Homilia: 1º Domingo da Quaresma - Ano B
Caros irmãos na presente liturgia as fontes da palavra de
Deus chamam a todos a meditar sobre o tema da aliança de Deus com o seu povo. A
aliança, por um lado, exige de cada ser humano a fidelidade e o amor para com o
Senhor, por outro, a promessa da correspondência de Deus para com o seu povo. A
história da salvação mostra que da parte do povo de Israel a fidelidade foi
rompida pelo pecado e a falta de correspondência a sua vontade na observância
aos mandamentos. O homem foi criado por Deus bom, mas usou mal o livre
arbítrio. As intenções dos homens desde
o início não correspondia às boas intenções de Deus e aos sentimentos de amor
do criador. “As intenções dos seus corações eram sempre e totalmente más, a
ponto de o Senhor se arrepender de ter criado o homem; e o seu coração ficou
muito amargurado [...] A terra estava simplesmente corrompida e repleta de
violência [...] Então o senhor disse: eu destruirei os homens e a terra junto
com eles (Gn 6,5-13). Mas é verdade que Deus pensa e age assim conosco? Que destrói
a criatura feita com tanto amor? Claro que não. O autor sagrado que dizer o
contrário, Deus não aceita o mal para o homem, nem é indiferente a sua situação
de pecador. Ele quer destruir o mal e criar uma nova humanidade. O dilúvio é
símbolo da situação que o pecado deixou no mundo. Destruição, violência, morte.
Assim meu caro tenha certeza que Deus nunca se conforma diante do mal e sempre
intervém para corrigir, para reconstruir, para renovar. O sinal de sua aliança
como expressão de sua bondade. “Eu estabeleço a minha aliança convosco e com
todo serviço [ ... ] nenhum ser vivo será destruído pela águas do dilúvio “ (Gn
VV. 9-11). A sua aliança se justifica porque o seu amor é eterno para conosco
(cf. Sl 138). Deus o ama para transformar o seu ser e o seu agir.
Vamos avançar em águas mais profundas. A aliança de Deus
com o seu povo vai se renovando porque o homem continua a romper pelo pecado o
compromisso com Deus até chegar a nova e eterna aliança em Jesus, o seu filho
unigênito. Caríssimos: Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados,
o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na sua
existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito santo. É este o mistério
pascal que nós caminhamos para celebrar na noite santa da páscoa. A igreja vai
celebrar a sua gloriosa paixão na sexta feira santa, a santa vigília do sábado
santo e o esplendor da ressurreição no domingo. Irmão caríssimo foi naquela
sexta feira santa que o Pai absorveu para sempre o mundo e selou conosco uma
aliança eterna mediante o sangue derramado de
Jesus cruz. O seu sangue tem o poder de salvar todos os
homens, os que foram enfies antes de Cristo, na antiga aliança. “‘No espírito
ele foi também pregar aos espíritos na prisão, a saber, aos que foram
desobedientes antigamente, quando deus usava de longaminidade, nos dias em que
Noé construía a arca”. Caríssimos irmãos esta vida nova que Jesus trouxe no
espírito , esta nova aliança selada na cruz chaga a todos no dia do santo
batismo. O batismo marca o fim do pecado e faz nascer uma vida nova. É Jesus
quem comunica esta vida nova e destrói em nós o homem velho, na expressão do
apostolo Paulo. Agora no nosso tempo todos em Cristo são salvos nas águas do
batismo.
Agora irmão faça um exame de consciência sério sobre a
sua vida crista. Sou fiel a aliança do meu batismo? Procuro ser fiel a promessa
do meu batismo?A promessa de aliança que fiz de
renunciar ao mal e profissão de fé na Santíssima Trindade, tenho
sido fiel? Senão, é tempo de conversão. Para assegurar a
nossa “renovação batismal” devemos apontar, com realismo, metas pessoais e
comunitárias de conversão e progresso. Como demonstrar que estamos seguindo a
ordem de Jesus: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”? Sinais que expressem
e meios que reafirmam a conversão são, entre outros: a penitência quaresmal e a
prática penitencial. É necessário praticar a mais a oração e tem muitas
possibilidades como: meditar um salmo todos os dias, meditar um livro da
escritura (Evangelho de Jesus segundo Marcos, o livro de Jonas, o livro do Êxodo), participar do meu retiro ,
meditar a via sacra, meditar os mistérios do rosário, participar da santa
liturgia quaresmal, sobretudo, aos domingos da quaresma. Quanto a penitencia
cuidemos que as nossas obras sejam expressões da nossa conversão interior. A
tanto o que fazer como renuncia algum alimento do dia como penitencia corporal,
evitar conversas não edificantes, dedicar tempo e cuidados aos pobres
identificando em cada um deles a pessoa de Jesus sofredor (Mt 25). Tomar sua
cruz, cada dia, e seguir Jesus é o caminho mais seguro da penitencia. Ah! Irmão a penitencia e a oração sem a
caridade é incompleta. Quanto a caridade pode-se fazer muito, mas atenção a
pratica das obras de misericórdia corporais e espirituais. “A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse
pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da
nossa participação na humanidade que temos em comum. E, em terceiro
lugar, o sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, porque a
necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha
dependência de Deus e dos irmãos (papa Francisco).
Assim irmãos com consciência de que sou pecador e chamado
a conversão e que tenho a disposição o poder da oração, do jejum e da caridade
entro com o senhor no deserto para o combate espiritual, para a vitóra pascal.
“Preciso com o senhor entrar no deserto do tempo da quaresma para com ele ser
movido pelo espírito santo. Portanto, o Senhor
nos representou em sua pessoa quando quis ser tentado por Satanás. Líamos há
pouco no Evangelho que nosso Senhor Jesus Cristo foi tentado pelo demônio no
deserto. De fato, Cristo foi tentado pelo demônio. Mas em Cristo também tu eras tentado, porque ele assumiu a tua
condição humana, para te dar a sua salvação; assumiu a tua morte, para te dar a sua vida; assumiu os teus
ultrajes, para te dar a sua glória; por conseguinte, assumiu as tuas tentações,
para te dar a sua vitória. Se nele fomos tentados, nele também vencemos
o demônio. Consideras que o Cristo foi tentado e não consideras que ele venceu?
Reconhece-te nele em sua tentação, reconhece-te nele em sua vitória. O Senhor
poderia impedir o demônio de aproximar-se dele; mas, se não fosse tentado, não
te daria o exemplo de como vencer na tentação”. (Santo Agostinho).
Pe. Humberto
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