Semana Santa do Natal Retiro de 17 a 23

Semana Santa do Natal: A Igreja espera Jesus com Maria e como Maria

Diletos paroquianos como prometi, hoje, o nosso retiro inicia obedecendo à exortação de Jesus na abertura do tempo advento “Vigiai e orai”, portanto, porque não sabei quando o dono da casa vem: á tarde, á meia noite, de madrugada ou ao amanhecer, para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. “O que digo, digo a todos: VIGIAI” (Mc 13,35s). Também na conclusão a exortação continua, pois quanto mais se aproxima o Santo natal mais intensamente deve ser a sua preparação.
O próprio senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do seu Natal, para que sua chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando os seus louvores. (Prefácio II).  Em Jesus, «o Reino de Deus está perto». Ele apela à conversão e à fé, mas também à vigilância. Na oração (Mc 1, 15), o discípulo vela, atento Aquele que é e que vem, na memória da sua primeira vinda na humildade da carne e na esperança da sua segunda vinda na glória . “Em comunhão com o Mestre, a oração dos discípulos é um combate; é vigiando na oração que não se cai na tentação “.
Diletos paroquianos temos oportunidade de fazer a experiência de para uma semana de retiro com o Senhor seguindo literalmente as fontes da liturgia na comunidade  sede paroquial São Gonçalo I no horário matutino ás cinco horas. Seguiremos as antífonas do ‘’Ó”.
 As antífonas Ó
Hoje, 17 de dezembro, têm início a Semana Santa do Natal. É a segunda parte do Tempo do Advento que se inicia, preparando-nos de modo mais direto para a Natividade do nosso Salvador Jesus Cristo.
A marca desta Semana Santa são as chamadas “Antífonas Ó”.
Elas têm sua origem no século VI e foi introduzido na Liturgia Latina pelo Papa São Gregório Magno. Exprimem a admiração e o extasiamento da Igreja diante do Cristo que virá.
Nestas Antífonas venerabilíssimas, a Igreja une-se à Virgem Maria no mistério da sua expectação: a Virgem Mãe Maria e a Virgem Mãe Igreja extasiam-se juntas na admiração, no contentamento e no louvor do Salvador que virá.
Daí vem a devoção a “Nossa Senhora do Ó” - ou seja, Nossa Senhora das Antífonas Ó, Nossa Senhora que se extasia na contemplação admirada do Filho que vai chegar!
As Antífonas foram compostas como um acróstico, de modo que, tomadas do começo para o fim (do Emanuel para a Sabedoria), formam a frase latina “Ero cras”, que significa: “Amanhã eu virei!” De fato, já no dia 24 pela tarde, a Igreja celebra as primeiras vésperas do Natal do Senhor - ele veio!
Pe. Humberto



Esquema para o retiro
1.      Oração ao Espírito santo ou canto
2.      Cantar a antífona ou reza uma ou duas vezes com momento de silencio
3.      Meditação pessoal ou em grupo co conteúdo da antífona.
4.      Texto Bíblico para o deserto pessoal
5.      Santa missa e pratica de uma obra de misericórdia

Oração ao Espírito Santo
Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande, aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspiradora, fechado a todas as ambições mesquinhas, alheio a qualquer desprezível competição humana, compenetrado do sentido da santa Igreja! Um coração grande, desejoso de se tornar semelhante ao coração do senhor Jesus! Um coração grande e forte para amar a todos, para servir a todos, para sofrer por todos! Um coração grande e forte para superar todas as provações, todo tédio, todo cansaço, toda desilusão, toda ofensa! Um coração grande e forte, constante até o sacrifício, quando for necessário! Um coração cuja felicidade é palpitar com o coração de Cristo e cumprir humilde, fiel e virilmente, a vontade do Pai. Amém.( Paulo VI). 

Primeira Antífona DIA 17: Ó sabedoria

Ó Sabedoria,
que saístes da boca do Altíssimo,
atingindo de uma a outra extremidade
e tudo dispondo com força e suavidade;
vinde ensinar-nos o caminho da prudência!


A busca da sabedora é patrimônio comum a todas as culturas do antigo oriente. As grandes civilizações como o Egito, mesopotâmia, Grécia nos legaram grande acervo cultural.  As duas primeiras civilizações cultivavam mais a sabedora para uma finalidade pratica, ao contrário da ultima buscava mais a sabedoria especulativa, sem desconsiderar a primeira.
A sabedora humana e sabedoria divina vão se encontrar e o fruto deste encontro na experiência de Israel, povo de Deus no Antigo Testamento  ao humanismo do tempo. Israel não concebe a sabedora como produção humana, ela é superior a todas. “A sabedoria de Salomão foi maior que a de todos os orientais e que toda a do Egito “ (1Rs 5,9-14). Ele ora a Deus, pedindo este dom para bem governar e fazer justiça. Os homens de fé deixam-se guiar pela sabedora do Alto  (1Rs 3,6-14). 
Quem pode doar a verdadeira sabedoria tão desejada por todos os homens, mas tão cultivada por poucos?Onde encontrar e quando a encontrar como cultivar!? A verdadeira sabedoria vem de Deus; é Ele quem dá  ao homem “um coração capaz de discernir entre o bem e o mal (1Rs 3,19) mas somos tentados a buscar sem a orientação divina , sem a nossa submissão a sua lei como o primeiro Adão até o último (Gn 3,5), como os escribas que muda a Lei do Senhor  (Jr 8,8), ou dos conselheiros régios que governam mal is 5,21. O fundamento da sabedoria é a lei do senhor e deve expandir-se “de uma a outra extremidade”. Como a semente após o plantio é cultivada assim o sábio cultiva a sabedoria e esta consiste “na arte de bem viver”. Na “arte buscar a verdadeira felicidade”. Toda a moral do decálogo passa para os seus conselhos práticos. O sábio reflete sobre a existência no que ela é limitada e passageira,no que ele é destinada a ser  gloriosa.
A sabedoria vai se personificando em imagens até chegar a sabedoria de Deus em pessoa. Jesus, mestre da sabedoria, mansão a maneira dos sábios doutos da ciência. Jesus se coloca como “mais” (Mt 12,42). Jesus sabedoria de Deus, Ele próprio promete o Dom da sabedoria Lc 21,15 não reconhecida quem confia na sua sabedoria ou na sua obra ou na sua produção. ‘Vinde” é o convite do sábio para o discípulo que se deixa ir para aprender. Ele comunica a sabedoria. O filho é a sabedoria do pai como também  sua palavra (cf. 1,1-18). Antes oculta  junto do Pai, embora em ação no mundo, na historia dirigindo através dos homens, antes revelada na lei e nos sábios. Agora ela esta a revelada em plenitude em Jesus cristo.Assim todos os textos sapienciais do AT tem cumprimento Nele.
A sabedoria do mundo e sabedoria crista. Antes já rejeitada no envio dos sábios e profetas, agora a própria sabedoria de Deus (Rm 1,21s; 1cor 1,21), a sabedoria deste mundo  atingiu o cumulo  de sua loucura  quando os homens crucificaram  o senhor da gloria (1Cor 2,8). Por isso Deus condenou esta sabedoria  dos sábios que é terrestre Tg 3,15, para confundi-la , ele decidiu salvar o mundo pela cruz.
São Paulo afirma que Jesus é a Sabedoria de Deus (cf. 1Cor 1,24) e o próprio Jesus chegou a apresentar-se como a Sabedoria que é reconhecida pelos seus filhos (cf. Lc 7,35). De fato, toda esta antífona, de profunda teologia, parte desta certeza.
Depois, desenvolve o tema inspirando-se nos livros sapienciais, que nos apresentam a Sabedoria criadora. Para os cristãos, Jesus é esta Sabedoria, através da qual desde o princípio tudo foi criado e tudo é conduzido.


Eis alguns textos da Escritura que serviram de inspiração para a nossa antífona. São textos referentes à Sabedoria que, para nós, cristãos, é o Cristo Jesus:
"O Senhor me formou, primícias de sua obra, de seus feitos mais antigos. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes da origem da terra. Quando os abismos não existiam, eu fui gerada, quando não existiam os mananciais de água. Antes que as montanhas fossem implantadas, antes das colinas, eu fui gerada; ele ainda não havia feito a terra e a erva, nem os primeiros elementos do mundo. Quando firmava os céus, lá eu estava, quando traçava a abóbada sobre a face do abismo... Eu estava junto com ele como o mestre-de-obras, eu era o seu encanto todos os dias, todo o tempo brincava em sua presença: brincava na superfície da terra, e me alegrava com os homens" (Pr 8,22-31).
"A Sabedoria faz seu próprio elogio: 'Saí da boca do Altíssimo e como neblina cobria a terra. Só eu rodeei a abóbada celeste, eu percorri a profundeza dos abismos'" (Eclo 24,1-5).
"Os ingênuos venham aqui; quero falar aos sem juízo: Vinde comer do meu pão e beber do vinho que misturei. Deixai a ingenuidade e vivereis, segui o caminho da inteligência" (Pr 9,4-6).
Pois bem, eis a surpresa! Eis o inesperado: esta Sabedoria infinita, inesgotável e eterna nascerá de Maria Virgem como uma criancinha que sequer pode falar! É por ela que a Igreja hoje suplica humildemente. Quem se abre para acolhê-la descobre o sentido da vida e vive uma existência na verdadeira prudência, sabendo chamar o certo de certo e o errado de errado, porque adquire a capacidade de ver e avaliar tudo com os olhos da Sabedoria de Deus, o Cristo Jesus!
Vem, vem com tua luz, ó Senhor Jesus!
 MEDITE: Texto Bíblico para meditação: 1Cor 2,1-9
"O Senhor me formou, primícias de sua obra, de seus feitos mais antigos”. Você é obra da sabedoria divina. Foi pensado por Deus. Chegou neste mundo com a sua permissão.  Estou buscando o meu senhor! sou grato pelas obras do Senhor e pelo dom da vida de minha vida ?
Jesus é a sabedoria de Deus e ela se manifesta na humilhação de sua encarnação e  na humilhação de sua morte e morte de cruz! (Fil 2,6-11). Aceito de mente e de coração esta verdade revelada e com que disposição tenho carregado a minha cruz? Tenho me ocupado  em cultivar o Dom da sabedoria com intensidade e perseverança?
Conclua com o Salmo 1

Dia 18 Ó Adonai

Ó Adonai,

Guia da Casa de Israel,

que aparecestes a Moisés na chama de fogo,

no meio da sarça ardente

e lhe destes a Lei no Sinai;

vinde resgatar-nos pelo poder do vosso braço!




Nesta Antífona de hoje, 18 de dezembro, toda atenção se volta para o Êxodo. “Adonai” é o nome com o qual os judeus chamam o Deus de Israel, evitando pronunciar “IAHWEH”, o Nome santíssimo revelado a Moisés no Sinai, de demtro da sarça ardente. Ex 3,
Chamar Jesus de Adonai é chamá-lo de Deus, o Deus Libertador de Israel, que arrancou seu povo das trevas da escravidão no Egito e o guiou pelo deserto áspero e pavoroso por quarenta anos. “YHWH, é traduzido por « Kyrios» («Senhor»). Senhor torna-se, desde então, o nome mais habitual para designar a própria divindade do Deus de Israel. É neste sentido forte que o Novo Testamento utiliza o título de «Senhor», tanto para o Pai como também – e aí é que está a novidade – para Jesus, assim reconhecido como sendo Ele próprio Deus”. (CIC, n. 446).

Pois bem, o Adonai, Guia da Casa de Israel, que se fazia presente no meio do seu povo de modo misterioso é o próprio Filho eterno:
Ele foi a Rocha da qual brotou a água,
Ele foi o maná que alimentou o povo,
Ele guiou o seu povo pela nuvem luminosa...
Foi Ele também quem falou a Moisés no meio da sarça ardente e lhe deu a Lei sobre o Monte Sinai.

Para os Santos Padres dos primeiros séculos cristãos tudo isso era muito claro.
O Filho é a eterna revelação do Pai, sua eterna e única Palavra, seu Verbo, sua comunicação (H b 1,1-2).
Sendo assim, deste o Antigo Testamento, de modo velado, o Pai vai falando à humanidade por sua Palavra única e eterna:Hb 1,12

 O Filho amado, que um dia haveria de fazer-se carne. Por isso, a Igreja, unida à Virgem Maria, cheia de admiração suplica que ele venha para resgatar o seu povo pelo poder de seu braço estendido, do mesmo modo que fez ao abri o Mar Vermelho. Sinal da cruz!



“MEDITAÇAO COMIGO: texto bíblico (Ex 3,7-15)
Em que momento de sua vida você se lembra de Jesus? Quando você passa por tribulações tem o hábito de invocar o seu nome confiar nele como uma criança confia no seu pai?
Você reconhece que somente Jesus é o “Senhor’ de sua vida e que sem Ele não nada sou ? (Jo 15,5).
Aos clamores das necessidades materiais e espirituais dos irmãos  você escuta, mas com que atitude? Aproximo-me das misérias dos irmãos ou me afasto com indiferença no coração?
“Meu Senhor e meu Deus”. Que outros senhores e deuses  nós devemos eliminar de nossas vidas? Maria esperou Jesus com amor de Mãe e graça a sua fé o verbo se fez carne pelo poder do espírito santo. Qual tem sido a minha resposta a revelação de Deus nos acontecimentos da minha vida? Tenho respondido com o sim generoso?
 o salmo do Bom pastor

Dia 19 Ó Raiz de Jessé!...

Ó Raiz de Jessé,

erguida como estandarte dos povos,

em cuja presença os reis se calarão

e a quem as nações invocarão;

vinde libertar-nos, não tardeis mais!


Hoje, Aquele que vem é saudado e invocado como Raiz de Jessé, aquela mesma de que fala Is 11,1, o Descendente prometido a Davi, filho de Jessé, o Rei eterno de Israel de que tanto falaram os salmos e os profetas:

“Naquele dia, a raiz de Jessé, que se ergue como um sinal para os povos, será procurada pelas nações, e a sua morada se cobrirá de glória. Ele erguerá um sinal para as nações” (Is 11,10.12a).

Mas, misteriosamente, de modo profundo e cheio de sentido das coisas de Deus, a antífona mistura esse Messias Rei glorioso com o Servo Sofredor, humilhado e morto por nós pela salvação do mundo:

“Eis que o meu Servo há de prosperar, ele se elevará, será exaltado, será posto nas alturas. Exatamente como multidões ficaram pasmadas à vista dele – tão desfigurado estava o seu aspecto – e a sua forma não parecei a de um homem – assim agora nações numerosas ficarão estupefatas a seu respeito, reis permanecerão silenciosos, ao verem coisas que não lhes haviam sido contadas e ao tomarem consciência de coisas que não tinham ouvido” (Is 52,13-15).

Eis o misterioso plano de Deus, a misteriosa lógica do Evangelho: o esperado Descendente de Davi não viria coberto de glória, mas pobre e humilde Servo sofredor, que reinaria pela cruz e, por um ato de amor total e puro, até o fim, libertaria toda a humanidade que o acolhesse e triunfaria na glória por toda a eternidade. O estandarte levantado em sinal para todas as nações é, precisamente, a cruz do Senhor Jesus, como ele mesmo declarou: “Quando eu for levantado da terra atrairei todos a mim” (Jo 12,32). Este misterioso e admirável paradoxo já se anuncia na Noite Santa, quando o Anjo dá aos pastores um sinal desconcertante: “Um recém-nascido, envolto em faixas, reclinado numa manjedoura” (Lc 2,11). Mas, quem pode aceitar um sinal assim? Os pobres, simples de coração, que aceitam as surpresas de Deus! Por isso o mundo não acolhe Jesus e desvirtua o seu santíssimo Natal!

Este era o sonho de Deus, isto foi o que o nosso Salvador, Rei - Messias realizou, esta é a realidade da nossa fé e a causa da nossa esperança. Bendita seja a Raiz de Jessé, o Cristo nosso Deus!

Medite: profeta Isaias 11,1-9
Deus se fez pobre. Você aceito o sinal de Deus de coração e de mente, o recém nascido envolto em uma manjedoura? Sobre o menino repousará o espírito do Senhor que o guiará no itinerário de sua vida. na missão, na entrega da cruz, na oração. Recebi o Espírito Santo no dia do batismo. Deixo-me guiar por ele? Outro sinal mais tarde será erguido o “sinal da cruz’. O senhor disse: Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. O que devo renunciar para bem celebrar o natal e seguir Jesus no itinerário da vida crista?
Salmo

Dia 20 de dezembro

Ó Chave de Davi,

e cetro da Casa de Israel,

que abris e ninguém fecha,

fechais e ninguém abre:

vinde e libertai da prisão o cativo

assentado nas trevas e à sombra da morte!



Este título dado ao Cristo que vem é inspirado em Is 22,22s, que se refere a Eliaquim, guardião da Casa de Davi: “Porei sobre os seus ombros a chave da Casa de Davi: quando ele abrir, ninguém fechará; quando ele fechar, ninguém abrirá. Cravá-lo-ei como uma cavilha em lugar firme: ele virá a ser um trono de glória para a casa de seu pai”.

Jesus é o verdadeiro Messias, descendente de Davi por excelência, honra da Casa de Davi. Com ele, o trono da descendência real de Davi estará garantido para sempre, conforme a promessa do Senhor (cf. 2Sm 7). Seu reino é eterno sem fim, seu poder jamais passará, será firme como uma “cavilha em lugar firme”. A imagem de abrir e fechar são termos para indicar o poder de absolver e condenar, realçando a missão de juiz que o Rei - Messias possui: seu juízo sobre nós e sobre a humana história é definitivo, verdadeiro e sem apelação, pois que é ele o Senhor da história e a ele o Pai concedeu todo o poder de julgar. Por isso a súplica final: que ele nos absolva e liberte a nós, pecadores cativos, sentados à sombra da morte!...


MEDITE COMIGO o texto 2 Sm 7
Deus é fiel. Davi deseja construir uma casa bonita para Deus. Mas a promessa de Davi é terrena. Deus faz promessa para a eternidade. Diz o Senhor que construirá uma casa para sempre, ou seja, a descendência carnal de seu filho vem da casa de Davi. Jesus veio abrir o caminho da salvação que o pecado havia fechado. Creio verdadeiramente que Jesus é a porta pela qual posso entrar na vida eterna?  Ainda sou fraco e pecador, mas a misericórdia do senhor vem em meu socorro. Tenho coragem de voltar-me para mim com um sério exame de consciência como o filho pródigo ‘peguei, Senhor’, para depois voltar-se para Deus reorientando a minha vida para o Senhor que vem salvar e libertar?
Salmo 2

21 de dezembro
Ó sol nascente justiceiro, resplendor da Luz eterna: Oh, vinde e iluminai os que jazem entre as trevas e, na sombra do pecado e da morte, estão sentados
Toda esta Antífona do dia 21 de dezembro é inspirada no Benedictus, o Cântico de Zacarias (cf. Lc 1,68-79). Aí está dito que o Messias é o Astro das alturas que vem "iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte".
É um tema recorrente na Sagrada Escritura, aquele do Messias como portador da luz, iniciador do Dia eterno, sem fim, Sol nascente que dissipa a noite deste mundo. Baste recordar algumas passagens bíblicas:
1. Malaquias profeta, falando dos dias do Messias, afirma: "Para vós que temeis o Meu nome, brilhará o sol de justiça, que tem a cura em seus raios" (Ml 3,20).
2. Do mesmo modo, Balaão pensa no Messias referindo-se a um astro que surgirá em Israel: "Eu o vejo - mas não agora, eu o contemplo - mas não de perto: Um astro procedente de Jacó se torna chefe, um cetro se levanta, procedente de Israel" (Nm 24,17).
3. Também a impressionante palavra de Isaías profeta: "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria como a da morte. Multiplicaste o povo, deste-lhe grande alegria; eles alegram-se na Tua presença como se alegram os ceifadores na ceifa, como se regozijam os que repartem os despojos. Porque o jugo que pesava sobre eles, a canga posta sobre seus ombros, o bastão do opressor, Tu os despedaçaste como no dia de Madiã. Com efeito, toda a bota que pisa ruidosamente no chão, toda a veste que se revolve no sangue serão queimadas, serão devoradas pelas chamas. Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, ele recebeu o poder sobre seus ombros, e lhe foi dado este nome: Conselheiro-maravilhoso, Deus-forte, Pai-eterno, Príncipe-da-paz (Is 9,1-5).
A antífona de hoje recorda também que Cristo, Sabedoria de Deus, é esplendor da luz divina: Ele traz em si o brilho de Deus, pois é Deus como o Pai: A Sabedoria "é um eflúvio do poder de Deus, uma emanação puríssima da gloria do Onipotente, pelo que nada de impuro Nela se introduz, pois Ela é um reflexo da luz eterna, um espelho nítido da atividade de Deus e uma imagem de Sua bondade. Sendo uma só, tudo pode; sem nada mudar, tudo renova e, entrando nas almas boas de cada geração, prepara os amigos de Deus e os profetas; pois Deus ama só quem habita com a Sabedoria. Ela é mais bela que o sol, supera todas as constelações: comparada à luz do dia, sai ganhando, pois a luz cede lugar à noite, ao passo que sobre a Sabedoria não prevalece o mal" (Sb 7,25-30). 
Por tudo isso, é muito belo o título de Oriente, dado a Cristo. O oriente é a direção na qual nasce a luz, é o lado, o berço da luz, do início de um novo dia.
Chamar Cristo de Oriente é chamá-lo de novo Dia, nova Luz, início e causa duma nova era. De fato, ele é o Dia sem fim, aquele que inicia um novo tempo, quando já não mais haverá trevas, pois sua luz é divina, já que ele vem do Pai e é puro reflexo da sua divindade. Por isso mesmo, os primeiros cristãos tinham o costume de rezar voltados para o Oriente. Na Missa, tanto o sacerdote quanto o povo celebravam os santos mistérios voltados para o Oriente, como quem vai ao encontro do Cristo que vem como Sol de justiça, como Dia da glória sem fim, quando o tempo entrará na eternidade, as trevas cederão à luz e a história desembocará na glória. Daí, também, o próprio verbo "orientar-se": voltar-se para o oriente, para o rumo correto, para Cristo!
Na vida, caminhar ao encontro de Cristo Sol nascente, é "orientar-se"; dele afastar-se, dando-lhes as costas, é perder a "orientação", é desorientar-se, é voltar-se para o ocidente, isto é, para as trevas. Na Igreja antiga, em algumas regiões, os catecúmenos adultos, antes do Batismo, voltavam-se para o ocidente - lado no qual o sol se põe e as trevas se originam - e diziam, depois de cuspirem: "Eu renuncio ao Diabo!" Em seguida, voltavam-se para o oriente, abriam os braços e exclamavam: "Eu adiro a Cristo!"
Oriente é também o "lugar" no qual o Senhor Deus plantou o jardim do paraíso e aí colocara o homem (cf. Gn 2,8). Nosso verdadeiro paraíso, nosso verdadeiro jardim, lugar da nossa salvação definitiva, no qual toda a humanidade pode ser colocada e plenificada - paraíso perdido pelo pecado e reencontrado na Encarnação do Verbo - é o Cristo nosso Senhor. O jardim definitivo, que o homem jamais perderá, é o próprio Cristo, que nos acolhe para as núpcias eternas e nos dá como fruto da árvore da vida, árvore de Sua cruz, seu próprio Corpo e Sangue, por nós assumidos em Maria Virgem no mistério da Encarnação. Tudo isto é evocado nesta antífona. Por isso mesmo, o final tão confiante: que o Santo Messias ilumine com a graça da Sua divindade bendita as trevas de nossa existência!

22 de dezembro Ó Rei das Nações!

Ó Rei das nações

e objeto de seus desejos,

Pedra angular

que reunis em vós judeus e gentios:

vinde e salvai o homem que do limo formastes!



Rei das Nações, Rei das Gentes – assim a Antífona deste dia 22 aclama o Messias que virá. Várias vezes os profetas anunciaram que o Messias seria rei descendente de Davi. Mas, sobretudo com o Profeta Isaías (cf. 11,10) e com os Salmos (cf. 71/72) firmou-se profundamente a convicção de que o seu reinado não se limitaria somente a Israel: ele reinaria sobre todas as nações e nele toda a humanidade seria salva; ele seria luz para iluminar as nações e glória do povo de Deus, Israel (cf. Lc 2,29-32)!

Assim, Aquele que o ventre da Virgem gerou não somente realiza as profecias de Israel, mas é também o Desejado dos povos, aquele que satisfaz os melhores desejos e sonhos da humanidade toda. A ele todos os povos virão! São Mateus diz isso com a narrativa dos Magos, que vêm de longe seguindo a estrela do Rei dos judeus (cf. Mt 2,1-12); São João exprime essa mesma idéia com os gregos que pedem para ver Jesus (cf. Jo 12,20ss); e São Paulo fala do Mistério escondido nos séculos e agora revelado (cf. Ef 3,1ss): em Cristo, os pagãos também são chamados à salvação. Por isso mesmo, o Apóstolo chama Jesus de pedra angular – a pedra que une as duas colunas do arco e as sustenta. Cristo é pedra angular porque une judeus e gentios num só novo povo: a Igreja, Israel da nova e eterna Aliança, cumprimento das profecias de Israel e dos desejos dos pagãos (cf. Ef 2,11ss).

Finalmente, ante tão grande Messias, a Antífona termina com uma súplica surpreendente, bela e profunda: “Vinde e salvai o homem que do limo formastes”. Que significa isso? Que esse Rei dos povos é também o criador e o modelo de todo homem: ele nos formou do pó da terra, de modo que trazemos em nós a sua imagem e quanto mais parecermos com ele, mais seremos nós mesmos!

MEDITE COMIGO – O texto MT 1,-1-12
Na oração do Pai Nosso pedimos ao Senhor: “VENHA A NÓS O VOSSO REINO’. Meu coração esta disposto a acolher o Rei-Messias  no natal, que reina no madeiro da cruz, que ressurgiu dos mortos e vive para sempre? Permito que Cristo reine em minha vontade e  oriente o meu comportamento com o seu Evangelho?
Pelo batismo participo da missão de Cristo rei, sacerdote e profeta. (reinar é servir) Estou servindo? Sou voz a serviço da palavra de Deus. Como João batista coloco em cada momento a minha voz a serviço do anuncio do evangelho? Seja sincero! Em primeiro lugar busco o Reino de Deus e sua justiça (Mt 6,33) ou tenho deixando em último plano nas escolhas que faça?

23 de dezembro:
Ó Emanuel: Deus - conosco, nosso Rei e legislador. Esperança das nações e dos povos Salvador: Vinde enfim para salvar-nos, ó Senhor e nosso Deus!
Esta última das Antífonas Ó é inspirada em Isaías e tem o sabor do Evangelho segundo Mateus, os dois livros da Escritura nos quais aparece o título de Emanuel para Jesus.
Ele é Rei porque é o Messias filho de Davi prometido pelo Senhor Deus e anunciado pelos profetas de Israel; ele é o Legislador porque é o novo Moisés, o verdadeiro Moisés, tema muito presente no Evangelho de Mateus (aí Jesus faz cinco discursos, como Moisés é o "autor" dos cinco livros da Torá; Jesus fala no monte, como Moisés, no monte recebeu a Lei).
Mas, sobretudo, coroando todos os títulos dados ao Senhor que vem, a Antífona refere-se ao Cristo como "Senhor nosso Deus". Eis o que ele é para nós, eis o motivo da esperança que nele temos e da alegria pelo seu nascimento! "Esperança e Salvador das Nações" - esperança e Salvador de toda a humanidade: é isto, essencialmente, que Aquele que a Virgem concebeu é para a fé cristã!
Que fique no nosso coração a certeza expressa na frase formada pela primeira letra de cada antífona, tomada de trás para frente:Emanuel, Rei das Nações, Oriente, Chave de Davi, Raiz de Jessé,Adonai, Sabedoria - ERO CRAS, isto é "Amanhã eu virei"!
MEDITE A NOVA LEI QUE JESUS COMIGO (Is 7,10-14 e Lc  1,,26-38)
O sinal do Emanuel (menino nascido de uma Virgem) que Deus dá ao rei Acaz (incrédulo) (séc. VIII a. C). Tal profecia a Igreja aplica a Maria Virgem que se torna mãe do Senhor. Confio no poder de Deus embora o seu sinal seja fraco, uma pobre Virgem e um menino ou tenho a mania de confiar na grandeza?
Jesus é o “Deus conosco” prometeu que sempre estaria conosco até o fim dos tempos. Confia na sua presença na hora da alegria e na hora da cruz, na hora da luz e na hora das trevas?
Jesus como novo Moisés trouxe a nova leia, o amor (Rm 5,5): A família é o lugar onde se acolhe o amor. Como vai, a sua família?

Oração do papa Francisco
Virgem e Mãe Maria,
Vós que, movida pelo Espírito,
acolhestes o Verbo da vida
na profundidade da vossa fé humilde,
totalmente entregue ao Eterno,
ajudai-nos a dizer o nosso «sim»
perante a urgência, mais imperiosa do que nunca,
de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus.
Vós, cheia da presença de Cristo,
levastes a alegria a João o Baptista,
fazendo-o exultar no seio de sua mãe.
Vós, estremecendo de alegria,
cantastes as maravilhas do Senhor.
Vós, que permanecestes firme diante da Cruz
com uma fé inabalável,
e recebestes a jubilosa consolação da ressurreição,
reunistes os discípulos à espera do Espírito
para que nascesse a Igreja evangelizadora.
Alcançai-nos agora um novo ardor de ressuscitados
para levar a todos o Evangelho da vida
que vence a morte.
Dai-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos
para que chegue a todos
o dom da beleza que não se apaga.
Vós, Virgem da escuta e da contemplação,
Mãe do amor, esposa das núpcias eternas
intercedei pela Igreja, da qual sois o ícone puríssimo,
para que ela nunca se feche nem se detenha
na sua paixão por instaurar o Reino.
Estrela da nova evangelização,
ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão,
do serviço, da fé ardente e generosa,
da justiça e do amor aos pobres,
para que a alegria do Evangelho
chegue até aos confins da terra
e nenhuma periferia fique privada da sua luz.
Mãe do Evangelho vivente,
manancial de alegria para os pequeninos,
rogai por nós.
Amen. Aleluia!
Fonte as meditações das antífonas é de autoria de Dom Henrique (WWW.domhenrique.com). Fiz acréscimos com base no catecismo da Igreja católica, orações e coloquei textos da liturgia das horas para quem quiser prolongar a meditação. É um jeito excelente de mergulhar na liturgia avançando em águas mais profundas. Bom retiro! Bom advento !Excelentes festas natalinas a você e sua família.

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