Homilia: Terceiro Domingo do Tempo Comum Ano B


TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM NA B

Caros irmãos estamos no tempo comum. O Senhor que partiu para o Pai, prometeu a sua presença no nosso meio até o final dos tempos. Mas a Sua presença invisível torna-se visível pela presença da igreja, continuadora de sua missão. Hoje Jesus se manifesta inaugurando o seu ministério público. "O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo”. Eis, que o esperado por todos, chegou para todos. O conteúdo de sua pregação é o “Reino de Deus” que se identifica com a sua pessoa. “O Reino de Deus existe antes de nós. Aproximou-se no Verbo encarnado, é anunciado ao longo de todo o Evangelho, veio na morte e ressurreição de Cristo [...] Ele esta no meio de nós”. Exigência fundamental a conversão para ingressar nele.
Jesus chama à conversão. Tal apelo é parte essencial do anúncio do Reino: «O tempo chegou ao seu termo, o Reino de Deus está próximo: convertei-vos e acreditai na boa-nova» (Mc 1, 15). Por que Jesus faz estas duas exigências “convertei-vos e crede no Evangelho”? Por que precisamos primeiro nos converter e depois professar a fé que recebemos da Igreja? Porque o caminho de Jesus, não é o nosso. O Seu caminho se resume numa única atitude servir. “Eu não vim para ser servido, mas para servir e a vida em resgate de muitos” (Mc 10,45). O nosso caminho é ainda tão distante deste ideal, tantas vezes queremos ser servido e não servir os irmãos. O Seu caminho é o caminho da cruz máxima expressão do seu amor pela salvação de todos (Jo 3,16). “Ao entregar seu Filho por nossos pecados, Deus manifesta que seu desígnio sobre nós é um desígnio de amor benevolente que antecede a qualquer mérito nosso” (cf.Rom 5,8). Ainda resistimos tomar a nossa cruz por amor e a segui-lo.  Mas o Senhor “chama seus discípulos a tomar a sua cruz e a segui-lo”. Jesus não veio trazer um Reino aos nossos gostos, á nossa medida, conforme o povo de Israel esperava (esperava um reino glorioso, triunfalista) e nós também queremos o reino (sem servi, sem a cruz de cada dia), mas Ele veio na humildade do serviço, da entrega por amor e por amor a todos. Embora o mundo sinalize treva, o Senhor continua a chamar a conversão á sua luz (Jo 8,12). Os apelos veementes convertam-vos e crede no evangelho é permanente. Reorientai o vosso comportamento, a vossa atitude, o vosso pensar conformando-se com o evangelho da vida.

Tenha certeza irmão, tenha fé irmã, a verdadeira alegria nasce no coração quando voltamos ao Senhor e cremos no seu amor. “voltai-vos para mim com todo coração”, diz o Senhor. A verdadeira alegria se encontra no coração que se abriu para acolher a novidade do Reino de Deus que Jesus trouxe.  Santo Irineu disse: «Na sua vinda, [Cristo] trouxe consigo toda a novidade». [8] Com a sua novidade, Ele pode sempre renovar a nossa vida e a nossa comunidade, e a proposta cristã, ainda que atravesse períodos obscuros e fraquezas eclesiais, nunca envelhece”. (citado pelo Papa Francisco). No entanto, para renovar a nossa vida cristã é preciso deixar o pecado que entristece a alma, é preciso escutar o Evangelho e converte-se ao Senhor como os Ninivitas escutaram a voz do profeta Jonas, deixaram mover pela Palavra, se arrependeram dos pecados. O próprio Jesus recorda a nós em outra passagem este fato maravilhoso. Os habitantes de Nínive se levantarão no Julgamento, juntamente com esta geração, e a condenarão, porque eles se converteram pela pregação de Jonas. Mas aqui está algo mais do que Jonas!" (Mt 12,41).
Meus caros irmãos hoje cada um de nós que professamos a fé precisa de conversão. Como é urgente e atual renunciar o mal e acolher o bem, como é urgente a conversão da família para viver o amor e a fidelidade, como é atual e urgente a conversão dos jovens em meio a muitas situações que levam ao pecado e a ilusão da vida verdadeira. Facilmente são enganados pelo anúncio de propagandas ilusórias. Tenha certeza, meus caros irmãos, quem não acolhe Jesus e a sua exigência: convertei-vos e crede no Evangelho não terá alegria verdadeira. Não entrará no seu Reino, porque não deixou o reino entrar primeiro, no seu coração e depois no seu comportamento da vida.
 O profeta João Batista atrai gente a Cristo pela força do testemunho. Ele precursor de Jesus em tudo, na concepção, no nascimento, no ministério, no martírio. É prefiguração do que aconteceria depois com o Filho de Deus e com os seus seguidores. Hoje continuamos a ser a voz que anuncia o Evangelho e testemunho de Cristo Senhor.
Seguindo o apelo veemente de Jesus, ele chama colaboradores para a sua missão para “estar com ele’ e “permanecer’, para ‘ser formados na sua escola ‘ e enviados em seu nome. Como é grande o chamado e a missão, de pescadores de peixe passam os pescadores de homens. As duas atitudes necessitam de disposição e coragem.  Foram generosos na resposta, deixaram tudo para seguir o mestre que chamava “vem e segue-me”. Será que posso dizer o mesmo de minha resposta ao chamado do Senhor? Jesus continua a chamar para servir abraçando um estilo vocacional. Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus; não digamos mais que somos «discípulos» e «missionários», mas sempre que somos «discípulos missionários». Se não estivermos convencidos disto, olhemos para os primeiros discípulos, que logo depois de terem conhecido o olhar de Jesus, saíram proclamando cheios de alegria: «Encontramos o Messias» (Jo 1, 41).
            Não te esqueças é urgente acolher Jesus e os valores do Reino, a saber; “a justiça a bondade, a verdade e a liberdade’. É urgente buscar o Reino primeiro e relativizar tudo, a tal ponto que Paulo fez esta experiência. Disse ele: para mim o viver é Cristo e morrer é lucro. Tudo é relativo, assim faz jus à palavra de Santa Teresinha, “quem tem Jesus tem Tudo”. Mas quem não o tem, falta - lhe tudo.
Na segunda leitura Paulo testemunha a relatividade de tudo, os que têm vivam como se não tivessem. Nada neste mundo é eterno. “os que usam do mundo, como se dele não estivessem gozando. Pois passa a figura deste mundo”. Atenção, não é pessimista a sua visão cosmológica, mas realista. Não deseja desvalorizar o que tem de bom, belo e edificante no mundo, mas colocar tudo orientado pelos valores do Reino de Deus. Nada sem Jesus, tudo com Jesus. "Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado!" (Mt 6,33). Creia que toda a nossa vida consiste na busca do reino de Deus, e encontrando-o relativizar tudo, pois tudo que temos passa, e relativizando o que passa anunciar a descoberta aos outros. Quem descobriu o endereço de Jesus deve levar  outros a descobrir, e na descoberta, anunciar, encontrei o Senhor da vida e o sentido de  minha vida. Você já encontrou Jesus? Nunca encontrará quem não acolher as bem aventuranças. Bem aventurados os pobres, porque deles é o Reino dos céus. (cf. Mat 5).
            Concluamos com o apelo de Jesus no início do ministério, durante o percurso dele e no final.  Convertei-vos e crede no evangelho. Vamos viver a vida cristã com seriedade e responsabilidade. Que Jesus seja o nosso modelo, o nosso guia, o nosso fim, a nossa meta.  Que as atitudes dos quatros discípulos, de ouvir o chamado, de responder generosamente, de deixar as redes, de seguir o Senhor para ser e a agir como Ele, seja fonte de inspiração para nós. E o seguimento vai exigir a segunda atitude que nos acompanha e ilumina o caminho, a fé em Jesus, assim faz jus o que o doutor da Bíblia diz: "A verdadeira fé não conhece hesitação: imediatamente ouve, imediatamente crê, imediatamente segue”.  Termino com a magnífica oração vocacional de Paulo VI pensando na minha vocação e na sua: na minha missão e na sua. Vamos orar juntos:

Senhor da Messe e pastor do rebanho faz ressoar em nossos ouvidos teu forte e
suave convite: “Vem e segue-me”. Derrama sobre nós o teu Espírito, que ele nos dê
sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz.
Senhor, que a messe não se perca por falta de operários, desperta nossas
comunidades para a missão, ensina nossa vida a ser serviço, fortalece os que querem
dedicar-se ao Reino na vida consagrada e religiosa.
Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade de
nossos bispos, padres, diáconos e ministros. Dá perseverança a nossos seminaristas.
Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja.
Senhor da Messe e pastor do rebanho chama-nos para o serviço de teu povo.
Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores dos servidores do Evangelho, ajuda-nos
a responder o SIM. Amém. 
Pe. Humberto

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