmo, a Deus e aos outros.
6. O chamado de Jesus a conversão é a todos os homens. Tal apelo é parte essencial do anuncio do Reino. “O tempo chegou ao seu tempo, O Reino de Deus está próximo, convertei-vos e crede no Evangelho (Mc 1,15). Este apelo é em primeiro lugar aos pagãos, ou seja, os que estão apagados sem a luz da fé que resplandeceu plenamente na ressurreição do Senhor. Tal apelo é também dirigido a cada cristão  que já segue o Senhor, mas necessita de purificação.  “Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que «contém pecadores no seu seio» e que é, «ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e de renovação» (11). Este esforço de conversão não é somente obra humana. É o movimento do “coração contrito” (12) atraído e movido pela graça (13) para responder ao amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro”. CIC 1428.
7. Renovar o batismo e celebrar o dom da vida nova a novos seguidores sinalizam profundamente o itinerário da quaresma. Tempo de preparar os fies para celebrar o mistério pascal. Este sagrado tempo, desde os primeiros séculos da Igreja era o tempo do catecumenato (preparação intensa para os adultos receberem o batismo. Recebiam uma intensa preparação para a vivência da vida crista. Tão intensa que um cristão se tornava um mártir na fé. Os exemplos são em grande quantidade como os grãos de areia do mar. No entanto, como a vida crista sempre teve o perigo de esfriar, os já batizados em Cristo se unem aos catecúmenos e renova o batismo bem como o entusiasmo de ser cristão, preparando-se assim para a santa páscoa. Assim, surgiu a Quaresma: tempo no qual os cristãos, pela purificação e a oração, buscam renovar sua conversão para celebrarem na alegria espiritual a Santa Vigília de Páscoa, na madrugada do Domingo da Ressurreição, renovando suas promessas batismais. Renunciar o pecado e professar a fé.

As múltiplas formas de penitência na vida cristã! Eis algumas:

8. A oração: Diz Santa Teresinha: que a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, è um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da tribulação como no meio da alegria. A igreja imitia Cristo neste tempo e se dedica mais a oração. O Evangelista Marcos apresenta Jesus de madrugada, estando ainda escuro, ele se levantou e retirou-se para um lugar deserto e ali orava. Um meio simples para iniciar a pratica orante é meditar um salmo a cada dia da quaresma.  O livro dos salmos é o livro da oração do povo de Deus. Outro meio eficaz orante é intensificar momentos de retiros. Em nossa paróquia os fies terão a oportunidade de participar de um retiro durante todo este tempo da quaresma. Na sede paroquial do são Gonçalo  no período matutino (5:30 hs) como tem a peregrinação de Israel e nossa. Outro modo de preparar para este tempo é através do piedoso exercício de via sacra ás sextas e quartas feiras. Ainda para aqueles que têm possibilidade de acompanhar a internet um excelente site com a palavra de cada dia atualizada. As homilias de Pe. Fernando Cardoso cf. www.padrefernandocardo.com.br. Poderá escutá-lo a apresentação pela rede Vida, o canal da família, o seu programa o “Pão Nosso de cada dia” no ar todos os dias sempre após o terço no período da manha, meio dia e a noite. Outro meio excelente é acompanhar  as meditações e orientações para o sagrado tempo no sit de  www.domhenrique.com.br. E ainda outro é o do vaticano, www.vatican.va.
Quem não escuta a Palavra não cresce na fé, não se converte, não pode produzir frutos. Permanece estéril espiritualmente.
9.A penitência: Diz o CIC n. 1438 que os tempos e os dias de penitência no decorrer do Ano Litúrgico *tempo da quaresma, cada sexta feira em memória da morte do Senhor são momentos fortes da pratica penitencial da Igreja. Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitencia, as privações voluntarias como o jejum e a esmola, a partilha fraterna obras caritativas de e missionárias. São muitas praticas, mas cada um è livre de escolher uma, entre tantas. Por exemplo, renunciar algum alimento uma das refeições ou uma sobremesaO jejum nos faz recordar quem somos frágeis e que a vida que temos é um dom de Deus, que deve ser vivida em união com ele. Os mais generosos podem jejuar todas as sextas-feiras da Quaresma. Fará muitíssimo bem! Recordemo-nos que às sextas-feiras os católicos não devem comer carne; e isto vale para o ano todo!
10.A esmola: trata-se da caridade fraterna. O Santo padre na sua mensagem  para a quaresma de 2008 sobre a pratica da esmola diz que ela representa uma forma concreta de socorrer quem se encontra em necessidade e, ao mesmo tempo, uma pratica ascética para se libertar da afeição aos bens terrenos…A esmola ajuda-nos para ira o encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos. Este tempo santo podemos muitíssimo praticar as obras de misericórdia seja corporal seja spiritual o socorro aos irmãos desfigurados de sua dignidade cf. Mt 25. Diante de tantos irmãos que padecem no corpo e na alma vale a advertência de são João aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus cf. 1Jo 3,17. Todas as vezes que por amor de Deus partilhamos os nossos bens com o próximo necessitado, experimentamos que a plenitude de vida provém do amor e tudo nos retorna como bênção sob forma de paz, satisfação interior e alegria. E mais belo ouvir do apóstolo Paulo a caridade cobre uma multidão de pecados cf. 1pd 4,8 Quando o cristão se oferece gratuitamente a si mesmo, testemunha que não é a riqueza material que dita às leis da existência, mas o amor. Deste modo, o que dá valor à esmola é o amor, que inspira formas diversas de doação, segundo as possibilidades e as condições de cada um. Na mensagem do ano em curso ele se inspirou no versículo cuidado com o outro que se manifesta em boas obras de caridade.
11.Somos solidários no bem que fazemos. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: “a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a acção do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste “(cf. Mt 5, 16). Bento XV

A leitura da Palavra de Deus:
12.A espiritualidade quaresmal é caracterizada por uma mais atenta e prolongada escuta da palavra de Deus, pois é esta palavra que ilumina o conhecimento dos próprios pecados, chama à conversão e infunde confiança na misericórdia de Deus. O homem não vive somente de pão, mas de toda Palavra saída da boca de Deus. Seria muitíssimo recomendável ler durante este tempo o Livro do Êxodo ou o Profeta Jeremias ou Oséias ou, ainda, a Epístola aos Romanos. Recomendo vivamente a leitura do Evangelista do ano em curso, o de Marcos. Ele apresenta Jesus como o filho de Deus e quem quiser ser seu discipulo devo caminhar no seu caminho.
13.A conversão: “Eis o tempo da conversão!”, diz-nos São Paulo. Continua o apostolo a falar: “Deixai-vos reconciliar com Deus 2cor 5,20. Aquele que vive do amor misericordioso de Deus está pronto  para responder ao apelo do Senhor: vai primeiro reconciliar-te  com teu irmão “ Mt 5,24.  Que cada um veja um vício, um ponto fraco, que o afasta de Cristo, e procure lutar, combatê-lo nesta Quaresma! É o que a Tradição ascética de Igreja chama de “combate espiritual” e “luta contra os demônios”. Nossos demônios são nossos vícios, nossas más tendências, que precisam ser combatidas. Os antigos davam o nome de sete demônios principais: a soberba, a avareza, a tristeza (hoje diz-se a inveja), a preguiça, a ira, a gula, a sensualidade. Estes demônios geram outros. Na Quaresma, é necessário identificar aqueles que são mais fortes em nós e combatê-los!

A liturgia da Quaresma
14.Este tempo sagrado é marcado por alguns sinais especiais nas celebrações da Igreja: A cor da liturgia é o roxo - sinal de sobriedade, penitência e conversão; não se canta o Glória nas missas (exceto nas solenidades, quando houve);Igualmente omite-se, ou seja, ano se canta o Aleluia em todas as celebrações, desde o inicio da Quaresma ate a vigília pascal, inclusive nas solenidades e festas. Santo Agostinho fala dos dois tempos, o tempo da quaresma e o tempo da páscoa. O tempo que precede a páscoa representa a tribulação representa a tribulação na qual nos encontramos, aquele que vem apos páscoa, ao invés, representa a bem aventurança que gozaremos… transcorreremos  o primeiro tempo em jejuns e oração. O outro, porém, depois de terminados os jejuns, celebra molo em louvor. Sobre os cânticos neste tempo. ”Cantar a quaresma é, antes de tudo, cantar a dor que se sente pelo pecado do mundo, que, em todos os tempos e de tantas maneiras, crucifica os filhos de e prolonga, assim, a paixão de Cristo. É um canto de penitência e conversão, um canto sem ‘glória’ e sem ‘aleluia’ e um canto sem flores e sem as vestes da alegria, um canto ‘das profundezas do abismo’ em que nos colocaram nossos pecados; um grito penitente de quem implora e suplica: ‘tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade, e conforme a vossa misericórdia, apagai a minha iniqüidade’”. Os cantos da missa devem ter uma melodia simples; não é permitido que se toque nenhum instrumento musical, a não ser para sustentar o canto, em sinal de jejum dos nossos ouvidos, que devem ser mais atentos à Palavra de Deus; não é permitido usar flores nos altares, em sinal de despojamento e penitência (nos casamentos e outras festas as igrejas, devem ser enfeitadas com muita sobriedade!); a partir da quinta semana da Quaresma podem-se cobrir de roxo ou branco as imagens, em sinal de jejum dos sentidos, sobretudo dos olhos.
15.O importante é que todas estas práticas nos levem a uma preparação séria e empenhada para o essencial: a Páscoa! As observâncias quaresmais não são atos folclóricos, mas instrumentos para nos fazer crescer no processo de conversão que nos leva ao conhecimento espiritual e ao amor de Cristo. Tenhamos em vista que o ponto alto do caminho quaresmal é a renovação das promessas batismais na Santa Vigília pascal e a celebração da Eucaristia de Páscoa nesta mesma Noite Santa, virada do sábado para o Domingo da Ressurreição.
16. Imagine um fato: se participo de todo o ritual da quaresma, com seus ritos, cânticos, celebrações, práticos o  jejuns, a oração, exercícios espirituais da quaresma, o meu dever  de penitente foi realizado. Agora chegada a semana santa chamada -  a grande semana, me ausentar com o pretexto de um turismo religioso é um contra tstemunho. É uma falta grave que deve ser corrigida.
17.Que todos possam ter uma intensa vivência quaresmal, para celebrarmos na alegria espiritual a santa Páscoa do Senhor! Amados paroquianos vos desejo uma santa e fecunda quaresma. Que a Virgem Das dores interceda por nos neste novo peregrinar rumo à páscoa de seu Filho Bendito! Amém!


Pe. José Humberto Ferreira

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