Homilia: Segundo Domingo do Tempo Comum Ano B
O SEGUNDO DOMINGO
DO TEMPO COMUM ANO B
Caríssimo irmão em Cristo a Igreja celebra o tempo comum. É comum,
porque o cristão vive a fé no dia a dia da vida, nos acontecimentos da vida
presente na presença de Deus. É tempo da graça extraordinária de Deus
manifestada no tempo ordinário da Igreja, porque vivido a luz da esperança que
chegou no dia do natal do Senhor e permanece até o fim dos tempos. Ele é o
Emanuel, conosco caminha, conosco se faz presente no Espírito santo pela
Palavra e pelos sacramentos.
Chamo atenção para duas idéias na presente homilia, o chamado e a
resposta para ficar com o senhor e o corpo santuário de Deus. A sagrada
escritura testemunha sempre, a iniciativa de Deus que chama, por um lado, por
outro, a resposta livre do homem. O chamado de Deus é graça, ninguém é digno
ouvir a voz de Deus que não cessa de chamar á vida divina, que não cessa de
esperar a resposta pessoal. Samuel ainda jovem escutou o chamado do senhor, mas
precisou da mediação do sacerdote Eli para discernir bem a voz de Deus de
outras tantas. Assim acontece até hoje. A jovem precisa discernir e acertar o
seu caminho vocacional e profissional.
João Batista, a voz que anuncia a Palavra da Vida e aponta o “cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo” foi mediador entre Jesus e o chamado dos
primeiros seguidores de Jesus, André e Tiago. Uma pergunta fundamental de
ambos, Rabi, onde moras? segue uma resposta fundamental do mestre. “vinde e
vereis”. É fundamental não somente o convite do mestre “feliz os convidados’,
mas quem responde e permanece com ele para aprender a ser como ele e agir como
ele.
“Ele (Jesus Cristo) é a nossa razão de ser, origem do nosso agir, motivo do
nosso pensar e sentir.” Que graça, caros irmãos, Jesus nos conhece pelo nome,
chama pelo nome, o seu desejo é que sejamos parceiros na obra da evangelização.
A nós que procuramos a felicidade, não tem outra, senão encontrar Jesus. Ele
nos chama também ao seu seguimento. Assim caro irmão a nossa vida terá sentido
pleno, alegria plena, se de fato e de verdade permanecermos com o Senhor.
Lembra-te cristão que tu és membro do corpo de Cristo pelo batismo, que
tu foste lavado pela água pura, sinal sacramental do batismo, que foste untado
com o óleo santo, que és alimentado com o corpo santo do senhor, que és templo
onde Deus habita que um dia teu corpo morto na carne viverá no Espírito. Tudo
isto faz o teu corpo ser santo, tua dignidade ser elevada, teu corpo ser
honrado desde a tenra idade até a maturidade da vida, “Portanto, ignorais
que não pertenceis a vós mesmos? Então, glorificai a Deus em vosso corpo!”.
Todos, solteiros ou casados, jovens e adultos respeitem o vosso corpo e o corpo
do outro. Longe de vossa mente e do vosso coração o pecado contra o sexto
mandamento que fere a dignidade do ser da pessoa.
Eis,
caríssimos em Cristo, entre os pecados gravemente contrários á castidade (ao
teu corpo) é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas
homossexuais. Tudo isto é explicado no artigo do sexto mandamento do catecismo
da Igreja católica. Os meios de comunicação, sobretudo, as novelas, as musicam
com as suas danças sensuais são ofensivas a dignidade da pessoa humana. No
entanto, nunca o cristão deve esquecer que o critério para o julgamento não é a
moda do mundo, mas o Evangelho de Cristo. O ato sexual é honrado, quando se
honra o criador do homem e da mulher. Quando se receita as regras do criador,
ao contrário, a transgressão é desonrada e desrespeito. Como diz a Palavra do Senhor: “O
matrimônio seja honrado por todos, e o leito conjugal, sem mancha; porque Deus
julgará os fornecedores e os adúlteros” (Hb 13,4).
É magnífica a homilia do bispo Dom Henrique, da qual cito este parágrafo
para enriquecer a nossa. “Caríssimos, o modo que os cristãos têm de
vivenciar a sexualidade não pode ser o modo dos pagãos. Eles seguem seus
caprichos, suas paixões... Nós, mesmo frágeis, mesmo com nossos instintos e
tendências muitas vezes desordenadas, por amor do Cristo que nos amou, temos o
dever de lutar para colocar nossa sexualidade debaixo do senhorio de Cristo!
Esse senhorio é mistério de cruz, mas também de ressurreição. Nós, que somos um
só corpo com o Senhor pelo Batismo e a Eucaristia, nós que pelo Espírito Santo
nos tornamos uma só coisa com o Senhor, de corpo e alma, não podemos pensar e
viver nossa sexualidade como os pagãos! Então, jovem solteiro, jovem solteira,
tua vida sexual, teu namoro, devem ser vividos à luz do Senhor Jesus! Casados
cristãos, vossa vida conjugal não deve ser como a dos pagãos, sujeita e ditada
simplesmente pela libido... Vossa sexualidade deve ser vivida na luz do Senhor!
Homossexual cristão vive tua tendência de modo cristão, lutando para seres
casto, recorrendo à oração, completando corajosamente na carne da tua vida e da
tua luta, aquilo que falta à paixão do Cristo. Procura viver dignamente,
procura acompanhamento espiritual e coloca em Cristo a tua esperança e a tua
alegria. Solteiro cristão, vive tua sexualidade na castidade e na continência
por amor a Cristo! Padre, religioso, religiosa, tem coragem e generosidade para
viveres o que prometeste a Cristo diante de toda a Igreja reunida no dia da tua
profissão religiosa ou da tua ordenação sacerdotal! O Senhor nos pedirá contas,
a todos nós! Ninguém está acima da Palavra, ninguém está acima do juízo do Cristo
Jesus”!
Que
exigência difícil viver a castidade assim poderá pensar um jovem em seu vigor
sexual. Tens razão jovem, é difícil. Que
exigência difícil pensa um casado de viver a sua castidade como verdadeiro
cristão na fidelidade até o fim sem trair a promessa do seu matrimonio. Tens
razão casados, é difícil. Que exigência difícil pensa um consagrado renunciar o
ato genital para viver a sexualidade por amor e por causa do reino dos céus.
Tens razão consagrado, não é fácil. Que exigência difícil viver neste mundo
cheio de violência sexual contra todos os sentidos do nosso corpo. Como serei
fiel aos princípios cristãos neste contexto tão contrário a fé que professamos?
Como não entrar na moda da mentalidade do mundo e viver autenticamente a fé crista
em todas as dimensões da vida humana? Caríssimo não é o evangelho que deve
adaptar aos meus gostos, aos meus comportamentos, ao meu estilo de vida, mas ao
contrário, sou eu que devo me converter a Cristo e viver a vida nova com
atitudes novas. Seguindo o conselho de Paulo apostolo não vos conformeis com o
mundo, mas transformai a vossa mentalidade. O estilo cristão é exigente e é
para quem aceita o seguimento “se queres, Jesus diz ser meu”, mas uma vez que
confirmo a adesão á sua pessoa, “quero ser teu discípulo’, o caminho é a
fidelidade em meio a tantas infidelidades. Diante do mistério de Cristo ninguém
fica indiferente, nem ele mascara as exigências do ser cristão. Tanto a
Eucaristia como a cruz é causa de divisão entre os seguidores e não seguidores,
mas como outrora a Pedro Jesus repreendeu a sua pouca fé e a sua incompreensão
no caminho da cruz, no entanto, Jesus deixa a liberdade de escolha, mas garante
a sua graça. Como Paulo Apostolo, digamos: Senhor basta a tua graça e também
como Pedro: “Senhor, a quem iremos? “Tens palavra de vida eterna, e nós
cremos e reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (Jo 6,69).
Termino com a magnífica oração de Santo Tomas de Aquino: “Concedei-me
meu Deus, uma inteligência que te conheça, uma angustia que te procure uma
sabedora que te encontre uma vida que te agrade, uma perseverança que te espere
com confiança e uma confiança que te possua, enfim”.
Pe. Humberto
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