Homilia Sagrada Família

HOMILIA SAGRADA FAMÍLIA ANO B


                Caros irmãos a nossa atenção nesta liturgia é para a Sagrada família de Nazaré, Jesus, Maria e José.  Com os olhos fixos na Sagrada família, cada família aprende a praticar as virtudes. “Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia as alegrias da vossa casa”.
                É verdade. Deus, que criou o homem por amor, também chamou ao amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano. No natal de Jesus Cristo os nossos olhos viram a manifestação plena da bondade de Deus Pai. Deus é bom, não somente porque nos dar coisas, mas, sobretudo, porque dar-se a Si mesmo por inteiro a nós, indignos pecadores, em seu Filho Unigênito. A porta para Jesus entrar no mundo e na historia humana foi a família. O papa Francisco na sua catequese sobre a sagrada família disse: “Jesus nasce em uma família. Ele podia vir espetacularmente, ou como um guerreiro, um imperador. Não, não: vem como um filho de família, em uma família”.
                Diletas famílias acolham a família de Nazaré como o Grande Dom que o Senhor deu ao mundo.  Dom que Jesus vai confirmar com o seu glorioso nascimento, ministério, morte e ressurreição. O papa Paulo VI disse:  Nazaré é a escola  onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho.  Que nos ensine o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza simples e austera, seu caráter sagrado e inviolável; portanto, o Verbo se fez carne no seio de uma família para cada família tivesses um modelo, como exemplo. “Nos destes a Sagrada família como exemplo”.
                Mas que virtudes as famílias de hoje devem imitar em seus lares para que de fato e de verdade se assemelhe a Sagrada família? A sagrada família de Nazaré cuida de sua família, e você está cuidando da sua? A família, como vai?
                Fixemos nas fontes da palavra de Deus de hoje e nas atitudes dos personagens para colhemos a resposta. No santo Evangelho é narra a apresentação de Jesus no Templo e a profecia de Simeão.  Esta atitude a Sagrada Família ensina aos pais a consagrar seus filhos a Deus, desde o começo de suas vidas ao Senhor, pois os filhos são de Deus confiados aos pais. “Os pais devem olhar os seus filhos como filhos de Deus e respeitá-los como pessoas humanas. Educarão os filhos no cumprimento da lei do senhor de Deus, na medida em que eles próprios se mostrarem obedientes a vontade do Pai do céu”. (CIC. n. 2222). Pais saibam que os filhos aprendem mais com os olhos do que com os ouvidos. A vossa vida cristã é a melhor escola para catequizar os filhos. Se você reza, os filhos aprenderão a rezar. Se vocês participam da comunidade, os filhos também. Se vocês lêem a Bíblia, os filhos aprendem a buscar luzes para a sua suas vidas na Palavra de Deus. E assim cada ato de vocês é observado e imitado. “Ficaríamos certamente comovidos com a história de como Jesus adolescente enfrentava os compromissos da comunidade religiosa e os deveres da vida social; em conhecer como, de jovem trabalhador, trabalhava com José; e depois o seu modo de participar da escuta das Escrituras, da oração dos salmos e em tantos outros costumes da vida cotidiana”.
                Jesus, como antes Dele os profetas, professou pelo templo de Jerusalém o mais profundo respeito. Ali foi apresentado por José e Maria, quarenta dias depois de seu nascimento. O próprio Jesus no contexto do seu ministério público se identifica como o Verdadeiro templo, apresentando-se como a morada de Deus definitiva entre os homens. A apresentação de Jesus no templo (240) mostra-O como Primogênito que pertence ao Senhor (241). Com Simeão e Ana, é toda a expectativa de Israel que vem ao encontro do seu Salvador (a tradição bizantina designa por encontro este acontecimento). Jesus é reconhecido como o Messias tão longamente esperado, «luz das nações» e «glória de Israel», mas também como «sinal de contradição». A espada de dor, predita a Maria, anuncia essa outra oblação, perfeita e única, da cruz, que trará a salvação que Deus «preparou diante de todos os povos” (CIC, n. 529). Querida família esta é a lição para vocês deste casal de anciãos, acolherem Jesus, falar de Jesus, deixar-se iluminar pela luz a fé.
                Cada família cristã, como fizeram Maria e José, pode antes de tudo acolher Jesus, escutá-Lo, falar com Ele, protegê-Lo, crescer com Ele; e assim melhorar o mundo. Demos espaço no nosso coração e no nosso dia a dia ao Senhor. Assim fizeram também Maria e José, e não foi fácil: quantas dificuldades tiveram que superar. E esta é a grande missão da família: dar lugar a Jesus que vem acolher Jesus na família, na pessoa dos filhos, do marido, da esposa, dos avôs. Jesus está ali. Acolhê-Lo ali, para que cresça espiritualmente naquela família.
                Antes de Jesus o livro do Eclesiástico já trazia valiosos conselhos para as varias situações da vida, particularmente á vida familiar como verificamos na primeira leitura. Hoje no texto trata–se dos deveres dos filhos para com os pais. Posso resumir numa palavra sem prejuízo das outras, “Honrar’. Honrar que na escritura sagrada significa dar importância aos seus conselhos, as suas exortações, as suas correções. Dar importância porque nossos pais nos ajudam a crescer na pratica das virtudes. Os filhos olhando-se no espelho deste texto perguntem-se: ‘dou eu importância as palavras, aos desejos, ao carinho, á vida de meus pais? Os pais olhando neste mesmo espelho perguntem-se: o nosso comportamento merece consideração, respeito, honra dos nossos filhos? Se não se convertam. Se sim perseverem até o fim. Deus promete aos que honram seus pais acumular tesouros junto de Deus, quando orarem sempre serão atendidos, terão vida longa e filhos exemplares e, se tiver cometido algum pecado, este lhe será perdoado. (v.v. 2-5. 14).
                Mesmo que a leitura priorize os deveres dos filhos com os pais, estes por sua vez não podem fazer o que querem com os filhos. Por ventura, pode um pai dado á bebida, não respeitar a esposa, esbanjar o dinheiro em futilidade, viver mal a vida crista e exigir dos filhos obediência e respeito? Evidente que não. Pais e filhos são exortados nesta liturgia familiar a fazerem o seu exame de consciência. Filho examine a sua vida de filho com suas luzes e trevas. Filho olhe a vida de seus pais com o olhar cristão, não de condenação. Ame o seu pai não porque ele seja bom ou mal, mas o seu amor a ele o transformará em pessoa melhor. O pai do céu ama seus filhos para fazê-los melhores. O que não se pode mudar com o comportamento muda-se com a oração. Tenha paciência como Deus tem com seus filhos e filhas.
                Finalmente a palavra do apostolo Paulo exorta a família a imitar o amor de Cristo. O amor entre pais e filhos é extensão e seguimento do amor que Deus tem por nós. Evidentemente o amor que o apostolo fala é o fruto da páscoa de Cristo que foi dada a igreja toda e a família pequena, “igreja doméstica”, como primeiro dom que nos une ao mistério de Cristo (Rom 5,5).  Na força dele, o casal testemunha o amor de Cristo. Amar como Cristo amou é a referencia para a família crista. A vida da família se insere no Plano de Deus e no mistério de Cristo. É necessário valorizar a estrutura familiar, para testemunhar nela o amor de Deus em gestos concretos.
                Caros irmãos tudo o que fizerdes, fazei, no nome do Senhor: a solicitude da mulher a seu marido, a ternura do homem para com a sua mulher, a obediência dos filhos, o respeito dos pais pelos filhos. O principio que deve orientar as relações na família é o amor. A família, portanto, é a casa onde Jesus é acolhido e testemunhado. Termino com a palavra iluminadora de São Paulo II: Caros pais “Vós, que gerais os vossos filhos para a pátria terrena, não esqueçais que, ao mesmo tempo, os gerais para Deus”. 

 Pe. José Humberto Ferreira

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