DOCUMENTO 100 DA CNBB – SÍNTESE
DOCUMENTO 100 DA
CNBB – SÍNTESE
“COMUNIDADE DE
COMUNIDADES:
UMA NOVA PARÓQUIA”
“A conversão pastoral da paróquia”
UMA NOVA PARÓQUIA”
“A conversão pastoral da paróquia”
Estrutura do Texto
INTRODUÇÃO
1. SINAIS DOS TEMPOS E CONVERSÃO PASTORAL
2. PALAVRA DE DEUS, VIDA E MISSÃO NAS COMUNIDADES
3. SURGIMENTO DA PARÓQUIA E SUA EVOLUÇÃO.
4. COMUNIDADE PAROQUIAL
5. SUJEITOS E TAREFAS DA CONVERSÃO PASTORAL
6. PROPOSIÇÕES PASTORAIS
CONCLUSÃO.
* * * * * *
* * *
INTRODUÇÃO.
¡ A
paróquia é referência para os batizados.
¡ Sua
configuração social, entretanto, tem sofrido profundas alterações nos últimos
tempos.
¡ Há
dificuldades para que seus membros se sintam participantes de uma autêntica
comunidade cristã.
¡ Cresce
o desafio de renovar a paróquia em vista da sua missão.
¡ “A
Paróquia não é uma estrutura caduca, precisamente porque possui uma grande
plasticidade, pode assumir formas muito diferentes que requerem a docilidade e
a criatividade missionária do pastor e da comunidade.” (EvangeliiGaudium,28)
- Assembleia Ordinária da CNBB . 2013 /Tema central: “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”
- Publicação
donúmero 104 da Coleção de “Estudos
da CNBB”
- De maio a outubro de 2013: processo de intensa participação de diferentes instâncias
- Na Assembleia Ordinária da CNBB. o tema foi debatido e aprofundado.
- Documento n. 100 da CNBB :
“COMUNIDADE DE COMUNIDADES,
UMA NOVA PARÓQUIA - Conversão
pastoral da paróquia”.
- Influenciaram o novo texto: os pronunciamentos do Papa Francisco em visita ao Brasil na JMJ;
- A Exortação Apostólica EvangeliiGaudium“A Alegria do Evangelho”
Capítulo 1 - SINAIS DOS TEMPOS E CONVERSÃO PASTORAL
¡ Enfrentar
a realidade para encontrar as demandas novas que se apresentam para a
evangelização.
¡ Discernir
“os acontecimentos, nas exigências e nas aspirações de nossos tempos [...],
quais sejam os sinais verdadeiros da presença ou dos desígnios de Deus.”
(Constituição conciliar GaudiumetSpes, 11)
¡ “É o olhar do discípulo missionário que se
nutre da luz e da força do Espírito Santo” (EvangeliiGaudium, 50)
1.1
Novos contextos: desafios e oportunidades
1.2
A valorização do sujeito na modernidade fortalece a subjetividade individual,
enfraquece os vínculos comunitários e transforma a noção de tempo e espaço.
1.3
Se, de um lado, verifica-se o valor da pessoa,
por outro, percebe-se a dificuldade de alguns em pensar no outro.
2
Grandes cidades
3
crescem acelerada e desordenadamente.
4
As
paróquias urbanas não conseguem atender a população.
5
existe anonimato e solidão
6
há dificuldades em acolher quem chega;
especialmente migrantes e novos vizinhos
7
Pelo fácil acesso às informações, também nas
áreas rurais crescem problemas relativos ao vínculo comunitário.
Os meios de comunicação
¡ mudam
hábitos e atitudes
¡ criam
necessidades a partir de desejos e influenciaram no consumo e na religião.
¡ A
internet é um território sem
fronteiras que entra diretamente em todos os espaços
¡ Novos
conceitos de espaço são gerados.
1.2 Novos cenários da fé e da religião
¡ A
vivência da fé na sociedade atual é geralmente exercida numa religiosidade não
institucional e sem comunidade, mais ligada aos interesses pessoais.
¡ pluralismo
liberta as pessoas de normas fixas, mas também as desorienta pela perda das
referências fundamentais e gera fragmentação da vida e da cultura.
Pluralismo religioso
¡ As
pessoas confrontam sua experiência religiosa com o contexto de pluralismo
religioso,
¡ com
a perda do sentido comunitário e solidário da fé.
¡ Alguns fiéis católicos frequentam outros cultos
e centros religiosos, buscando conforto em suas dificuldades.
¡ A
participação na vida eclesial tornou-se, cada vez mais, uma opção dentre outras
ofertas nasociedade atual
1.3 A realidade da paróquia
¡ Existem
paróquias que se limitam a realizar suas atividades principais no atendimento
sacramental e nas devoções.
¡ sua
evangelização se reduz à catequese de crianças, restrita à instrução da fé, sem
os processos de uma autêntica iniciação cristã.
¡ a
administração e a responsabilidade da comunidade concentram-se, exclusivamente,
no pároco.
¡ Não
há uma preocupação missionária, pois se espera que as pessoas procurem
a Igreja.
Por outro lado
Existem paróquias com experiências de profunda conversão pastoral.
São comunidades ocupadas com a evangelização
a catequese como processo de iniciação à vida cristã,
a animação bíblica da pastoral,
a liturgia viva e participativa,
a atuação da juventude,
os ministérios exercidos por leigos e leigas,
os Conselhos Comunitários,
o Conselho Paroquial de Pastoral e
o Conselho de Assuntos Econômicos.
Quem participa da vida de sua paróquia tem vínculos comunitários. Há
interesse e empenho em atrair os afastados
E os afastados? A missão
¡ Entretanto,
apesar dessa riqueza, algumas não conseguem atingir a maior parte das pessoas
de sua jurisdição, em vista da grande população ou extensão territorial.
¡ Ainda
lhes falta ampliar a ação evangelizadora fortalecendo pequenas comunidades
que, juntas, formam a única comunidade paroquial.
¡ Ser
missionário!
Vencer a mesmice!
¡ “A
pastoral em chave missionária exige o abandono deste cômodo critério pastoral:
‘fez-se sempre assim!’. Convido todos a serem ousados e criativos nesta tarefa
de repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores
das respectivas comunidades.” (EvangeliiGaudium
33).
¡ aparecimento
de cristãos que formam grupos fechados
¡ em
seus ideais, sem comunhão com a Diocese e resistentes ao diálogo com o mundo.
¡ Multiplicam-se
associações pequenas de interesses religiosos particulares.
¡ Geralmente
são pessoas que promovem certo fundamentalismo católico.
Capelas fechadas
¡ Na
fé cristã não há lugar para capelas fechadas, em forma de sociedade ou
clube.
¡ Algumas
têm diretorias e outras vivem em função de festas, almoços e bailes.
¡ Parecem
mais um clube social que não tem como finalidade principal a evangelização.
¡ Cabe
se questionar sobre a identidade de tais comunidades que se esforçam tanto para
eventos e quase não há iniciativas missionárias.
Falta a cultura da proximidade
¡ Há
paróquias que projetam a imagem de uma Igreja distante, burocrática e
sancionadora.
¡ Igualmente
os planos pastorais diocesanos e paroquiais precisam ser mais evangélicos,
comunitários, participativos, realistas e místicos.
¡ reuniões
longas, encontros prolixos, metodologias sem interação.
1.4 A nova territorialidade
¡ A
territorialidade é considerada, há séculos, o principal critério para
concretizar a experiência eclesial.
¡ Hoje,
o território físico não é mais importante que as relações sociais.
¡ A
transformação do tempo provoca uma nova noção de limites paroquiais, sem
delimitação geográfica.
Referencial novo
¡ é
o sentido de pertença à comunidade e não tanto o território.
¡ alguém
pode participar de uma paróquia que não seja a do bairro onde reside.
¡ Muitos
preferem uma comunidade onde se sintam mais identificados ou acolhidos:
participação em um movimento, horários alternativos de missa, busca de um bom
pregador, etc.
1.5 Revisão de estruturas obsoletas
¡ Cuidar
demais das estruturas e da prática levou-nos a muitas formas de ativismo
estéril.
¡ A primazia do fazer ofuscou o ser cristão.
¡ Há
muita energia desperdiçada em manter estruturas que não respondem mais às
inquietações atuais.
¡ O
Documento de Aparecida propõe “abandonar as ultrapassadas estruturas que já não
favoreçam a transmissão da fé”.
Linguagem
¡ Somos
chamados a anunciar Jesus Cristo em linguagem acessível e atual.
¡ Porém,
o fazemos mediante abstrações e fórmulas, sem comunicar experiências de fé.
Presos a conceitos de difícil compreensão, muitas vezes, não somos capazes de
estabelecer relações entre a vida dos que creem e o Mistério de Deus.
Novo ser paróquia
¡ “O
problema não está sempre no excesso de atividades, mas sobretudo nas atividades
mal vividas, sem as motivações adequadas, sem uma espiritualidade que impregne
a ação e a torne desejável.”
1.6 A urgência da conversão pastoral
¡ A
conversão pastoral sugere renovação missionária das comunidades,para passar de “uma pastoral de mera conservação para uma
pastoral decididamente missionária.”
¡ Isso supõe mudança de estruturas e métodos
eclesiais, mas principalmente, exige uma nova atitude dos pastores, dos
agentes de pastoral e dos membros das associações de fiéis e movimentos
eclesiais.
Conversões
¡ A
conversão pessoal e a pastoral andam juntas, pois se fundam na experiência de
Deus realizada por pessoas e comunidades. “Temos consciência de que a
transformação das estruturas é uma expressão externa da conversão interior.
Sabemos que esta conversão começa por nós mesmos. Sem o testemunho de uma
Igreja convertida, vãs seriam nossas palavras de pastores” (Documento de Puebla).
1.7 Conversão para a missão
¡ A paróquia missionária há de ocupar-se
menos com detalhes secundários da vida paroquial e focar-se mais no que
realmente propõe o Evangelho.
¡ A
conversão e a revisão das estruturas não se realizam para modernizar a Igreja,
mas para buscar maior fidelidade ao que Jesus quer da sua comunidade.
¡ É exigência da missão a renovação dos
costumes, estilos, horários e linguagem.
1.8 Breve conclusão
¡ A
paróquia atual está desafiada a se renovar diante das aceleradas mudanças deste
tempo. Desviar-se dessa tarefa é uma atitude impensável para o discípulo
missionário de Jesus Cristo.
¡ Isso
implica ter coragem de enxergar os limites das práticas atuais em vista de uma
ousadia missionária capaz de atender aos novos contextos que desafiam a
evangelização.
Capítulo 2 - PALAVRA DE DEUS, VIDA E MISSÃO NAS
COMUNIDADES
¡ Pela
Palavra de Cristo a Igreja existe e age guiada pelo Espírito Santo. Assim, o
cristão encontra, no modelo de vida de Jesus e dos apóstolos, sua inspiração
para ser comunidade.
2.1 A comunidade de Israel
¡ No
antigo Israel, a comunidade era firmada pela Aliança com Deus, determinando a
vida familiar, comunitária e social.
¡ No
tempo de Jesus, a vida comunitária em Israel estava se desintegrando. A
estrutura da sinagoga continuava existindo, mas a comunidade estava se
enfraquecendo.
¡ Jesus
participava da vida comunitária de Israel.
2.2 Jesus: o novo modo de ser pastor
¡ Jesus
se apresentava como o Bom Pastor (cf. Jo
10,11). Com bondade e ternura acolhia o povo, sobretudo os pobres (cf.
Mc 6,34; Mt 11,28-29). Seu agir revelava um novo jeito de cuidar das
pessoas.
¡ A
comunidade de apóstolos e discípulos foi aprendendo com Jesus um novo jeito de
viver:
¡ a)
na comunhão com Jesus;
¡ b)
na igualdade de dignidade;
¡ c)
na partilha dos bens;
¡ d)
na amizade.
2.3 A comunidade de Jesus na perspectiva do Reino de Deus
¡ Jesus
também apresentou quatro recomendações para a missão dos discípulos:
¡ a)
hospitalidade;
¡ b)
partilha;
¡ c)
comunhão de mesa;
¡ d)
acolhida aos excluídos.
¡ O
Reino de Deus implica sempre uma nova maneira de viver e conviver, nascida da
Boa-Nova que Jesus anunciou.
2.4 As primeiras comunidades cristãs
¡ CRITÉRIOS
PARA UMA COMUNIDADE SER CRISTÃ
¡ Toda
comunidade cristã se inspira nos quatro elementos distintivos da Igreja
primitiva:
¡ “Eles eram perseverantes em ouvir o
ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas
orações” (At 2,42).
¡ a)
o ensinamento dos apóstolos;- CATEQUESE
¡ b)
a comunhão fraterna;- CARIDADE
¡ c)
a fração do pão (Eucaristia); e -LITURGIA
¡ d)
as orações. - ESPIRITUALIDADE
2.4.1 A comunhão
¡ A
comunhão fundamentava-se na experiência eucarística e se expandia nas diversas
dimensões da vida pessoal, comunitária e social: “Porque há um só pão, nós, embora sendo muitos, somos um só corpo, pois
todos participamos desse único pão” (1Cor 10,17).
¡ São
Paulo aplica o termo “koinonia”
expandindo-o até as fronteiras para vencer as barreiras. Por isso ele pede a
Filêmon, seu amigo na fé, que acolha o escravo Onésimo como se fosse o próprio
Paulo (cf. Fm 1,17).
2.4.2 A partilha (e o dízimo)
¡ “Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e
possuíam tudo em comum; vendiam as suas propriedades e seus bens e repartiam o
dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um” (cf. At
2,44-45).
¡ Isso
implicava uma nova forma de entender até mesmo o dízimo. Enquanto para Israel
era uma obrigação religiosa, a partilha de bens dos cristãos era manifestação
autêntica e espontânea da fé: “Cada um dê
conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar, nem constrangimento, pois
Deus ama a quem dá com alegria” (2Cor 9,7).
2.4.3 A iniciação cristã
¡ ESTE
ERA O MODO ORDINÁRIO DE ALGUÉM ENTRAR NUMA COMUNIDADE CRISTÃ
¡ Antes
do Batismo, a Confirmação e a Eucaristia, o candidato passava por um
processo que permitia mergulhar no mistério de Cristo.
¡ “Querigma”
¡ Pré-catecumenato
¡ Catecumenato
¡ Eleição
¡ Purificação
¡ Escrutínios
¡ Sacramentos
¡ “Mistagogia”
2.4.4 A missão
¡ comunidade
cristã anuncia Jesus Cristo e acolhe novos membros que, pelo Batismo, se tornam
discípulos do Senhor, para testemunharem com palavras e gestos o Evangelho
do Reino de Deus.
¡ Essa
missão impulsiona as comunidades a expandirem a mensagem de Cristo além de suas
fronteiras geográficas. Fizeram como Jesus fazia
2.4.5 A esperança
¡ A
vida dos primeiros cristãos: esperança na vinda de Jesus Cristo no fim dos
tempos.
¡ Pregam
a conversão especialmente de Israel que deve acolher seu Messias.
¡ Dessa
forma, o grupo se define como o verdadeiro Israel, a verdadeira “Qahal”
que é a reunião do povo da Aliança.
¡ A
esperança no Cristo que virá faz a comunidade sentir-se peregrina: forma o povo
de Deus a caminho do Reino.
¡ PARÓQUIA
– ESTAÇÃO DE PEREGRINOS!
2.5 A Igreja-comunidade
¡ A
Igreja do Novo Testamento será denominada como assembleia convocada por
Deus.
¡ O
conceito ‘ekklesia” indicava a comunidade reunida para a liturgia, para ouvir a
Palavra de Deus e celebrar a Ceia (cf.
1Cor 11,18);
¡ era
empregado também para “comunidade doméstica”, isto é, os cristãos que se
reuniam nas casas para celebrar a liturgia (cf. Rm 16,5);
¡ expressava
também a comunidade local de todos os cristãos que viviam numa determinada
cidade (cf. At 11,22);
¡ designava
a comunidade inteira dos cristãos, onde quer que residissem (cf. At 9,31).
2.6 Breve conclusão
¡ As
primeiras comunidades de cristãos servem de inspiração para toda comunidade :
- prestarão o culto devido a Deus,
- cuidarão uns dos outros,
- formarão comunidades de amizade e caridade,
- partilharão os bens,
- serão fiéis à doutrina dos apóstolos
- viverão na comunhão da Igreja,
- se comprometerão com a missão de anunciar e testemunhar Jesus, o Cristo.
¡ O
Novo Testamento não oferece um modelo único de comunidade cristã. Mas apresenta
elementos e critérios comuns para a vivência comunitária da fé cristã nos
diferentes contextos culturais e em épocas distintas.
Capítulo 3 - SURGIMENTO DA PARÓQUIA E SUA EVOLUÇÃO.
¡ A
dimensão comunitária da fé cristã conheceu diferentes formas de se concretizar
historicamente, desde a “Igreja Doméstica” até chegar à paróquia na acepção
atual. A paróquia é um instrumento importante para a construção da identidade
cristã; é o lugar onde o cristianismo se torna visível em nossa cultura e
história.
Origem
¡ As
paróquias nascem da necessidade de expandir o atendimento aos cristãos que
vivem especialmente em áreas distantes do bispo. Aos presbíteros se confiará
essa missão. Ao longo dos anos, aparecem iniciativas procurando retornar às
origens da Igreja: os mosteiros, a Reforma Gregoriana e o Concílio de Trento
são propostas de renovação da organização da Igreja.
O Concílio Vaticano II
¡ promoverá
a recuperação do sentido de comunhão da comunidade a partir do mistério trinitário e da união entre os
seus membros;
¡ a
importância da valorização dos leigos na comunidade eclesial,
¡ para
que ela seja toda ministerial;
¡ e
a abertura da dimensão cultual para a totalidade das dimensões da comunhão e da
missão da Igreja no mundo.
Na América Latina
¡ Desde
Medellín, os bispos insistem na
renovação, para que a paróquia se torne uma rede de comunidades.
¡ Os
documentos das Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano registram a lentidão
na renovação paroquial na América Latina e no Caribe.
¡ Esse
atraso deve ser compensado, segundo Aparecida, com uma autêntica conversão
pastoral que não se reduz a mudanças de estruturas e planos, mas principalmente
de mentalidade.
A Igreja do Brasil
¡ desde
1962 reflete sua realidade paroquial e busca a renovação.
¡ Especialmente
a CNBB tem se dedicado para que a paróquia seja mais discípula e, por isso,
mais missionária.
¡ O
pontificado do Papa Francisco indica
e colabora para que ocorra essa mudança de mentalidade e de prática pastoral.
Capítulo 4 - COMUNIDADE PAROQUIAL
¡ 4.1
Trindade: fonte e meta da comunidade
¡ A
Igreja proporciona o encontro entre a iniciativa de Deus e a ação humana, é o “ícone”
da Santíssima Trindade no tempo, e a elevação do tempo ao coração da Trindade.
Apesar de viver na história e no tempo, a Igreja se destina à eternidade.
4.2 Diocese e paróquia
¡ A
paróquia constitui-se na menor parte de uma comunidade mais ampla que é a
Igreja Particular.
¡ A
paróquia não pode ser concebida como independente, mas somente em relação à
Igreja Particular na qual se encontra.
¡ Dela
recebe as orientações pastorais e define sua atividade.
¡ A
vitalidade da diocese, por sua vez, depende da vitalidade das suas paróquias.
4.3 Definição de paróquia
¡ Na
Bíblia grega, aparecem três palavras ligadas à noção de paróquia: o substantivo
paroikía, significando estrangeiro, migrante; o
verbo “paroikein”, designando viver junto a, habitar nas proximidades,
viver em casa alheia
¡ O
conceito de paróquia está ligado à acolhida daqueles que estão em peregrinação.
¡ É
uma “hospedaria” que acolhe os viajantes para a pátria celeste.
¡ Ela
não pode ser morada definitiva, pois distrairia seus hóspedes do final da
viagem.
¡ Mas
ela não pode ser apenas um lugar de passagem onde os viajantes não criam laços
de fraternidade, amizade e comunhão, pois perderia o sentido de existir como
casa que prepara aqueles que buscam uma comunhão plena.
O Catecismo da Igreja Católica
¡ ensina
que a “Paróquia é uma determinada
comunidade de fiéis, constituída de maneira estável na Igreja particular, e seu
cuidado pastoral é confiado ao pároco,
como a seu pastor próprio, sob autoridade do bispo diocesano”.
¡ Dois
elementos merecem atenção: a comunidade de fiéis e a comunhão com a
Igreja Particular – a diocese. Essa unidade se estabelece e deve ser
garantida especialmente pela ação do pároco em comunhão com o bispo.
4.4 Comunidade de fiéis
¡ O
termo comunidade pode abranger todos os agrupamentos humanos e por
diferentes meios.
¡ O
que a caracteriza é o fato de agregar seus membros numa identidade coletiva.
¡ Geralmente,
comunidade significa ter algo em comum.
¡ Formam
comunidade aqueles que têm em comum ou compartilham o que têm e o que são.
Comunidade eclesial
¡ Teologicamente
a palavra comunidade significa a união íntima ou a comunhão das pessoas
entre si e delas com Deus Trindade.
¡ Essa comunhão se realiza fundamentalmente pelo
Batismo e pela Eucaristia.
¡ A
paróquia, entendida como comunidade, é o local onde se ouve a convocação feita
por Deus, em Cristo, para que todos sejam um e vivam como irmãos. É a Igreja
que está onde as pessoas se encontram, independentemente dos vínculos de território,
de moradia ou de pertença geográfica.
4.5 Território paroquial
¡ Para
o “Código de Direito Canônico”, a paróquia, via de regra, é territorial, isto
é, compreende todos os fiéis de determinado território, mas esclarece que onde “for
conveniente, constituam-se paróquias pessoais, em razão de rito, língua,
nacionalidade dos fiéis de um território, e também por outra razão
determinada.”
Resumindo
¡ A
paróquia é a comunidade à qual pertencem todos os fiéis, sem exclusão ou
elitismo. Só assim ela será católica, isto é, aberta a todos e respeitando a
diversidade de cada fiel. A paróquia, enfim, é uma comunidade formada por
aqueles fiéis que se reúnem para ouvir a Palavra de Deus e participar da
Eucaristia, sob os cuidados pastorais do pároco, em comunhão com o bispo
diocesano.
4.6 Comunidade: casa dos cristãos
¡ A
comunidade cristã é a experiência de Igreja que acontece ao redor da casa [domusecclesiae]:
“Paróquia: esta é a última localização da Igreja; é, em certo sentido, a
própria Igreja que vive no meio das casas dos seus filhos e das suas filhas.” É
a Igreja que está onde as pessoas se encontram.
Paróquia é lar – casa
¡ 4.6.1
Casa da Palavra
¡ 4.6.2
Casa do pão
¡ 4.6.3
Casa da caridade – ágape
4.7 Comunidades para a missão
¡ O
estado permanente de missão supõe que a comunidade cristã tenha consciência que
ela é, “por sua natureza, missionária” (Doc. 100,91) e precisa ser
constantemente missionada, isto é, precisa renovar-se sempre diante dos
novos desafios que enfrenta no confronto com o mundo e na relação entre seus
membros.
¡ Isto
supõe QUERIGMA E TESTEMUNHO
Capítulo 5 - SUJEITOS E TAREFAS DA CONVERSÃO PAROQUIAL
¡ Na
renovação paroquial, todos estão envolvidos em diferentes tarefas. O
fortalecimento das comunidades supõe a multiplicação de ministérios e serviços
dos discípulos e discípulas missionários. Os sujeitos e as tarefas da conversão
pastoral dependem de um encontro pessoal com Jesus Cristo.
5.1 Os bispos
¡ Os
bispos serão os primeiros a fomentar, em toda a diocese, a conversão pastoral
das paróquias. Eles são os responsáveis por desencadear o processo de renovação
das comunidades, especialmente na missão com os afastados, chamados a fazer da
Igreja casa e escola de comunhão.
5.2 Os presbíteros
¡ Todo
presbítero é chamado a ser padre-pastor, dedicado, generoso, acolhedor e aberto
ao serviço na comunidade. Há, contudo, uma sobrecarga de múltiplas tarefas
assumidas, especialmente pelos párocos, impostas ou solicitadas pelo bem da
comunidade.
¡ A
conversão pastoral da paróquia depende muito da postura do presbítero na
comunidade.
¡ Será
fundamental acolher bem as pessoas, exercer sua paternidade espiritual sem
distinções, renovando sua espiritualidade para ajudar tantos irmãos e irmãs que
buscam a paróquia. Desse modo estará mais disponível para ir ao encontro de
tantos sofredores que nem sempre são bem acolhidos na sociedade e na
comunidade eclesial.
5.3 Os diáconos permanentes
¡ Aparecida
sugere que os diáconos permanentes, acompanhem “a formação de novas comunidades
eclesiais, especialmente nas fronteiras geográficas e culturais, aonde
ordinariamente não chega a ação evangelizadora da Igreja
¡ a
conversão paroquial supõe oportunamente a atuação de diáconos permanentes,
preferencialmente se eles estiverem morando nessas comunidades urbanas ou
rurais.
5.4 Os consagrados
¡ Reconhece-se
o importante papel dos consagrados e consagradas que desenvolvem seu apostolado
nas paróquias, comprometidos diretamente com a ação pastoral, de acordo com
seus carismas.
¡ Atuem
em plena comunhão pastoral com a Igreja Particular, evitando toda ação
paralela.
¡ Suas
promoções vocacionais, seu trabalho em hospitais e escolas e suas diferentes
atuações devem estar alinhados com a diocese, para que o vínculo da comunhão
seja mantido.
¡ Tal
vínculo não é apenas jurídico, mas, especialmente, pastoral e missionário.
5.5 Os leigos
¡ “A sua ação dentro das comunidades eclesiais
é tão necessária que, sem ela, o próprio apostolado dos pastores não pode
conseguir, na maior parte das vezes, todo o seu efeito.”
¡ é
urgente desencadear um processo integral de formação, que seja
programada, sistemática e não meramente ocasional, considerando especialmente a
Doutrina Social da Igreja. Assim leigos e leigas se compreenderão como sujeitos
da comunhão eclesial e engajados na missão.
¡ 5.5.1
A família:
¡ Nas
paróquias participam pessoas unidas sem o vínculo sacramental, outras estão
numa segunda união, e há aquelas que vivem sozinhas sustentando os filhos.
¡ 5.5.2
As mulheres
¡ A
EvangeliiGaudium insiste que a presença das mulheres deve ser garantida nos
diversos âmbitos onde se tomam as decisões importantes na Igreja e na sociedade
¡ 5.5.3
Os jovens
¡ Trata-se
de fazer uma opção afetiva e efetiva pelos jovens, considerando suas
potencialidades. Para isso, é importante garantir espaços adequados para eles
nas paróquias, com atividades, metodologias e linguagem próprias, assegurando a
participação e o engajamento comunitário.
¡ 5.5.4
Os idosos
¡ Nas
comunidades encontram-se muitos idosos que participam da vida paroquial. Nem
sempre eles são escutados em suas preocupações.
5.6 Comunidades Eclesiais de Base
¡ Elas
“trazem um novo ardor evangelizador e uma capacidade de diálogo com o mundo que
renovam a Igreja”, mas para isso é preciso que elas “não percam o contato com
esta realidade muito rica da paróquia local. “Mantendo-se em comunhão com seu
bispo, e inserindo-se no projeto da pastoral diocesana, as CEBs se convertem em
sinal de vitalidade na Igreja Particular”.
5.7 Movimentos e associações de fiéis
¡ Os
movimentos e associações de fiéis, por terem organização supradiocesana, muitas
vezes, recebem orientações independentes da diocese, e não raras vezes surgem desconfortos
nas suas relações com as paróquias e as comunidades. Tais grupos têm direito de
reivindicar sua presença nas dioceses, mas alguns têm receio de que o plano de
pastoral lhes prive do carisma especifico.
¡ “Movimentos
e associações não podem colocar-se no mesmo plano das comunidades paroquiais
como possíveis alternativas. Ao contrário, têm o dever de serviço na paróquia e
na Igreja particular. E é nesse serviço que é dado na estrutura paroquial ou
diocesana que se revelará a validade das respectivas experiências no interior
dos movimentos e associações”.
5.8 Comunidades ambientais e transterritoriais
¡ Os
hospitais também constituem uma verdadeira comunidade no serviço à vida.
¡ As
escolas também podem ser comunidades dentro das paróquias. Especialmente os
colégios católicos são chamados a viver a vida religiosa integrada à vida
paroquial. Apesar do atendimento religioso que se realiza nas escolas, há
dificuldades de se efetivar uma pastoral de conjunto com a paróquia.
¡ Outro
tipo de comunidade são as universidades, consideradas um grande areópago na
busca do diálogo entre fé e razão.
Capítulo 6 - PROPOSIÇÕES PASTORAIS
¡ É
preciso recuperar o primado de Deus e o lugar do Espírito Santo em nossa ação
evangelizadora, pois “nunca será possível
haver evangelização sem a ação do Espírito Santo”.
6.1 Comunidades da comunidade paroquial
¡ A
grande comunidade, praticamente impossibilitada de manter os vínculos humanos e
sociais entre todos, pode ser setorizada em grupos menores. A paróquia
descentraliza seu atendimento e favorece o aumento de líderes e ministros
leigos e vai ao encontro dos afastados.
¡ A
setorização é um meio. Não basta a demarcação de territórios, é preciso
identificar quem vai pastorear, animar e coordenar as pequenas comunidades. Sem
essa preparação, a simples setorização não renova a vida paroquial.
6.2 Acolhida e vida fraterna
¡ A
missão que se impõe às comunidades paroquiais é rever o relacionamento humano
que nelas se estabelece. A alegria, o perdão, o amor mútuo, o diálogo e a
correção fraterna são apenas alguns indicativos para essa revisão. Não será
possível acolher os afastados se aqueles que estão na comunidade vivem se
desencontrando.
6.3 Iniciação à vida cristã
¡ Para
que as comunidades sejam renovadas, devem ser Casa de Iniciação à vida
cristã, onde a catequese há de ser uma prioridade. Um novo olhar permitirá
uma nova prática. A catequese, como iniciação à vida cristã, ainda é
desconhecida em muitas comunidades. Um dos grandes desafios da pastoral
paroquial é fazer com que os membros das comunidades cristãs percebam o estreito
vínculo que há entre Batismo, Confirmação e Eucaristia.
¡ Só
haverá revitalização das comunidades com uma catequese centrada na Palavra
de Deus, expressão maior da animação bíblica da pastoral.
6.4 LeituraOrante da Palavra
¡ Sendo
Casa da Palavra, a paróquia há de promover uma nova evangelização. Muitos
paroquianos ainda não se familiarizaram com a Bíblia. A Palavra é saboreada na
experiência comunitária da Leitura Orante.
6.5 Liturgia e espiritualidade
¡ Após
o Concílio Vaticano II, nas celebrações litúrgicas buscou-se maior participação
da assembleia. Entretanto, algumas experiências têm mostrado que às vezes se
fala demais e se reza pouco. Corre-se o risco de algumas celebrações serem
realizadas sem a espiritualidade devida. Tanto os ministros ordenados quanto as
equipes de liturgia precisam vivenciar o que celebram.
6.6 Caridade
¡ As
comunidades da paróquia precisarão acolher a todos, em especial os moralmente
perdidos e os socialmente excluídos,
¡ Sem
dispensar as muitas iniciativas já existentes na prática da caridade, as
paróquias precisam acolher fraternalmente todos:
¡ Dependentes
químicos, migrantes, desempregados, dementes, moradores de rua, sem-terras,
soropositivos, doentes e idosos abandonados
6.7 Conselhos, organização paroquial e manutenção
¡ O
Conselho de Assuntos Econômicos também é determinante para a administração dos
bens, manutenção e planejamento financeiro da paróquia. Esses conselhos são
organismos de participação do laicato.
¡ Do Conselho de Pastoral Paroquial deve fazer
parte o coordenador do Conselho de Assuntos Econômicos.
Álcool
¡ Algumas
iniciativas não são fáceis de ser aplicadas, mas são urgentes. Uma delas
é evitar a comercialização e o consumo de álcool nos espaços da comunidade. Especialmente
nas festas dos padroeiros e outros eventos religiosos, a venda de bebida
alcoólica contrasta com os programas de defesa da vida e combate à “drogadição”
que a Igreja promove. Uma das drogas mais ameaçadoras da sociedade é o
álcool. Entretanto, algumas paróquias, em razão de questões financeiras,
culturais ou porque “sempre foi assim”,
caem nessa contradição grave. Será preciso encontrar saídas alternativas para a
manutenção da comunidade, como a partilha do dízimo. É urgente a conversão das
comunidades paroquiais para evitar o contratestemunho de promover o consumo
de álcool em quermesses ou outras atividades recreativas da comunidade.
DÍZIMO
¡ Há
paróquias que já avançaram na organização do dízimo, outras estão formando a
consciência dessa participação. É muito importante, porém, que a implantação do
dízimo garanta o seu sentido comunitário: “Deus
ama a quem dá com alegria” (2Cor
9,7). É a alegria de doar com liberdade e consciência de ser um sinal de
partilha.
PARTILHA
¡ Evite-se,
entretanto, o sentido de taxa ou mensalidade e a ideia de retribuição, segundo
a qual é preciso doar para receber a bênção. Igualmente cuide-se para não
exagerar nas campanhas de conscientização que muitas vezes causam reação
negativa, especialmente entre aqueles que estão afastados da comunidade
eclesial. A participação financeira na partilha de recursos com a comunidade
paroquial deverá ser um processo desencadeado pelas pequenas comunidades que
formam seus discípulos missionários.
Conselhos
¡ O
Conselho de Assuntos Econômicos também é determinante para a administração dos
bens, manutenção e planejamento financeiro da paróquia. Esses conselhos são
organismos de participação do laicato.
¡ Do Conselho de Pastoral Paroquial deve fazer
parte o coordenador do Conselho de Assuntos Econômicos.
PARTICIPAÇÃO
¡ A
sociedade atual vive na interatividade. As pessoas participam, opinam e se
posicionam sobre diferentes realidades do mundo. A conversão pastoral supõe
considerar a importância dos processos participativos de todos os membros da
comunidade paroquial. Para desencadear essa participação, é preciso estimular o
funcionamento do Conselho de Pastoral Paroquial.
Sintonia
¡ É
necessário, contudo, haver concordância entre o Conselho Pastoral Paroquial e o
Conselho de Assuntos Econômicos. Para isso, ambos os conselhos precisam ser
formados por discípulos missionários, pessoas que participam ativamente da vida
da Igreja. Especialmente o Conselho de Assuntos Econômicos não pode ser uma
“diretoria” ocupada apenas com construções e reformas. Os leigos precisam ser
apoiados financeiramente em suas comunidades, seja para a realização de cursos
e encontros, seja para manter a unidade com a diocese, seja para aprofundar o
conhecimento de seu serviço e pastoral.
Nova mentalidade
¡ Para
superar uma mentalidade que reduz a administração à manutenção e construção de
bens materiais é preciso proporcionar formação específica para os membros do
conselho de assuntos econômicos. As decisões sobre reformas e construções, e o
investimento a ser feito na pastoral, na missão e na formação de pessoas da
comunidade será de responsabilidade do Conselho de Pastoral Paroquial e sua
execução caberá ao Conselho de Assuntos Econômicos.
6.8 Abertura ecumênica e diálogo
¡ É
no cotidiano da paróquia que aparecem as dificuldades e as possibilidades da
relação com as diferentes igrejas e religiões. Em muitas ocasiões da vida
civil, os católicos se deparam com pessoas de diferentes crenças. A vida
familiar, as festas do município e as formaturas são apenas alguns exemplos da
convivência com o pluralismo religioso. Igualmente nos batismos, matrimônios e
exéquias celebrados por católicos há pessoas de outras crenças.
6.9 Nova formação
¡ A
conversão da paróquia exige um novo estilo de formação. Não basta
ocupar-se de conteúdos e temas; é preciso encontrar metodologias e processos
que permitam desencadear uma conversão nas pessoas e uma mudança na comunidade.
Hoje é indispensável uma interação na qual a pessoa não é apenas informada, mas
aprende a formar-se junto com os outros. Métodos, pedagogias interativas e
participativas precisam ser estimulados.
6.10 Ministérios leigos
¡ Para
que as comunidades possam ser bem servidas e crescer na fé, é necessário
estimular a participação de leigos nos diferentes ministérios e serviços (n.156).
Destaque especial deve ser dado ao Ministério da Palavra, por meio do
qual homens e mulheres tornam-se autênticos animadores de comunidades. Sejam
devidamente preparados líderes para, missionariamente, fundar novas comunidades
eclesiais, tanto no meio rural quanto nas grandes cidades, que se expandem
sempre mais, como iniciar comunidades transterritoriais, ambientais e por
afinidade, possibilitando às pessoas a alegria do encontro e do seguimento do
Senhor em pequenas comunidades.
6.11 Cuidado vocacional
¡ Considerando
a paróquia como comunidade de comunidades, é nela que nasce e se fortalece a
consciência vocacional da Igreja. Portanto, faz-se necessário organizar, em
todas as paróquias, equipes de pastoral vocacional que animem a vocação
batismal, apoiem a diversidade e a especificidade vocacionais, promovam a
oração pelas vocações.
6.12 Comunicação na pastoral
¡ É
importante promover uma comunicação mais direta e objetiva. As reuniões de
pastoral carecem de uma linguagem menos prolixa e de uma metodologia mais clara
e envolvente. Há encontros que se delongam pela falta de objetividade e
clareza.
¡ Diante
das novas possibilidades de comunicação e dos novos tipos de relacionamento que
a mídia possibilita, a comunidade também interage de forma diferenciada com
seus fiéis.
6.13 Sair em missão
¡ É
urgente ir ao encontro daqueles que se afastaram da comunidade ou dos
que a concebem apenas como uma referência para serviços religiosos. Ocasião
especial para acolher os afastados pode ser a preparação de pais e padrinhos
para o Batismo, a preparação de noivos para o Sacramento do Matrimônio, as
Exéquias e a formação de pais de crianças e jovens da catequese. Todas essas
situações supõem um olhar menos julgador e mais acolhedor, para receber aqueles
que buscam a comunidade pensando apenas no sacramento.
6.14 Breve conclusão
¡ Para
que a paróquia se converta em comunidade de comunidades, será preciso manter algumas características
fundamentais:
¡ a)
formar pequenas comunidades a partir do anúncio querigmático, unidas pela fé,
esperança e caridade;
¡ b)
meditar a Palavra de Deus pela Leitura Orante;
¡ c)
celebrar a Eucaristia, unindo as comunidades da Paróquia;
¡ d)
organizar retiros;
¡ e)
estabelecer o Conselho de Pastoral Paroquial e o Conselho de Assuntos
Econômicos, garantindo a comunhão e participação;
¡ f)
valorizar o laicato e incentivar a formação para os ministérios leigos;
¡ g)
acolher a todos, especialmente os afastados, atraindo para a vida em comunidade,
expressão da missão (n.162);
¡ h)
viver a caridade e fazer a opção preferencial pelos pobres;
¡ i)
estimular que a igreja-matriz e as demais igrejas da paróquia tornem-se centros
de irradiação e animação da fé e da espiritualidade;
¡ maior
atenção aos condomínios e conjuntos de residências populares;
¡ k)
garantir a comunhão com a totalidade da diocese (n.163);
¡ l)
utilizar os recursos da mídia e as novas formas de comunicação e
relacionamento;
¡ m)
ser uma Igreja “em saída missionária”.
CONCLUSÃO e Sugestão!!!
¡ (n.325).
Após a leitura desse texto, seria conveniente que as comunidades paroquiais
refletissem sobre as seguintes questões:
▪
1Quais são os pontos deste texto que
provocam a reflexão sobre a nossa comunidade paroquial?
▪
2 Que atividades pastorais e estruturas precisam
ser revisadas?
▪
3 Em que aspectos já estamos vivendo a
conversão pastoral?
▪
4 Como a nossa paróquia pode tornar-se comunidade
de comunidades?
▪
5 O que
precisamos assumir para sermos uma paróquia missionária?
¡ Aquele
que renova todas as coisas (cf. Ap 21,5b) ilumine e conduza os passos da
renovação paroquial que a Igreja no Brasil pretende. A nova realidade implica
um novo entusiasmo por Deus e por seu Reino. A conversão paroquial exige uma
renovação espiritual e pastoral que se expressa na nova evangelização.
Para refletir
¡ 1.
Como se caracteriza a situação da maioria das paróquias em nossa Diocese? Quais os novos contextos que desafiam a
missão? Ver limites e oportunidades.
¡ 2.
Que aspectos históricos e culturais devem ser considerados para entender essa
realidade paroquial?
¡ 3.
Quais as proposições que podemos assumir em vista da Comunidade de Comunidades:
uma nova paróquia?
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