Homilia do 4º Domingo

HOMILIA DO QUARTO DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO 


Caríssimo, a liturgia do quarto domingo do advento volta-se a nossa atenção para a promessa de Deus, o sim de Maria e o nosso sim ao Plano de Deus. Meditemos seguindo as fontes da Palavra de Deus, intensificando a preparação para as festas que se aproximam.
 Fixemos o olhar na atitude de Davi e na sua promessa e, depois na de Deus. Em que situação Davi se encontra? Ele se encontra bem instalado na capital de Jerusalém que havia conquistado para seu reino. Embora esteja bem instalado se envergonha, porque ele, Rei, habita num palácio, a arca da aliança, sinal da presença de Deus, habita numa tenda. Nasce em seu coração um projeto humano construir uma casa ao Senhor para fortalecer a sua dinastia, como se fosse o seu artífice. Pensa ele numa realidade material, ou seja, numa construção humana.  Mas Deus tem seu Plano e a ele responde pelo oráculo do profeta que Ele é que construirá uma casa para Davi, uma dinastia que dure para sempre (v.16). O seu projeto é mais vivo, porque conta com pessoas vivas.  “Não és tu que construirás uma casa para Deus, é Deus quem construirá uma casa. Deus rejeita o projeto de Davi Tu, Davi, derramaste muito sangue e fizestes grandes guerras: tu não contrairás uma casa ao meu nome, pois derramastes diante de mim muito sangue sobre a terra. Eis: nascer-te-á um filho que há de ser homem pacifico’ (1Cr 22,8-10). E cumpriu a sua promessa de  dando-lhe o filho Salomão e, a seguir, a descendência de Salomão, que seria davídica em Jerusalém. Jesus recebeu de José, seu pai legal, o titulo de Filho de Davi. “José, Filho de Davi, não temas receber Maria,tua mulher, pois o que nele foi gerado vem do Espírito Santo “ (Mt 1,20).
            Contudo para que a promessa de Deus fosse realizada o Senhor quis precisar do sim de Uma Virgem. O seu sim é esperado por Deus e por nós. “O anjo espera a tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia [ ] O mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés”. “A virgem ‘pronuncia uma palavra e recebe a palavra; profere a tua palavra e concebe a palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna’. O seu “faça-se” possibilitou o faça-se de Jesus no nosso tempo. E o verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Que mistério tão grande o plano eterno de Deus depender de nós! Depender do “Sim” de uma Virgem. Da sua pobreza, da sua virgindade. O seu sim foi sem reservas. E, depois do sim, ela corre para a região montanhosa de Judá, para ver o sinal que o anjo havia dado: a parenta idosa e estéril havia concebido! E para servir, pois ela é a Serva do Senhor.
Maria agora é o Novo Templo onde Deus habita, é a arca da nova e eterna aliança, carrega em seu ventre Jesus, portanto é o primeiro sacrário do mundo.  “Maria, em quem o próprio Senhor vem habitar, é em pessoa a filha de Sião, a arca da aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor: é «a morada de Deus com os homens» (Ap 21, 3). «Cheia de graça», Ela dá-se toda Aquele que n'Ela vem habitar e que Ela vai dar ao mundo” (CIC,n.2673).
Dileto irmão não é privilegio apenas de Maria. Você também é santuário de Deus.  Recebe o corpo de Cristo na eucaristia. É a casa onde Deus  Espírito habita. Deus não estabelece a sua morada em edifícios, mas nos homens; “não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós” (1Cor 3,16). Entretanto, o edifício eclesial tem um sentido: é um lugar sagrado, não porque sejam sagradas as pedras materiais que o compõem, mas porque são santos os cristãos que para ai convergem, verdadeiras pedras vivas.    “O que admirais no seio de Maria, tratai de operá-lo em vossas mentes. No seio de Maria o verbo de Deus – segundo as leis da natureza – permaneceu por nove meses apenas, mas no coração de cada um de nós Ele que se fez carne e – estar disposto a permanecer pelos séculos. Maria, por primeiro, concebeu-o na mente e no coração, antes de concebê-lo no seio. De nada lhe teria adiantado tê-lo concebido em seu seio sem primeiro tê-lo concebido no coração” (Santo Agostinho).
 Paulo Apóstolo testemunha acerca do Plano divino da salvação.  Em Cristo se torna manifesto o que, desde os séculos, as Escritura, ao mesmo tempo em que o assinalam, escondem: O Mistério de Deus, ou seja, o seu Plano de amor e salvação (cf. Rm1,26s; Mat13,35). Revelado pouco a pouco pela voz dos profetas. “muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos Pais pelos profetas (Hb 1,1). Os autores da escritura antes vislumbravam uma presença fiel de Deus nos fatos provisórios da Historia. Mas visto a partir de Jesus Cristo e de sua obra adquirem harmonia, unidade e clareza, pois “todas as promessas de Deus encontraram nele (em Jesus) o seu sim por isto, é por ele que dizemos “Amém’ a Deus para a glória  de Deus” (2Cor 1,19). Nele nos é revelado o objetivo da ação de Deus na historia: recapitular em cristo todas as coisas, reunir todos os homens a si e ente eles. ”Ele é nossa paz: de ambos os povos fez um só povo” (Ef 2,14s).
Portanto, com os olhos e os corações fixos no Plano de Deus. Davi Rei de Israel imagem pálida de (Cristo Rei Universal) me inspira a não apenas fazer projetos para este mundo, a construir um patrimônio material. A não prender-se o coração as coisas terrenas. Deus quer Davi como parceiro no seu Plano. Dele descende O filho de Deus. Ele vem reinar para sempre: Jesus, o Filho de Maria. Outra inspiração conclusiva para o Plano de Deus chegar plenamente em Jesus foi o sim da Virgem Maria. O seu sim foi a sua opção radical, o seu compromisso total e pessoal com o Senhor. Inspira a cada file a acolher Jesus como Dom e ser Dom para o outro. Por fim, “hoje Deus deseja realizar um projeto com cada um de nós; Ele deseja fazer com que seu filho Jesus nasça desponte, venha á luz, tome posse no coração, no intimo, do centro dos afetos, da vontade de cada um de nós”. (Padre Fernando do livro o Pão Nosso de cada dia, Os tempos fortes do ano litúrgico, p. 64). Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra, programa para o seguimento a Jesus. Amém.


Pe. José Humberto Ferreira

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