Textos Bíblicos da Semana Santa do Natal de 17 a 23 de Dezembro

TEXTOS BÍBLICOS da IV SEMANA DO ADVENTO

17 de Dezembro

Primeira       Leitura


Do Livro do Profeta Isaías 45,1-13

A salvação de Israel através de Ciro
Isto diz o Senhor sobre Ciro, seu Ungido:
“Tomei-o pela mão
para submeter os povos ao seu domínio,
dobrar o orgulho dos reis,
abrir todas as portas à sua marcha,
e para não deixar trancar os portões.
2
 Irei diante de ti e aplanarei o terreno montanhoso;
farei em pedaços as portas de bronze,
quebrarei as trancas de ferro.
3
 Dar-te-ei tesouros ocultos, riquezas escondidas,
para que saibas que eu sou o Senhor,
o Deus de Israel, que te chamou pelo teu nome.
Por causa de meu servo Jacó,
e de meu eleito Israel, chamei-te pelo nome;
reservei-te, e não me reconheceste.
Eu sou o Senhor, não existe outro:
fora de mim não há deus.
Armei-te guerreiro, sem me reconheceres,
para que todos saibam, do Oriente ao Ocidente,
que fora de mim outro não existe.
Eu sou o Senhor, e não há outro,
eu formei a luz e criei as trevas,
crio o bem-estar e as condições de mal-estar:
sou o Senhor que faço todas estas coisas.
Céus, deixai cair orvalho das alturas,
e que as nuvens façam chover justiça;
abra-se a terra e germine a salvação;
brote igualmente a justiça; eu, o Senhor, a criei.”
Ai daquele que reclama contra seu criador,
quando é simples vasilha de barro entre vasilhas de argila!
Porventura a argila dirá a quem a molda:
“O que estás fazendo?Ó ou “tua obra não tem asas?”
10
 Ai daquele que diz ao pai: “Por que geraste?”
E à mulher: “Por que dás à luz?”
11 
Assim fala o Senhor, o Santo de Israel e seu criador:
“Ireis consultar-me sobre o futuro de meus filhos,
ou fazer-me prescrições a respeito do que devo fazer?
12 
Fui eu que fiz a terra,
eu criei os homens que vivem nela;
foram as minhas mãos que estenderam o céu,
e a todo o seu exército eu dei ordens.
13 
Fui eu que o suscitei na justiça,
aplainando todos os seus caminhos;
ele reconstruirá minha cidade,
e repatriará os meus deportados,
sem pagar resgates ou indenização”
– diz o Senhor dos exércitos.



Meditação de Padre Fernando Cardoso

Comentário por Padre José Humberto
Caro internauta o texto abaixo é de são Leão Magno, papa. É magnífico. Nele o santo papa apresenta o motivo da vinda do filho de Deus entre os homens. E tal motivo foi conceder-nos a graça da reconciliação. Por que o Filho de Deus fez-Se carne?. O verbo fez-se carne para nos salvar, reconciliando-nos com Deus (cf. 1 Jo 4,14). De fato sem a sua vinda, nós não poderíamos voltar para o senhor. Necessitávamos por causa de nossa natureza ferida. ”Enferma a nossa natureza precisava ser curada; decaída, precisava ser elevada; morta precisava ser ressuscitada”. (São Gregório de Nissa).
O santo papa ajuda-nos a perceber que o Filho de Deus vincula-se a historia da humanidade narrado pelos Evangelistas da infância de Jesus. Mateus vincula Jesus a historia de Israel com os seus principais protagonistas, o pai Abrão até José, o esposo se Maria, do qual nascerá o salvador.  Lucas vincula Jesus a Adão a dizer que o Filho de Deus assume a natureza humana e nela salva a toda a humanidade. Cristo, novo Adão salva o velho adão. O santo papa conclui o texto em afirmar que era necessária a encarnação para realizar-se a salvação. “Dessa admirável união, brilhou para nós o sacramento da regeneração, para que renascêssemos espiritualmente pelo mesmo Espírito por quem o Cristo foi concebido e nasceu”. Bom Advento!

Pe. Humberto
Texto Patrística

Das Cartas de São Leão Magno, papa
(Ep. 31,2-3: PL 54, 791-793)
(Séc. V)

O mistério de nossa reconciliação
De nada serve afirmar que nosso Senhor, filho da Virgem Maria, é verdadeiro e perfeito homem, se não se acredita que ele também pertence a essa descendência proclamada no Evangelho.
Escreve São Mateus: Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão (Mt 1,1). E, a seguir, apresenta a série de gerações desde os primórdios da humanidade até José, com quem estava desposada a Mãe do Senhor.
São Lucas, porém, percorrendo em sentido inverso a ordem dos descendentes, chega ao começo do gênero humano, para mostrar que o primeiro e o último Adão têm a mesma natureza.
Com efeito, seria possível à onipotência do Filho de Deus, para ensinar e justificar os homens, manifestar-se do mesmo modo que aparecera aos patriarcas e profetas, como, por exemplo, quando travou uma luta ou manteve uma conversa, ou quando aceitou os serviços da hospitalidade a ponto de tomar o alimento que lhe apresentaram.
Mas essas aparições eram imagens, sinais misteriosos, que anunciavam a realidade humana do Cristo, assumida da descendência daqueles antepassados.
Nenhuma daquelas figuras, entretanto, poderia realizar o mistério da nossa reconciliação, preparado desde a eternidade, porque o Espírito Santo ainda não tinha descido sobre a Virgem Maria, nem o poder do Altíssimo a tinha envolvido com a sua sombra; a Sabedoria eterna não edificara ainda a sua casa no seio puríssimo de Maria para que o Verbo se fizesse homem; o Criador dos tempos ainda não tinha nascido no tempo, unindo a natureza divina e a natureza humana numa só pessoa, de modo que aquele por quem tudo foi criado fosse contado entre as suas criaturas.
Se o homem novo, revestido de uma carne semelhante à do pecado (cf. Rm 8,3), não tivesse assumido a nossa condição, envelhecida pelo pecado; se ele, consubstancial ao Pai, não se tivesse dignado ser também consubstancial à Mãe e unir a si nossa natureza, com exceção do pecado, a humanidade teria permanecido cativa sob o jugo do demônio; e não poderíamos nos beneficiar do triunfo do Vencedor, se esta vitória fosse obtida numa natureza diferente da nossa.
Dessa admirável união, brilhou para nós o sacramento da regeneração, para que renascêssemos espiritualmente pelo mesmo Espírito por quem o Cristo foi concebido e nasceu.
Por isso diz o Evangelista, referindo-se aos que crêem: Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo 1,13).


18 de Dezembro


Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías 46,1-13

Contra os ídolos da Babilônia
Caiu Bel, Nebo ficou prostrado;
esses ídolos são postos em cima de bestas de carga;
– transporte de estátuas pesadas em animais cansados.
2
 Elas começaram a pender e ruíram,
não resistiram ao peso;
os dois vão para o cativeiro.
Ouvi-me, casa de Jacó
e todos os remanescentes da casa de Israel,
que eu carreguei desde o ventre materno,
que eu gerei e dei à luz.
Serei o mesmo até à vossa velhice
e ainda vos carregarei até os cabelos brancos;
como vos criei, eu vos manterei,
carregarei nos braços e salvarei.
A quem me assemelhais e igualais,
com quem me comparais, para sermos semelhantes?
Os que têm muito ouro na sacola
e pesam prata na balança,
esses contratam o ourives para fazer um deus,
e depois prostram-se e adoram-no.
Tomam-no às costas
e colocam-no em seu devido lugar;
aí fica, não se mexerá mais dali;
agora, se alguém chamar por ele, não responde;
não o salvará em sua aflição.
Lembrai-vos disso e tende vergonha;
entrai em vós mesmos, pecadores.
Recordai o tempo passado;
– eu sou vosso Deus, não há outro,
não há um Deus semelhante a mim.
10 
Sou eu o que anuncio desde o começo as últimas coisas,
quando ainda não tinham acontecido,
e digo: “Minha resolução permanecerá,
realizarei tudo o que for de minha vontade”.
11 
Sou o que chamo do Oriente uma ave de rapina
e chamo do país distante o homem de meus desígnios:
disse, e os trarei, ordenei e farei cumprir.
12
 Ouvi-me, gente de coração duro,
sempre distantes da justiça.
13
 Fiz apressar minha justiça, ela não está longe;
minha salvação não tardará,
trarei minha salvação para Sião,
minha glória para Israel.



Meditação de Padre Fernando Cardoso

Comentário por Padre José Humberto
Caros internautas o Catecismo da Igreja católica faz uma pergunta fundamental, mas responde com várias respostas. A pergunta fundamental é por que é que o Verbo encarnou? As respostas são por nós, homens, e para nossa salvação. Estávamos inimigos de Deus pelo pecado, separado de Deus pela morte que o pecado gera, sem a mínima possibilidade de voltar a amizade. Ele vem, portanto, salvar, reconciliando-nos como Pai pelo mistério do natal e da Páscoa. Salvando-nos manifestou-nos o amor de Deus para que assim conhecêssemos não somente pela razão, mas pelo fé. Assumindo assim a nossa natureza e revelando o amor com a presença o Filho se faz carne para ser modelo de Filho a todos nós. Modelo no amor, modelo na missão, modelo em fazer a vontade do Pai. A razão magnífica da sua vinda é tornar cada pessoa Filho amado de Deus.  A carta a Diogneto faz eco a tal idéia. Leia meditando.
Quem de nós poderia jamais esperar tamanha generosidade? O que poderia apagar nossos pecados a não ser sua justiça? Por quem poderíamos ser justificados, nós, ímpios maus, senão pelo Filho de Deus? Ó doce intercâmbio, ó misteriosa iniciativa, ó surpreendente benefício, ser a iniqüidade de muitos vencida por um só justo e a justiça de um só justificar muitos ímpios! Agora medita a carta. Bom avento rumo ao Natal bem próximo.
 Pe. Humberto
Texto Patrística

Segunda leitura
Da Carta a Diogneto
(Cap. 8, 5–9, 5: Funk 1, 325-327)
(Séc. II)

Por seu Filho, Deus nos revelou seu amor
Nenhum homem viu a Deus nem o conheceu, mas ele mesmo se manifestou. Manifestou-se pela fé, pois só a ela é concedida a visão de Deus. O Senhor e Criador do universo, Deus, que fez todas as coisas e as dispôs em ordem, não só amou os homens, mas também foi paciente com eles. Deus sempre foi, é e será o mesmo: benigno e bom, isento de ira, veraz; só ele é bom. E quando concebeu seu grande e inefável desígnio, só o comunicou a seu Filho. Enquanto mantinha oculto e em reserva seu plano de sabedoria, parecia abandonar-nos e esquecer-se de nós. Mas, quando revelou por seu Filho amado e manifestou o que havia preparado desde o princípio, ofereceu-nos tudo ao mesmo tempo: participar de seus benefícios, ver e compreender. Quem de nós poderia jamais esperar tamanha generosidade? O que poderia apagar nossos pecados a não ser sua justiça? Por quem poderíamos ser justificados, nós, ímpios e maus, senão pelo Filho de Deus?
Tendo Deus, portanto, tudo disposto em si mesmo com o seu Filho, deixou-nos, até estes últimos tempos, seguir nossos impulsos desordenados, desviados do caminho reto pelos maus prazeres e paixões. Não que ele tivesse algum gosto com nossos pecados; tolerando-os, não aprovava aquele tempo de iniquidade, mas preparava este tempo de justiça. Assim, convencidos de termos sido, naquele período, indignos da vida em razão de nossas obras, tornemo-nos agora dignos dela pela bondade de Deus. E depois de mostrar nossa incapacidade de entrar pelas próprias forças no Reino de Deus, nos tornemos capazes disso pelo poder divino.
Quando, pois, a nossa iniquidade atingiu o auge e se tornou manifesto que a paga merecida do castigo e da morte estava iminente, chegou o tempo estabelecido por Deus para revelar sua bondade e poder. Ó imensa benignidade e amor de Deus! Ele não nos odiou, não nos rejeitou nem se vingou de nós, mas nos suportou com paciência. Cheio de compaixão, assumiu nossos pecados, entregou seu próprio Filho como preço de nossa redenção: o santo pelos pecadores, o inocente pelos maus, o justo pelos injustos, o incorruptível pelos corruptíveis, o imortal pelos mortais. O que poderia apagar nossos pecados a não ser sua justiça? Por quem poderíamos ser justificados, nós, ímpios e maus, senão pelo Filho de Deus?
Ó doce intercâmbio, ó misteriosa iniciativa, ó surpreendente benefício, ser a iniquidade de muitos vencida por um só justo e a justiça de um só justificar muitos ímpios!

19 de Dezembro



Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías 47,1.3b-15
Lamentação sobre a Babilônia
Desce, senta-te no pó,
jovem cidade da Babilônia;
senta-te no chão, sem trono, cidade dos caldeus,
porque não mais serás chamada
a meiga e delicada.
3b
 “Tomarei vingança, a ninguém perdoarei”,
4
 diz o nosso libertador,
cujo nome é: Senhor dos exércitos,
Santo de Israel.
5
 Senta-te bem calada, fica no escuro,
cidade dos caldeus,
pois não serás mais chamada
a Senhora dos reinos.
6
 Irritei-me, sim, contra meu povo,
rejeitei minha herança profanada,
entreguei-os às tuas mãos;
não tiveste dó nem piedade deles,
e carregaste demais sobre os idosos o peso da escravidão,
7
 e disseste: “Eu serei soberana para sempre”.
Não te ocorreram à mente tais coisas
nem suspeitaste de teu destino final.
E agora, escuta isto, ó vaidosa,
que vivias em segurança e dizias no teu coração:
“Eu sou única, não há outra igual a mim,
não ficarei viúva
nem sofrerei privação de filhos”.
9
 Cairão sobre ti esses dois males,
de repente e de uma só vez:
viuvez e privação dos filhos,
chegaram de improviso sobre ti
por causa de teus inúmeros crimes,
por causa da abundância dos teus encantos.
10 
Tiveste confiança em tua malícia
e disseste: “Não há quem me veja”.
Esta sabedoria e esta ciência te enganaram.
E dizias, cheia de ti:
“Eu sou única, não há outra igual a mim”.
11
 Cairá sobre ti uma desgraça
que não saberás evitar;
virá sobre ti um mal
que não poderás suportar;
virá de repente sobre ti
uma calamidade como nunca viste.
12 
Deixa-te ficar com teus encantos
e com os inúmeros crimes
em que te envolveste desde a juventude:
talvez isso te ajude, talvez te atemorize.
13
 Fracassaste em tuas inúmeras previsões;
apareçam para salvar-te os que estudam o céu
e contemplam os astros,
os que costumam anunciar-te o futuro
a cada passagem da lua nova.
14
 Ei-los feitos como palha,
pois o fogo os queimou.
Não se livrarão a si mesmos da força da chama;
não são brasas para aquecer
nem lareira para se estar ao lado.
15 
Assim acabam esses fautores de encantos
pelos quais te fatigaste desde a tua juventude;
cada um deles corre para seu lado,
não há ninguém que venha em teu socorro.



Meditação de Padre Fernando Cardoso

Comentário por Padre José Humberto
Caros internautas o texto é de uma beleza fascinadora. Fascinadora porque evidencia a nossa incapacidade de salva - nos da escravidão do pecado e o Dom imerecido que Deus nos concede.  Diz o santo bispo que “a glória do homem é Deus; mas quem se beneficia das obras de Deus e de toda a sua sabedoria e poder é o homem”. A perda da graça pela desobediência do homem é devolvida em grau mais elevada com a encarnação redentora. No entanto, a conjunção condicional “se’ pode limitar a ação da graça em nós. O nosso “não’ é respeitado, mas não nos deifica. A solução é Jesus o “Sim” definitivo de Deus para a humanidade.
É freqüente a expressão dos padres da Igreja o que não é assumido não é redimido. Cristo assume a nossa carne para nela salvar-nos com a sua páscoa. “O Verbo de Deus habitou no homem e se fez filho do homem, para acostumar o homem a compreender a Deus e Deus a habitar no homem, segundo a vontade do Pai”. Medite o texto com uma certeza Deus é amor e o amor me salva. Boa leitura e bom advento!
Pe. Humberto

Segunda leitura
Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo
(Lib. 3,20, 2-3: SCh 34, 342-344)
(Sec. II)

A economia da Encarnação redentora
A glória do homem é Deus; mas quem se beneficia das obras de Deus e de toda a sua sabedoria e poder é o homem.
Semelhante ao médico que demonstra sua competência no doente, assim Deus se manifesta nos homens. Eis por que o Apóstolo Paulo diz: Deus encerrou todos os homens na desobediência, a fim de exercer misericórdia para com todos (Rm 11,32). Referia-se ao homem que, por ter desobedecido a Deus, perdeu a imortalidade, mas depois obteve misericórdia, recebendo a adoção por intermédio do Filho de Deus.
Se o homem acolhe, sem orgulho nem presunção, a verdadeira glória que procede das criaturas e do criador, isto é, de Deus todo-poderoso que dá a tudo a existência, e se permanece em seu amor, na obediência e na ação de graças, receberá dele uma glória ainda maior, progredindo sempre mais, até se tornar semelhante àquele que morreu por ele.
Com efeito, Cristo se revestiu de uma carne semelhante à do pecado (Rm 8,3) para condenar o pecado e, depois de o condenar, expulsá-lo da carne. Tudo isso para incentivar o homem a tornar-se semelhante a ele, destinando-o a ser imitador de Deus, colocando-o sob a obediência paterna, a fim de que visse a Deus e tivesse acesso ao Pai. O Verbo de Deus habitou no homem e se fez filho do homem, para acostumar o homem a compreender a Deus e Deus a habitar no homem, segundo a vontade do Pai.
Por esse motivo, o sinal de nossa salvação, o Emanuel nascido da Virgem (cf. Is 7,11.14), foi dado pelo próprio Senhor; pois seria ele quem salvaria os homens, já que não poderiam salvar-se por si mesmos. Por isso São Paulo proclama a fraqueza do homem, dizendo: Estou ciente de que o bem não habita em mim (Rm 7,18), indicando que o bem de nossa salvação não vem de nós, mas de Deus. E ainda: Infeliz que sou! Quem me libertará deste corpo de morte? (Rm 7,24). E logo mostra quem o liberta: A graça de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Rm 7,25).
Também Isaías diz: Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para nos salvar” (cf. Is 35,3-4). Na verdade, nossa salvação não poderia vir de nós mesmos, mas unicamente do socorro de Deus.

 20 de Dezembro

Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías 48,1-11

Só Deus é o Senhor do tempo futuro
1 Ouvi isto, casa de Jacó
que tendes o nome de Israel
e emanastes da fonte de Judá,
que jurais no nome do Senhor
e invocais o Deus de Israel
não em verdade nem em justiça.
Outros foram chamados da cidade santa
e apoiaram-se sobre o Deus de Israel;
o seu nome é Deus dos exércitos.
Desde há muito tempo eu fiz as primeiras revelações;
saíram da minha boca
e eu as fiz ouvir;
eu agi num instante e as coisas apareceram.
4
 Sei que és um povo rude,
com nervos de ferro na cabeça,
e que tua fronte é de bronze.
Desde há muito tempo eu te fazia predições
e anunciava as coisas antes de acontecerem,
para que não dissesses: “Meu ídolo fez isto;
são obras da estátua ou da imagem fundida”.
Tudo que ouviste, podes verificá-lo;
e isto não deve também ser anunciado?
Agora te farei ouvir umas mensagens novas,
ainda em segredo, e que desconheces.
7
 São fatos acontecidos agora e não outrora,
antes não ouviste falar deles,
para que não digas: “Olha, eu já sabia disso”.
Nem ouviste nem tomaste conhecimento
nem nunca se abriu para eles teu ouvido;
pois eu é que sei quanto és infiel,
e posso te chamar um desleal nato.
9
 Por meu nome afastarei para longe minha ira
e por minha honra me dominarei
para não te destruir.
10 
Eu te passei pelo fogo, não como prata,
mas para te provar no forno da miséria.
11 
Por causa de mim, sim, por causa de mim,
farei com que meu nome não seja blasfemado;
não cederei minha glória a nenhum outro.



Meditação de Padre Fernando Cardoso

Comentário por Padre José Humberto
 Por que demoras? Por que hesitas?  Crê, consente, recebe Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38).
Irmão o sim da Virgem te encoraje no teu sim a Jesus. Sejas fiel para tu conceberes Jesus e carregar também no teu coração durante a tua existência. Bom advento com Maria
Pe. Humberto

Segunda leitura
Das Homilias em louvor da Virgem Mãe, de São Bernardo, abade
(Hom. 4,8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4, [1966], 53-54)
(Séc. XII)

O mundo inteiro espera a resposta de Maria
Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.
Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.
Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés.
E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.
Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.
Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.
Abre, ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38).

21 de Dezembro

Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías 48,12-21; 49,9b-13

O novo Êxodo
Eis o que diz o Senhor:
48,12 
“Ouve-me, Jacó,
ouve-me, Israel, a quem eu chamei;
eu, eu sou o primeiro
e eu sou o último.
13
 Minha mão firmou a terra
e minha direita estendeu os céus;
eu os chamo, e eles se apresentam.
14 
Reuni-vos todos e ouvi:
quem dentre estranhos anunciou estas coisas?
O Senhor amou esse homem;
realizará com ele sua vontade na Babilônia
e desfechará a força do seu braço nos caldeus.
15 
Eu, eu falei e o chamei;
eu o conduzi, e seu caminho foi vitorioso.
16 
Aproximai-vos e ouvi isto:
desde o princípio não falei às escondidas,
eu estava presente aos fatos
antes que acontecessem;
e agora, diz aquele homem,
o Senhor Deus me enviou com o seu espírito”.
17 
Isto diz o Senhor, o teu libertador,
o Santo de Israel:
“Eu, o Senhor teu Deus, te ensino coisas úteis,
te conduzo pelo caminho em que andas.
18
 Ah, se tivesses observado os meus mandamentos!
Tua paz teria sido como um rio
e a tua justiça como as ondas do mar;
19 
tua descendência seria como a areia do mar
e os filhos do teu ventre como os grãos de areia;
este nome não teria desaparecido
nem teria sido cancelado de minha presença.
20 
Deixai Babilônia, fugi dos caldeus:
proclamai isto com gritos de alegria;
fazei-vos ouvir até às extremidades da terra,
dizei: ‘O Senhor resgatou seu servo Jacó’.
21 
Não sofreram sede,
quando os guiou pelo deserto;
para eles tirou água das pedras,
pois, ao rachar a pedra, as águas correram.
49,9b
 Alimentam-se pelas estradas
e até nas colinas estéreis se abastecem;
10 
não sentem fome nem sede,
não os castiga nem o calor nem o sol,
porque o seu protetor toma conta deles
e os conduz às fontes d’água.
11 
Farei de todos os montes uma estrada
e os meus caminhos serão nivelados.
12
 Eis que estão vindo de longe,
uns chegam do Norte e do lado do mar,
e outros, da terra de Sinim”.
13 
Louvai, ó céus, alegra-te, terra;
montanhas, fazei ressoar o louvor,
porque o Senhor consola o seu povo
e se compadece dos pobres.
Responsório Cf. Is 49,13; Sl 71(72),7
R. Cantai, ó us, e exulte a terra,
gritai, ó montes, de alegria:
o próprio Deus virá a nós,
* O Senhor se compadece de seu povo, dos aflitos.
V. Nos seus dias a justiça flori
e grande paz até que a lua perca o brilho. * O Senhor.



Meditação de Padre Fernando Cardoso

Comentário por Padre José Humberto
 Do sim da Virgem a Deus segue o seu sim a Isabel. Da visita de Deus a virgem segue a visita de Maria a sua prima Isabel. Foi anunciado pelo anjo tal prodígio para fortalecer a fé de Maria. Sua prima estéril ficará grávida e será mãe do precursor, João batista. Prodígio maior, a Virgem Maria será mãe do salvador. Pergunta o santo bispo: Já plena de Deus, aonde ir depressa senão às alturas? A graça do Espírito Santo ignora a lentidão. Deus manifesta as maravilhas prometida nas duas santas mulheres, e nos dois meninos. Caro internauta esteja atento para a moção destes protagonistas da salvação. Todos eles são exemplos na espera do salvador que vem. “Felizes sois também vós, que ouvistes e acreditastes, pois toda alma que possui a fé concebe e dá à luz a Palavra de Deus e conhece suas obras. Esteja em cada um de vós a alma de Maria para engrandecer o Senhor: em cada um esteja o espírito de Maria para exultar em Deus”. Que a visita da virgem inspire-te a visitar os teus irmãos para levar o Evangelho de Jesus. Bom advento na proximidade do natal do senhor.

Pe. Humberto

Segunda leitura
Da Exposição sobre o Evangelho de São Lucas, de Santo Ambrósio, bispo
(Lib. 2, 19. 22-23. 26-27: CCL 14, 39-42)
(Séc. IV)

A visitação da Virgem Maria
O Anjo anunciara à Virgem Maria coisas misteriosas. Para fortalecer sua fé com um exemplo, anunciou-lhe a maternidade de uma mulher idosa e estéril, como prova de que é possível a Deus tudo que ele quer.
Logo ao ouvir a notícia, Maria dirigiu-se às montanhas, não por falta de fé na profecia ou falta de confiança na mensagem, nem por duvidar do exemplo dado, mas guiada pela felicidade de ver cumprida a promessa, levada pela vontade de prestar um serviço, movida pelo impulso interior de sua alegria.
Já plena de Deus, aonde ir depressa senão às alturas? A graça do Espírito Santo ignora a lentidão. Manifestam-se imediatamente os benefícios da chegada de Maria e da presença do Senhor, pois quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança exultou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo (Lc 1,41).
Notai como cada palavra está escolhida com perfeita precisão e propriedade: Isabel foi a primeira a ouvir a voz, mas João foi o primeiro a pressentir a graça; aquela ouviu segundo a ordem da natureza, este exultou em virtude do mistério. Ela percebeu a chegada de Maria, ele, a do Senhor; a mulher ouviu a voz da mulher, o menino sentiu a presença do Filho; elas proclamam a graça de Deus, eles realizam-na interiormente, iniciando no seio de suas mães o mistério de misericórdia; e, por um duplo milagre, as mães profetizam sob a inspiração de seus filhos.
A criança exultou, a mãe ficou cheia do Espírito Santo. A mãe não se antecipou ao filho; mas estando o filho cheio do Espírito Santo, comunicou-o a sua mãe. João exultou; o espírito de Maria também exultou. A alegria de João se comunica a Isabel; quanto a Maria, porém, não nos é dito que recebesse então o Espírito, mas que seu espírito exultou. – Aquele que é incompreensível agia em sua mãe de modo incompreensível – Isabel recebe o Espírito Santo depois de conceber; Maria recebeu antes. Por isso, Isabel diz a Maria: Feliz és tu que acreditaste (cf. Lc 1,45).
Felizes sois também vós, que ouvistes e acreditastes, pois toda alma que possui a fé concebe e dá à luz a Palavra de Deus e conhece suas obras.
Esteja em cada um de vós a alma de Maria para engrandecer o Senhor: em cada um esteja o espírito de Maria para exultar em Deus. Embora segundo a natureza haja uma só Mãe do Cristo, segundo a fé o Cristo é o fruto de todos; pois toda alma recebe o Verbo de Deus desde que, sem mancha e libertada do pecado, guarda a castidade com inteira pureza.
Toda alma que alcança esta perfeição, engrandece o Senhor como a alma de Maria o engrandeceu e seu espírito exultou em Deus, seu Salvador.
Na verdade, o Senhor é engrandecido, como lemos noutro lugar: Comigo engrandecei ao Senhor Deus (Sl 33,4). Não que a palavra humana possa acrescentar algo ao Senhor, mas porque ele é engrandecido em nós: a imagem de Deus é o Cristo e assim, quando alguém age com piedade e justiça, engrandece essa imagem de Deus, a cuja semelhança foi criado; e, engrandecendo-a, participa cada vez mais da grandeza divina.

22 de Dezembro


Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías 49,14–50,1
A restauração de Sião
49,14 Disse Sião: “O Senhor abandonou-me,
o Senhor esqueceu-se de mim!”
15 
Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno,
a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre?
Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti.
16
 Eis que gravei teu nome, Sião, em minhas mãos,
os teus muros estão sempre à minha frente.
17 
Teus construtores apressam-se em chegar
e já se foram os que te arruinaram e saquearam.
18
 Ergue os olhos em redor e vê:
todos esses se reuniram e vieram a ti.
“Eu juro, diz o Senhor,
que todos serão como ornamento do teu vestido,
e todos te rodearão como uma noiva”.
19
 Apesar das ruínas e das praças desertas,
e da terra arrasada,
desde agora serás apertada para tantos habitantes,
enquanto que para longe fugirão os que te destruíram.
20
 Ainda soará aos teus ouvidos
a voz dos filhos que perdeste:
“Este lugar é apertado para mim,
arranja-me espaço para morar”.
21
 Dirás em teu íntimo:
“Quem gerou para mim estes filhos?
Eu, mãe sem filhos, mãe estéril,
desterrada e escrava!
Quem criou estes filhos?
Eu tinha sido deixada sozinha!
E onde estavam estes filhos?”
22
 Isto diz o Senhor Deus:
“Eis que acenarei com a mão para as nações
e levantarei meu sinal entre os povos;
teus filhos serão levados nos braços
e tuas filhas carregadas aos ombros.
23
 Teus aios serão reis,
tuas amas, rainhas;
hão de adorar-te com a face abaixada para o chão
e de lamber a poeira dos teus pés.
E saberás que eu sou o Senhor:
os que em mim esperam não se frustrarão”.
24
 Acaso se tira de um valente a sua presa,
ou se toma de um caçador forte a sua caça?
25
 Isto diz o Senhor:
“Certamente, pode-se tomar do valente o prisioneiro
e salvar das mãos do caçador forte a presa feita;
eu lutarei com os que lutavam contigo
e eu salvarei os teus filhos.
26 
Alimentarei teus inimigos com suas carnes,
eles se embriagarão com o vinho do próprio sangue;
todo o homem ficará sabendo
que eu sou o Senhor, teu Salvador,
e o teu libertador, o Forte de Jacó”.
51,1
 Isto diz o Senhor:
“Onde está a carta de divórcio de vossa mãe,
que me serviu para repudiá-la?
Ou qual é o meu credor,
a quem eu vos vendi?
Pois bem:
fostes vendidos em razão de vossas iniqüidades,
vossa mãe foi repudiada em razão de vossos crimes”.



Meditação de Padre Fernando Cardoso

Comentário por Padre José Humberto
MAGNIFICAT DE NOSSA SENHORA
Caríssimos paroquianos o “Mgnificat” é a oração da Bem Aventurada Virgem Maria e da Igreja. Ele perpassa Toda a Historia da salvação, a promessa de Deus com seus primeiros protagonistas, a longa espera do Messias, a realização do Mistério da Encarnação. A Virgem Maria é a primeira entre os humildes e pobres do senhor, que confiadamente esperam e recebem a salvação de Deus. Com ela, enfim, excelsa Filha de Sião, passa a longa espera da promessa, cumprem-se os tempos e inaugura-se a nova economia da salvação “CIC 489.
O documento de Aparecida tecendo comentário sobre o Magnificat diz que esta inteiramente tecido pelos fios da Sagrada escritura, a palavra de Deus se encontra de verdade em sua casa, de onde sai e entra  com naturalidade. Ela fala e pensa com a Palavra de Deus; a palavra de Deus se faz sua Palavra  e sua palavra  nasce da Palavra de Deus. Além disso, assim se revela que seus pensamentos estão em sintonia com os pensamentos de Deus, que seu querer é um querer junto com Deus. Estando intimamente penetrada pela Palavra de Deus, ela pode a chegar a ser mãe da Palavra Encarnada. Essa familiaridade com o mistério de Jesus é facilitada pela reza do rosário, onde: o povo cristão aprende  de Maria  a contemplar a beleza do rosto de cristo e a experimentar a profundidade do seu Amor. Mediante o rosário, o cristão obtém abundantes graças como recebendo-as das próprias mãos da mãe do Redentor”. n, 271
De fato o documento de Aparecida exprime bem esta verdade. O Magnificat é um Compendio da historia da salvação. Ao proclamar na Liturgia tanto a Mãe Igreja como a Virgem mãe Maria proclama as maravilhas de Deus.
Portanto, ao meditar, orar, contemplar este belíssimo hino tenha em mente e no coração o primeiro fio da Sagrada Escritura e o cântico de outra Maria, a Irma de Moises que numa só voz louva a IHWH, motivo do louvor a libertação de Israel da opressão do faraó o olhar misericordioso de Deus a Israel seu servo. Medite com este sentimento e com os de Maria – conforme Ex 15,20-21 e em seguida , medite o  hino Ex 15,1-17.
O segundo fio da sagrada escritura é a situação de tantas mulheres estéreis, que Deus prodigiosamente fecunda, cumprindo o dito do anjo “para Deus nada é impossível”. “Em virtude da promessa de Deus, Sara concebe um filho e tantas outras estéreis, apesar da sua idade avançada. Contra toda esperança humana, Deus escolheu o que era tido como incapaz e fraco para mostrar a sua fidelidade a promessa feita CIC n, 489. A fecundidade de estéreis preanuncia outro prodígio maior - uma Virgem pelo poder do espírito Santo vai converter-se em Mãe do Verbo de Deus. A maravilha das maravilhas.
O terceiro fio da sagrada escritura que o Magnificat contempla é a situação de cada pessoa.  “miséria verso grandeza”. A Virgem canta sua própria situação. Ela, em estado de humilhação pela virgindade, é exaltada porque acredita na palavra de IHWH. A Sua fecundidade traz no seio aquele que é esperado, o cumprimento de todas as promessas de Deus e o dom da paz! Ela se descobre que é a depositaria de todas s promessas. Que maravilha! Que encanto! A mãe do precursor testemunha sua fé bem como todas as gerações:” Isabel  disse: Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus». Depois da saudação do anjo, fazemos nossa a de Isabel. «Cheia [...] do Espírito Santo» (Lc 1, 41), Isabel é a primeira, na longa sequência das gerações, a declarar Maria bem-aventurada (26): «Feliz d'Aquela que acreditou...» (Lc 1, 45); Maria é «bendita entre as mulheres», porque acreditou no cumprimento da Palavra do Senhor. Abraão, pela sua fé, tornou-se uma bênção «para todas as nações da terra» (Gn 12, 3). Pela sua fé, Maria tornou-se a mãe dos crentes, graças a quem todas as nações da terra recebem Aquele que é a própria bênção de Deus: Jesus, «fruto bendito do vosso ventre». CIC 2676
Maria é a imagem viva da igreja que canta a alegria da vitoria pascal. A páscoa do povo de Israel com seus ritos e passagem de situação de escravo a liberdade era imagem da verdadeira páscoa com seus novos ritos e passagem Jo 13,1 a páscoa de Cristo.  Lhe subverte as situações, humilha os poderosos e faz justiça aos pequenos ao ressuscitar o pobre e humilhado Jesus cf. Fl 2,6-11. Hino da humilhação e glorificação do filho de Deus. Cantar o magnificat é cantar a páscoa da vitoria do cordeiro que foi exaltado.É cantar na páscoa de cristo a nossa.
A páscoa de Jesus passagem do estado de morte a vida plena Jo 13, “já aconteceu”, mas ainda estamos no “ainda não’. Ela é penhor da páscoa eterna, da vitoria final, que se manifestara na Parusiado senhor, quando acontecerá a salvação em plenitude e o julgamento de toda a historia cf. Mt 25. Maria já participa da páscoa eterna. Nós estamos a caminho.  E neste caminho a igreja volta o seu olhar para a Virgem Maria. Assim o catecismo  exprime: “ Depois de termos falado da Igreja, da sua origem, missão e destino, não poderíamos terminar melhor do que voltando a olhar para Maria, a fim de contemplar nela o que a Igreja é no seu mistério, na sua «peregrinação da fé», e o que será na pátria ao terminar a sua caminhada, onde a espera, na «glória da santíssima e indivisa Trindade» e «na comunhão de todos os santos» (543), Aquela que a mesma Igreja venera como Mãe do seu Senhor e como sua própria Mãe:
«Assim como, glorificada já em corpo e alma, a Mãe de Jesus é imagem e início da igreja que se há-de consumar no século futuro, assim também, brilha na terra como sinal de esperança segura e de consolação, para o povo de Deus ainda peregrino» (544).
Nota conclusiva: Portanto, no Magnificat Maria canta as maravilhas de Deus em comunhão com todos que esperavam o salvador.  Nela se realiza as promessas de Deus. Agora, medite o magnificat e ore com Maria.

Maria então disse:
47.
“A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
48.
porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz,
49.
porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é santo,
50.
e sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem.
51.
Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração.
52.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
53.
Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias.
54.
Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia,
55.
conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. Lucas 1,46-55.

Pe. Humberto
Segunda leitura
Da Exposição sobre o Evangelho de São Lucas, de São Beda Venerável, presbítero,
(Lib. 1, 46-55: CCL 120, 37-39)
(Séc. VIII)
Magnificat
E Maria disse: A minh’alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador (Lc 1,46-47).
O Senhor, diz ela, elevou-me por um dom tão grande e inaudito, que nenhuma palavra o pode descrever e mesmo no íntimo do coração é difícil compreendê-lo. Por isso dedico todas as forças de meu ser ao louvor e à ação de graças, contemplando a grandeza daquele que é eterno, e ofereço com alegria minha vida, tudo que sinto e penso, porque meu espírito rejubila pela divindade eterna de Jesus, o Salvador, que concebi e é gerado em meu seio.

O Poderoso fez em mim maravilhas, e santo é o seu nome! (Lc 1,49).

Estas palavras se relacionam com o início do cântico que diz: A minh’alma engrandece o Senhor. De fato, só a alma em quem o Senhor se dignou fazer maravilhas pode engrandecê-lo e louvá-lo dignamente e dizer, exortando os que compartilham seus desejos e aspirações: Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome (Sl 33,4).

Quem conhece o Senhor e é negligente em proclamar sua grandeza e santificar o seu nome, será considerado o menor no Reino dos Céus (Mt 5,19). Diz-se que santo é o seu nome porque, pelo seu poder ilimitado, transcende toda criatura e está infinitamente separado de todas as coisas criadas.

Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor (Lc 1,54).

Israel é, com razão, denominado servidor do Senhor, porque, sendo obediente e humilde, foi por ele acolhido para ser salvo, como diz Oséias: Quando Israel era criança, eu já o amava (Os 11,1). Aquele que recusa humilhar-se não pode certamente ser salvo, nem dizer com o Profeta: Quem me protege e me ampara é meu Deus; é o Senhor quem sustenta a minha vida! (Sl 53,6). Mas, quem se fizer humilde como uma criança, esse é o maior no Reino dos Céus (cf. Mt 18,4).

Como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre (Lc 1,55).

Trata-se da descendência de Abraão segundo o espírito e não segundo a carne, isto é, não apenas dos filhos segundo a natureza, mas de todos que seguiram o exemplo da sua fé, fossem eles circuncidados ou incircuncisos. Pois o próprio Abraão, ainda incircunciso, acreditou e isto lhe foi imputado como justiça.

A vinda do Salvador foi, portanto, prometida a Abraão e a seus filhos para sempre, isto é, aos filhos da promessa, dos quais se diz: Sendo de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa (Gl 3,29).

É com razão que, antes do nascimento do Senhor e de João, suas mães profetizam, para que, tendo o pecado começado pela mulher, os bens comecem igualmente por ela; e se foi pela sedução de uma só mulher que a morte foi introduzida no mundo, agora é pela profecia de duas mulheres que se anuncia ao mundo a salvação.

23 de Dezembro

 Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías 51,1-11
Promessa de salvação aos filhos de Abraão
Ouvi-me, vós, que seguis a justiça
e que buscais o Senhor;
considerai a pedra de que fostes cortados
e o poço d’água de onde fostes hauridos.
2
 Considerai Abraão, vosso pai,
e Sara, que vos deu à luz;
ele não tinha filhos quando o chamei,
eu o abençoei e lhe multipliquei a descendência.
3
 O Senhor consola Sião
pela dor de todas as ruínas;
transforma num Éden o que ficou deserto,
e o que era solidão, tornou-se um jardim do Senhor.
Nela se encontrará de novo prazer e alegria,
ação de graças e voz de louvor.
Presta atenção, povo meu,
nações, ouvi-me:
de mim sairá a lei,
eu estabelecerei a minha norma como luz dos povos.
5
 Minha justiça está próxima,
está para chegar a minha salvação,
julgarei os povos com a força do braço;
em mim esperam os países distantes,
eles se deixarão guiar pelo meu braço.
6
 Levantai os olhos para o céu
e olhai a terra embaixo;
os céus desfazem-se como fumaça
e a terra desgasta-se como roupa,
os seus habitantes do mesmo modo desaparecem.
Mas minha salvação é para sempre,
minha justiça não falhará.
Ouvi-me, vós que conheceis o que é justo,
povo, que tens no coração a minha lei:
não temais infâmias dos homens
nem vos assenteis com suas maldições.
Pois, como o verme rói o pano, assim o verme os roerá,
e como a traça devora a lã, assim os haverá de devorar;
minha justiça, porém, é para sempre,
e minha salvação, para todas as gerações.
Braço do Senhor, levanta-te, levanta-te,
descarrega toda a tua força;
levanta-te como nos primeiros tempos,
no começo dos séculos.
Acaso não foi este braço que bateu Raab
e feriu o dragão?
10 
Não foste tu que secaste o mar,
as águas do enorme abismo,
e fizeste da profundeza do mar o caminho
para passagem dos libertados?
11
 Os que foram salvos pelo Senhor, voltarão
e virão a Sião entoando louvores;
uma alegria perene cobrirá suas cabeças,
eles se sentirão cheios de prazer e alegria;
a dor e o sofrimento desaparecerão.




Meditação de Padre Fernando Cardoso

Comentário por Padre José Humberto
 O texto que se segue bem próximo do natal de Jesus é do tratado contra a heresia de Noeto, de Santo Hipólito cujo título é “manifestação do mistério escondido”.  Ele dividiu em três idéias fundamentais, a saber; a primeira, é a defesa de um Único Deus que conhecemos cuja fonte de conhecimento é a Escritura sagrada. Cremos em Deus Pai, cremos no Filho e cremos no Espírito Santo. Professamos uma só fé num Único Deus. Nada existia com ele e tudo passou a existir com Ele. “Basta-nos apenas saber que nada coexistia com Deus”. E aqui vem a segunda idéia o ato da criação de Deus o mundo com os seres que o povoam. E criou pelo Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Ele é o pensamento e a sabedoria do Pai. E Por fim, a terceira idéia é acerca do verbo que é o pensamento, a sabedoria, e por quem o Pai criou tudo (Jo 1,1-5). Os profetas o anunciaram sob a moção do Espírito Santo. A lei deu testemunho dele. Agora o que antes era invisível torna-se visível (Col 1,15). “Deus possuía o Verbo em si mesmo, e o Verbo era imperceptível para o mundo criado; mas fazendo ouvir sua voz, Deus tornou-o perceptível. Gerando-o como luz da luz, enviou como Senhor da criação aquele que é sua própria inteligência”. Agora medite o belíssimo texto preparado para você com carinho. Bom advento na proximidade do natal de Jesus.
Pe. Humberto
Segunda leitura
Do Tratado contra a heresia de Noeto, de Santo Hipólito, presbítero.
(Cap. 9-12: PG 10, 815-919)
(Séc. III)

Manifestação do mistério escondido
Único é o Deus que conhecemos, irmãos, e não por outra fonte que não seja a Sagrada Escritura. Devemos, pois, saber o que ela anuncia e compreender o que ensina. Creiamos no Pai como ele quer ser acreditado; glorifiquemos o Filho como ele quer ser glorificado; e recebamos o Espírito Santo como ele quer se dar a nós. Consideremos tudo isso, não segundo nosso próprio arbítrio e interpretação pessoal, nem fazendo violência aos dons de Deus, mas como ele próprio nos ensinou pelas santas Escrituras.
Quando só existia Deus, e não havia ainda nada que existisse com ele, decidiu criar o mundo. Criou-o por seu pensamento, sua vontade e sua palavra; e o mundo começou a existir como ele quis e realizou. Basta-nos apenas saber que nada coexistia com Deus. Não havia nada além dele, só ele existia e era perfeito em tudo. Nele estava a inteligência, a sabedoria, o poder e o conselho. Tudo estava nele e ele era tudo. E quando quis e como quis, no tempo que havia estabelecido, manifestou o seu Verbo, por quem fez todas as coisas.
Deus possuía o Verbo em si mesmo, e o Verbo era imperceptível para o mundo criado; mas fazendo ouvir sua voz, Deus tornou-o perceptível. Gerando-o como luz da luz, enviou como Senhor da criação aquele que é sua própria inteligência. E este Verbo, que no princípio era visível apenas para Deus e invisível para o mundo, tornou-se visível para que o mundo, vendo-o manifestar-se, pudesse ser salvo. O Verbo é verdadeiramente a inteligência de Deus que, ao entrar no mundo, se manifestou como o servo de Deus. Tudo foi feito por ele, mas ele procede unicamente do Pai. Foi ele quem deu a lei e os profetas; e ao fazê-lo, impulsionou os profetas a falarem sob a moção do Espírito Santo para que, recebendo a força da inspiração do Pai, anunciassem o seu desígnio e a sua vontade.

O Verbo, portanto, se tornou visível, como diz São João. Este repete em síntese o que os profetas haviam dito, demonstrando que aquele era o Verbo por quem tinham sido criadas todas as coisas: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus; e o Verbo era Deus. Tudo foi feito por ele e sem ele nada se fez (Jo 1,1.3). E, mais adiante, prossegue: O mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não quis conhecê-lo. Veio para o que era seu, os seus, porém, não o acolheram (Jo 1,10-11)...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOMEAÇÕES NA DIOCESE DE PETROLINA / PE:

Paróquia Nossa Senhora do Rosário inicia a festa de sua padroeira com uma belissima carreata/motocada e a Santa Missa de abertura!